“O médico de IA é melhor, mas preferimos humano”, afirma Sam Altman
“O médico de IA é melhor, mas preferimos humano”, afirma Sam Altman
“O médico de IA é melhor, mas você prefere o humano,” declarou Sam Altman durante a Conferência Progress em outubro, em uma conversa com o economista Tyler Cowen publicada no YouTube. Para o executivo de 40 anos, essa resistência é compreensível.
“Acho que pode levar muito mais tempo para a sociedade se sentir realmente confortável com esse tipo de questão. Mas, em termos de tomada de decisão real para a maioria das coisas, talvez a IA seja bastante boa muito em breve”.
A revolução pragmática da IA na medicina
A visão de Altman para a medicina é pragmática ao extremo. Sintomas, exames, análise de dados massivos, diagnóstico. Nada de empatia, olho no olho ou aperto de mão. A inteligência artificial, segundo ele, já processa volumes de informação médica que nenhum ser humano conseguiria memorizar, interpreta resultados com velocidade superior e reduz a margem de erro.
Essa perspectiva coloca Altman na mesma linha de outro bilionário da tecnologia: Elon Musk. O dono da xAI, empresa por trás do chatbot Grok, já sentenciou que médicos humanos serão relegados à posição de “meros consultores” em um futuro próximo, superados pela capacidade de processamento e memorização da IA.
Detalhes Técnicos: disputa tecnológica e IA no diagnóstico
A disputa entre os dois não se limita aos consultórios virtuais. Altman já demonstrou interesse em financiar uma empresa de implantes cerebrais para competir diretamente com a Neuralink, de Musk — levando a rivalidade tecnológica para dentro do crânio humano.
Mas o próprio Altman admite que o caminho será longo. “Pode levar muito mais tempo para a sociedade se sentir realmente confortável com esse tipo de questão,” disse. Ele prevê que, embora a IA se torne “bastante boa” em decisões médicas em breve, a aceitação cultural será o verdadeiro obstáculo
Impacto Humano: confiança, emoção e medicina centrada no paciente
O CEO da OpenAI estende essa visão para além da medicina. Ele prevê empresas bilionárias operadas por apenas duas ou três pessoas auxiliadas por IA — um cenário que considera “bom para a sociedade,” não uma ameaça. “As pessoas confiam muito mais em outras pessoas do que na IA, embora não devessem. Pode soar irracional, mas não deveria,” insistiu.
A frieza da proposta levanta questões éticas e práticas. Um diagnóstico de câncer entregue por um algoritmo pode ser mais preciso, mas ignora décadas de estudos sobre o impacto emocional de más notícias e a importância do suporte humano em momentos de vulnerabilidade. A medicina baseada em evidências convive há muito tempo com a medicina centrada no paciente — e a IA, por enquanto, só domina a primeira
Altman não está sozinho nessa aposta. Grandes empresas de tecnologia já testam modelos de IA para interpretação de exames de imagem, previsão de riscos de doenças e até sugestão de tratamentos. O debate sobre regulação, responsabilidade legal e privacidade de dados médicos apenas começou.

Leave A Comment
You must be logged in to post a comment.