AMD recebe autorização para exportar o Instinct MI308 para a China em meio à proibição total de chips de IA da NVIDIA

A AMD acaba de ganhar uma vantagem competitiva inesperada na China. Enquanto a NVIDIA vê suas portas se fecharem completamente no gigante asiático, a fabricante de chips vermelhos conseguiu autorização para exportar seus aceleradores Instinct MI308 para clientes selecionados no país.

A reviravolta acontece em um momento delicado para a NVIDIA. A empresa de Jensen Huang perdeu completamente o acesso ao mercado chinês de inteligência artificial após restrições cruzadas entre Washington e Pequim. Primeiro veio a proibição americana sobre os chips H20. Depois, o próprio governo chinês bloqueou as importações oficiais dos processadores da empresa de Jensen. Para a nova geração Blackwell, o presidente Trump foi categórico: venda exclusiva para empresas americanas.

Estratégia adaptada para contornar restrições

O MI308 representa uma jogada estratégica da AMD. Trata-se de uma versão modificada dos aceleradores da série MI300, com especificações ligeiramente reduzidas em comparação aos modelos topo de linha. Essa adaptação permite que o chip se encaixe dentro dos limites regulatórios estabelecidos pelos Estados Unidos.

Com a NVIDIA H20 completamente fora do jogo chinês, a demanda por alternativas viáveis deve disparar. A CEO Lisa Su confirmou a licença de exportação durante recente conversa com investidores, sinalizando otimismo cauteloso sobre essa nova frente de negócios.

Futuro incerto mantém AMD em alerta

Apesar da autorização conquistada, a AMD mantém os pés no chão. A empresa optou por não incluir as vendas do MI308 nas projeções financeiras do próximo trimestre. A decisão reflete a volatilidade do cenário geopolítico atual e a possibilidade de mudanças repentinas nas políticas comerciais americanas.

Se a janela de oportunidade permanecer aberta, a AMD ganha um novo vetor de crescimento justamente quando precisa reduzir a distância para a líder de mercado. A diferença é que, desta vez, a companhia não compete apenas por performance técnica, mas por acesso geográfico a um dos maiores mercados de tecnologia do mundo.

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