Sora: entenda como a OpenAI quer monetizar sua IA de vídeos

A OpenAI cruzou uma linha importante. Após meses oferecendo acesso generoso ao Sora, a empresa anunciou que começará a cobrar pelos vídeos além do limite gratuito 

O app que se tornou o segundo mais popular da App Store (atrás apenas do ChatGPT) agora enfrenta uma realidade econômica: seus usuários querem criar muito mais do que a empresa consegue sustentar gratuitamente

O grande aperto: limite de GPU vs. demanda explosiva

Quando Bill Peebles, chefe do Sora, anunciou a mudança na quinta-feira passada, foi com um tom quase de alívio: “Ficamos muito impressionados com o quanto nossos usuários avançados querem usar o Sora, e a economia está completamente insustentável no momento.”​

A confissão resume o dilema: a empresa subestimou drasticamente o apetite de criadores. Ela apostou que 30 vídeos gratuitos por dia seriam suficientes. Errou.​

Agora, a solução é direta: usuários podem comprar 10 vídeos adicionais por US$ 4. Criadores profissionais ainda conseguem gerar até 100 vídeos por dia (com configurações padrão), mas o limite será reduzido eventualmente. Peebles não esconde: “Eventualmente, teremos que reduzir as gerações gratuitas para acomodar o crescimento — não teremos GPUs suficientes se não fizermos isso”.

É a admissão crua da limitação de poder computacional que permeia todo o setor de IA. Sem mais chips disponíveis, a rota é apenas uma: escassez artificial e monetização.

Uma economia Sora está nascendo

Mas cobrar por vídeos extras é apenas o primeiro ato. A OpenAI está montando algo maior: uma economia completa ao redor do Sora.​

Sam Altman sugeriu que a plataforma pagará detentores de direitos autorais quando seus personagens ou imagens forem usados em vídeos gerados. A Disney poderia, teoricamente, monetizar cada aparição de Mickey no Sora. Criadores de conteúdo poderiam lucrar com suas próprias liknesses.​

“Nossa esperança é que o novo tipo de engajamento seja ainda mais valioso que a participação nos lucros,” disse Altman — antes de acrescentar, pragmaticamente: “mas, claro, queremos que ambos sejam valiosos.”​

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