Transporte por aplicativo cresce no Brasil, mas ainda está longe de alcançar a maioria das cidades

Transporte por aplicativo cresce no Brasil, mas ainda está longe de alcançar a maioria das cidades

O transporte por aplicativo está crescendo em território nacional, mas sua presença ainda está longe de ser uma realidade para a maior parte das cidades brasileiras. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) 2024, divulgada pelo IBGE na sexta-feira (31), o serviço apresentou um crescimento de 65% nos últimos quatro anos, mas está disponível em apenas uma a cada quatro cidades do país.

73% das cidades brasileiras ainda não possuem acesso a essas plataformas

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A pesquisa revela que entre os 5.568 municípios analisados, apenas 1.465 (26%) contam com serviços como Uber, 99 ou Cabify. Isso significa que 73% das cidades brasileiras ainda não possuem acesso a essas plataformas de mobilidade. Os outros 0,4% (21 municípios) não forneceram informações ou se recusaram a responder ao levantamento.

Quando comparado a outras opções de mobilidade, o transporte por aplicativo ainda ocupa uma posição modesta no cenário nacional. O táxi lidera o ranking, estando presente em 80% dos municípios brasileiros (4.427), seguido pelos ônibus intermunicipais, disponíveis em 78% das cidades (4.343).

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Completando o panorama dos meios de transporte mais comuns nas cidades brasileiras, temos as vans (60%), mototáxis (53%), ônibus intramunicipais (31%) e, só então, os serviços por aplicativo (26%). Opções como barcos (9%), aviões (3%), trens (2%) e metrô (menos de 1%) figuram nas últimas posições.

Transporte por aplicativo é fenômeno urbano

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A pesquisa do IBGE aponta uma correlação direta entre o tamanho das cidades e a disponibilidade de transporte por aplicativo. De acordo com Caroline Santos, pesquisadora do setor de Pesquisa e Gestão Pública do instituto, a distribuição dos serviços está intimamente ligada à densidade populacional e à infraestrutura urbana.

“Olhando esse dado de serviço por aplicativo, o crescimento dele foi grande para municípios na faixa de 50 a 100 mil habitantes. Vejo isso como um reflexo desse esgotamento da nossa malha, e talvez da falta de planejamento”, explicou Santos em entrevista ao g1.

A pesquisadora destacou ainda que o transporte rodoviário é predominante no Brasil devido à extensão da malha viária nacional. Além disso, ressaltou que cidades menores tendem a depender mais de transportes intermunicipais do que de opções intramunicipais.

Um dado significativo revela que, entre as 4.084 cidades que não dispõem de transporte por aplicativo, cerca de 3.300 são municípios pequenos com menos de 20 mil habitantes. Este grupo representa 81% do total de cidades brasileiras, o que explica, em parte, a ainda limitada penetração desses serviços em escala nacional.

No cenário regional, o Rio de Janeiro lidera com a maior proporção de municípios atendidos por aplicativos de transporte, com o serviço presente em 62% das cidades fluminenses. Em seguida aparecem São Paulo e Santa Catarina, ambos com cobertura em 48% de seus municípios. Na outra ponta, Piauí e Paraíba registram as menores proporções de cidades com acesso a esses serviços.

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