 
            ASIMO: relembre o famoso robô humanoide que a Honda apresentou em 2000, mas nunca foi lançado
ASIMO: relembre o famoso robô humanoide que a Honda apresentou em 2000, mas nunca foi lançado
Hoje, robôs humanoides prometem revolucionar nossas casas. O NEO, lançado pela 1X este mês por US$ 20 mil, dobra roupas e organiza prateleiras. A Tesla aposta no Optimus. A Figure AI desenvolve o Figure 02. Parece novidade, mas não é. Em 31 de outubro de 2000 — exatos 25 anos antes dessa febre — a Honda apresentou o ASIMO: um robô de 1,20 metro que reconhecia rostos, segurava objetos e navegava sozinho. Custou milhões em pesquisa, virou ícone global e nunca foi vendido ao público. Aposentado em 2018, ele provou que o futuro já tinha chegado. Só faltava alguém ter coragem de colocá-lo à venda.
O pioneiro que ninguém esquece
O ASIMO (Advanced Step in Innovative Mobility) nasceu de uma pesquisa iniciada em 1986, quando a Honda decidiu criar um robô capaz de caminhar de forma autônoma. Em 2000, após 14 anos de desenvolvimento e protótipos como E0, P1, P2 e P3, a empresa apresentou a primeira versão comercializável do ASIMO.
Com 1,20m de altura — ideal para operar maçanetas e interruptores — e 54kg, o robô foi projetado para “auxiliar pessoas que necessitam de assistência em tarefas cotidianas”. Equipado com 26 graus de liberdade na primeira versão, ele andava a 1,6 km/h e operava por 30 minutos com bateria de níquel-hidreto metálica.
Mas o ASIMO não era apenas um protótipo técnico. Tinha aparência simpática — jeitão de astronauta — justamente para ser confiável em ambientes domésticos. A Honda sabia que robôs assustadores não entrariam nas casas das pessoas.
Habilidades que anteciparam o futuro
O ASIMO de 2000 já fazia o que robôs de 2025 prometem: reconhecia objetos em movimento, gestos, rostos e comandos de voz. Distinguia até dez pessoas diferentes pelo rosto e as chamava pelo nome. Quando alguém acenava ou oferecia a mão, o robô respondia adequadamente.
A navegação era autônoma. Câmeras nos “olhos”, sensores a laser e infravermelhos no torso mapeavam o ambiente e identificavam obstáculos. O ASIMO seguia mapas pré-carregados, detectava sua posição exata por marcações no chão e ajustava a rota sozinho.
Nas versões seguintes, o robô evoluiu: passou a correr a 9 km/h (2011), ganhou 57 graus de liberdade e mãos com 13 graus cada — permitindo movimentos delicados como desparafusar tampas de garrafas ou fazer linguagem de sinais. Em 2011, tornou-se o primeiro robô com “tecnologia autônoma de comportamento”: tomava decisões baseadas no ambiente sem necessidade de operador.
O robô que virou celebridade (mas não produto)
O ASIMO transcendeu laboratórios. Jogou futebol com Barack Obama, regeu a Sinfônica de Detroit, visitou a Disneylândia e apareceu em programas de TV no mundo todo. Em 2004, foi induzido ao Robot Hall of Fame da Carnegie Mellon como o primeiro robô humanoide a receber a honra. A Honda produziu mais de 100 unidades entre 2000 e 2018.
Mas nunca foi vendido. O ASIMO era uma plataforma de pesquisa, uma vitrine tecnológica da Honda. Enquanto isso, o mercado de robôs industriais explodia — de 81 mil unidades em 2003 para estimativas de 106 mil em 2007, segundo a Comissão Econômica da ONU para a Europa.
Em 2018, a Honda aposentou o projeto para focar em “aplicações mais práticas” da tecnologia desenvolvida. O ASIMO fez sua última aparição pública em março de 2022.
25 anos depois, o NEO tenta realizar o sonho
Agora, em 2025, robôs humanoides domésticos finalmente chegam ao mercado. O NEO mede 1,68m, pesa 30kg e levanta até 70kg. Suas mãos têm 22 graus de liberdade, bateria dura quatro horas e o robô recarrega sozinho.
As raízes são as mesmas do ASIMO. Ambos usam reconhecimento de voz e facial para interação natural. Os dois navegam autonomamente, mapeando o ambiente e evitando obstáculos. E compartilham o objetivo final: executar tarefas domésticas de forma segura ao lado de humanos.
O ASIMO validou que robôs humanoides podem ser seguros, inteligentes e funcionais em ambientes humanos. Provou que é possível criar máquinas que reconhecem contexto social, respondem a gestos e executam tarefas complexas sem supervisão constante.
Vinte e cinco anos depois, a “febre” dos robôs humanoides domésticos finalmente chegou. O ASIMO já tinha mostrado o caminho em 2000. A diferença é que agora tem uma forte concorrência nesse mercado que promete redefinir o cotidiano.
 
                                    


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