Mac x iPad: usuário revela por que trocou o computador pelo tablet e não se arrepende; veja o relato

Um usuário de longa data do Mac Mini decidiu fazer o impensável: abandonar o computador de mesa da Apple e migrar completamente para um iPad Air. O relato, compartilhado no Reddit, expõe uma mudança radical de mentalidade sobre produtividade e revela por que, para muitos, menos realmente pode ser mais.

A frustração com o macOS moderno

A primeira razão que levou à troca foi a decepção com a evolução do macOS. O usuário esperava ansiosamente pela reformulação visual “liquid glass” prometida pela Apple, mas o resultado final veio severamente limitado. O sistema operacional do Mac, segundo ele, parou de receber animações exclusivas, apenas herdando efeitos já existentes no iPad e iPhone. Até mesmo detalhes visuais anunciados nos betas iniciais foram removidos, substituídos por fundos brancos genéricos nas janelas da barra de menu.

Essa falta de polimento contrastava diretamente com a experiência fluida e moderna que o iPadOS oferecia, com suas transições suaves e design mais coeso

Aplicativos essenciais só existem no iPad

A segunda frustração foi a ausência de aplicativos básicos no Mac. Enquanto profissionais de animação, fotografia e programação encontram ferramentas robustas no macOS, usuários comuns enfrentam um deserto digital. Não há app nativo do YouTube, aplicativos bancários são escassos, e até mesmo o ChatGPT para Mac perdeu recursos como o modo “thinking”.​

“Se você vai criar a nova temporada de One Punch Man, está coberto. Mas para aplicativos de consumo básico, você não tem nada”, ironizou o usuário. Até mesmo o Apple Music no Mac é considerado bugado e visualmente ultrapassado, mantendo resquícios da era iTunes.

A única preocupação profissional que ele tinha era perder acesso a um editor LaTeX para escrever fórmulas matemáticas. A solução foi simples: usar o Overleaf direto no navegador. Para todo o resto, o Pages do iPad funcionava perfeitamente.

Foco em vez de distração infinita

O argumento mais interessante do relato, porém, é psicológico. O usuário buscava uma experiência mais focada, longe do hábito de “zapping digital” que o Mac induzia. Ele percebia que, no computador tradicional, 10 minutos após começar qualquer atividade, a compulsão de abrir várias abas do navegador surgia automaticamente.

No smartphone, isso não acontecia. A hipótese dele era que um sistema mais fluido, com animações mais lentas e interface mobile, criaria barreiras mentais naturais contra a distração. O iPad Air confirmou a teoria: funciona como antídoto contra a dispersão digital.​

Ele destaca a importância de usar aplicativos dedicados em vez do navegador web, porque a transição entre sites no browser é abrupta, sem animações. “Acho que isso pode ser indutor de déficit de atenção”, explica.

Multitarefa é superestimada

Enquanto muitos criticam o iPad por limitações em multitarefa, esse usuário virou o argumento de cabeça para baixo. Para ele, a própria ideia de multitarefa é um mito nocivo que alimenta problemas de atenção. “Esqueça a multitarefa. Temos problemas de concentração — o que precisamos é de foco único”, argumenta.

Ele questiona o termo “multitasking”, frequentemente usado por YouTubers tech, perguntando se isso realmente significa fazer várias coisas simultaneamente ou apenas ter algumas janelas abertas. A conclusão: em tempos de crise de atenção coletiva, o single-tasking forçado do iPad é um recurso, não um defeito.

Sem cabos, múltiplos formatos

A ausência de fios é autoexplicativa, mas o usuário também aprecia a versatilidade física do iPad. Ele o usa como tablet puro para leitura e navegação em conteúdo vertical, mas também em configuração desktop para assistir vídeos, ajustando a postura e mantendo os dedos longe da tela.

A fantasia final seria que a Apple adicionasse um discador nativo ao iPad, permitindo abandonar completamente o smartphone. “Poderia carregá-lo na mochila, atender chamadas pelos AirPods e usar um smartwatch para notificações”, imagina.

Quando o iPad Air não se garante

Mas há uma ressalva, destacada por ele: se você é um profissional que depende do que há de mais avançado em computação — edição de vídeo 8K, desenvolvimento complexo, design 3D — o Mac ainda é insubstituível. Mas para a vasta maioria que usa o computador para e-mail, navegação, edição básica e entretenimento, o iPad Air entrega tudo isso com menos complexidade.