Mercado de mídia física registra empate histórico entre DVD e UHD Blu-ray; veja os detalhes

Mercado de mídia física registra empate histórico entre DVD e UHD Blu-ray; veja os detalhes

A semana encerrada em 18 de outubro de 2025 ficará marcada na história da mídia física: pela primeira vez, o Ultra HD Blu-ray alcançou exatos 39,2% de participação no mercado americano de discos — empatando tecnicamente com o DVD, que mantém os mesmos 39,2%. O Blu-ray tradicional ficou com 21,6%, formando um tripé que revela transformações profundas no consumo de entretenimento doméstico.

O dado, divulgado pela Circana VideoScan, surpreendeu analistas do setor. Afinal, estamos falando de um mercado que encolheu 23,4% em 2024 e gerou apenas US$ 959 milhões — uma queda brutal comparada aos US$ 16 bilhões registrados no auge de 2005.

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O que impulsionou o empate histórico

A paridade entre DVD e UHD não aconteceu por acaso. Na semana analisada, seis novos títulos chegaram às lojas, sendo cinco com lançamento em 4K. O destaque absoluto foi Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, da Marvel Studios, que vendeu 47% de suas cópias em Ultra HD Blu-ray — praticamente metade de todas as unidades comercializadas.​

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O filme arrecadou US$ 274,3 milhões nos cinemas americanos e chegou ao varejo com uma estratégia agressiva de formatos premium. Logo atrás, Missão Impossível 8 liderou as vendas específicas de 4K graças a edições combo que incluíam tanto o disco Blu-ray quanto o UHD no mesmo pacote.

Esse movimento não é isolado. Títulos clássicos como Oppenheimer, de Christopher Nolan, tornaram-se os 4K mais vendidos de todos os tempos para a Universal. Colecionadores estão pagando prêmio por edições limitadas, steelbooks e restaurações em ultra definição — um segmento que cresceu 25% em 2024.​

A revanche improvável da mídia física

Enquanto gigantes como Best Buy e Target praticamente abandonaram as prateleiras de discos em 2024, um movimento cultural contraintuitivo ganhou força. Jovens da Geração Z e millennials estão redescobrindo o prazer de possuir conteúdo, não apenas acessá-lo.

A fadiga com streamings explica parte do fenômeno. Títulos desaparecem sem aviso prévio, obras sofrem alterações digitais sem consulta ao público, isso tem ajudado a resgatar o apego as mídias.

Há também a questão técnica. Enquanto streamings comprimem vídeo e áudio para economizar banda, um disco 4K Ultra HD oferece bitrates que chegam a 100 Mbps — uma diferença monumental em qualidade perceptível, especialmente em sistemas de home theater avançados. Formatos de áudio como Dolby Atmos e DTS:X chegam intactos ao consumidor, sem as perdas típicas da transmissão online.

Os números que contradizem a narrativa de morte

Apesar do discurso apocalíptico sobre o fim da mídia física, dados recentes mostram nuances importantes. O mercado global de discos Ultra HD foi avaliado em US$ 1,76 bilhão em 2024 e deve atingir US$ 2,22 bilhões até 2031, com crescimento anual de 3,4%. Pequeno? Sim. Morto? De forma alguma.​

O segmento de 4K, especificamente, cresceu 10% em 2024, sendo o único formato físico em expansão. Enquanto DVD e Blu-ray tradicionais despencam, o Ultra HD conquista nichos lucrativos: cinéfilos, audiófilos, colecionadores e consumidores em regiões com internet instável.

A demografia também conta a história. Adultos entre 30 e 44 anos representam 30% das compras de discos — um público com poder aquisitivo e nostalgia por propriedade física. Além disso, 60% dos players Blu-ray são vendidos embutidos em consoles de videogame, criando uma base instalada muito maior do que os números isolados sugerem.

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