Apple, Amazon, Google, Meta e Microsoft bancam reforma de US$ 300 Milhões da Casa Branca

Apple, Amazon, Google, Meta e Microsoft estão entre os doadores corporativos que financiam inteiramente com recursos privados a demolição da Ala Leste e construção de um salão de baile gigantesco no complexo presidencial americano.

O projeto de Donald Trump na Casa Branca virou realidade polêmica. A Ala Leste histórica, erguida em 1902 durante o governo de Teddy Roosevelt, começou a ser demolida esta semana para dar lugar a um salão de baile de 8.300 metros quadrados — capaz de receber até mil convidados simultaneamente

O custo saltou de US$ 200 milhões para US$ 300 milhões, segundo o próprio presidente, que garante: nenhum dólar virá dos contribuintes americanos.​

Quem paga a conta?

A Casa Branca divulgou lista oficial com 37 doadores. Gigantes da tecnologia lideram o financiamento, incluindo Apple, Amazon, Alphabet (Google), Meta e Microsoft. A indústria cripto também está presente, com Coinbase, Ripple, Tether e os irmãos Winklevoss

Entre empresas de defesa, aparecem Lockheed Martin e Palantir Technologies — esta última já embolsou mais de US$ 800 milhões em contratos governamentais em 2025. Outros nomes incluem T-Mobile, Comcast, HP, Nvidia e Micron Technology.​

O caso mais emblemático é o do Google. A empresa contribui com US$ 22 milhões como parte de acordo judicial relacionado ao banimento de Trump do YouTube após 6 de janeiro de 2021.

Conflito de Interesses?

As doações alimentam debate sobre ética governamental. Segundo a BBC, Richard Painter, ex-advogado-chefe de ética da Casa Branca no governo Bush, classificou o projeto como “pesadelo ético”. Ele argumenta que corporações compram acesso ao governo em troca de favores políticos.​

Várias doadoras já colhem benefícios durante o segundo mandato de Trump. Amazon e Microsoft receberam centenas de milhões em contratos federais. Microsoft e Google fecharam acordos para ferramentas de IA e cloud computing. A Amazon Web Services ganhou até US$ 1 bilhão em incentivos de créditos em nuvem.​

A indústria cripto prosperou sob políticas favoráveis de Trump, enquanto a própria família presidencial acumulou bilhões em empreendimentos do setor

Democratas prometem investigação completa. O líder democrata Hakeem Jeffries classificou o projeto como “a maior operação pague-para-jogar da história presidencial americana“, mas reconheceu limitações enquanto os republicanos controlam a Câmara.​

As doações são canalizadas através da Trust for the National Mall, organização sem fins lucrativos dedicada à restauração do National Mall. Documentos sugerem que doadores podem receber algum tipo de reconhecimento, mas detalhes permanecem obscuros.

A Casa Branca não revelou valores individuais de cada contribuição. A porta-voz Karoline Leavitt defendeu o modelo: “Os mesmos críticos que alegam conflitos de interesse reclamariam se contribuintes pagassem a conta”