Apple zoa tela azul do Windows em novo comercial; assista
Apple zoa tela azul do Windows em novo comercial; assista
A Apple acaba de lançar mais um episódio da série publicitária “The Underdogs”, e desta vez a empresa de Cupertino não economizou nas provocações à Microsoft. No vídeo de oito minutos intitulado “BSOD (Blue Screen of Death)”, a fabricante do iPhone transforma uma das falhas mais icônicas do Windows em munição publicitária, mostrando uma equipe de empreendedores que vence a concorrência justamente porque os PCs rivais travam com a temida tela azul da morte.
A estratégia por trás da provocação
A campanha The Underdogs já completa cinco anos no ar, sempre com o mesmo DNA: episódios longos, dramáticos e deliberadamente exagerados que posicionam os produtos Apple como salvadores de negócios em apuros. Mas desta vez, a empresa foi além do humor corporativo genérico e mirou em algo bem específico: o caos global causado pelo CrowdStrike em 2024.
O incidente não foi pequeno. Considerado o maior colapso de sistemas computacionais da história, a falha no software de segurança derrubou milhões de máquinas Windows simultaneamente ao redor do mundo. Aeroportos paralisados, bancos offline, hospitais sem acesso a prontuários. E tudo isso aconteceu porque no Windows, aplicações de segurança operam no modo kernel, a camada mais profunda do sistema operacional, onde um erro microscópico pode derrubar tudo.
Por que o macOS escapou ileso?
A Apple explora uma vantagem arquitetural real. Enquanto o Windows historicamente permitiu que softwares de terceiros acessassem o núcleo do sistema operacional, o macOS mantém essas aplicações em um ambiente mais controlado e isolado. É como comparar uma casa onde qualquer visitante pode mexer no quadro de luz com outra onde apenas o dono tem essa permissão.
Essa diferença técnica se tornou dolorosamente visível durante a crise do CrowdStrike. Máquinas com macOS e Linux simplesmente não foram afetadas. A Apple agora capitaliza essa realidade em forma de narrativa publicitária, mostrando profissionais de Windows literalmente congelados enquanto os usuários de Mac seguem trabalhando normalmente.
Microsoft responde com mudanças estruturais
A gigante de Redmond não ficou parada. A empresa está trabalhando em uma reformulação significativa da arquitetura de segurança do Windows, movendo progressivamente os antivírus e ferramentas de proteção do modo kernel para o modo usuário. É uma transformação complexa que levará anos para ser concluída, mas representa um reconhecimento tácito de que o modelo atual criou vulnerabilidades evitáveis.
E tem mais: a Microsoft anunciou que a própria tela azul da morte está mudando. A nova versão será preta, sem o emoticon triste que se tornou meme. A Apple precisou apressar o lançamento da campanha para que a piada ainda fizesse sentido, já que em breve o BSOD azul será peça de museu.
A obsessão da Apple com a tela Azul
Essa não é a primeira vez que a Apple usa a tela azul como símbolo de inferioridade. Na biblioteca de ícones do sistema operacional macOS e em apps de terceiros, a empresa representa seus próprios dispositivos com silhuetas realistas e elegantes de iMacs e MacBooks. Já os PCs genéricos aparecem como monitores CRT antiquados exibindo, adivinhe, uma tela azul da morte.
É uma estratégia de branding psicológico: associar visualmente a concorrência a algo antiquado, instável e problemático. Funciona porque ativa memórias reais de frustrações que milhões de pessoas já tiveram com Windows ao longo de décadas.
O timing perfeito de uma provocação
O que torna esta campanha especialmente afiada é seu momento. Em 2025, com a memória do colapso CrowdStrike ainda fresca e a Microsoft publicamente admitindo que precisa repensar sua arquitetura de segurança, a Apple encontrou o ponto vulnerável perfeito para atacar.
A mensagem subliminar é clara: se você precisa de confiabilidade em momentos críticos, não pode arriscar com sistemas que ainda carregam vulnerabilidades arquiteturais de décadas atrás. É marketing agressivo disfarçado de comédia corporativa, e funciona porque está ancorado em fatos reais que executivos e profissionais de TI conhecem bem.
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