Hollywood declara guerra ao Sora 2: estúdios acusam OpenAI de violar direitos autorais em massa
Hollywood declara guerra ao Sora 2: estúdios acusam OpenAI de violar direitos autorais em massa
Os maiores estúdios de Hollywood estão enfrentando a OpenAI em um conflito que expõe a tensão crescente entre inteligência artificial e propriedade intelectual. A Motion Picture Association (MPA) — que reúne Disney, Universal e Warner Bros. — emitiu uma declaração contundente nesta segunda-feira exigindo que a empresa tome medidas urgentes contra violações de direitos autorais no Sora 2.
O problema é simples, mas explosivo: desde o lançamento do gerador de vídeos, usuários têm criado conteúdos realistas com personagens icônicos como James Bond e Pica-Pau sem qualquer autorização. E a proliferação desses vídeos — tanto na plataforma quanto nas redes sociais — colocou a OpenAI na mira da indústria cinematográfica.
O sistema de “opt-out” que irritou Hollywood
A crítica central da MPA recai sobre a abordagem de “opt-out” adotada pela OpenAI. Nesse modelo, são os próprios estúdios que precisam identificar e solicitar a remoção de conteúdos infratores — uma inversão de responsabilidade que Hollywood considera inaceitável.
“Desde o lançamento do Sora 2, vídeos que infringem filmes, programas e personagens de nossos membros proliferaram no serviço da OpenAI e nas redes sociais“, declarou Charles Rivkin, CEO da MPA. Para ele, é a OpenAI — não os detentores de direitos — quem deve prevenir essas infrações desde o início.
A lei de direitos autorais protege os criadores, e esse princípio se aplica integralmente ao caso, segundo Rivkin. A declaração marca o primeiro posicionamento oficial da associação desde que o Sora 2 foi disponibilizado na semana passada.
Sam Altman admite falhas, mas a resposta não convence
O CEO da OpenAI, Sam Altman, prometeu oferecer aos detentores de direitos “controle mais granular” sobre a geração de personagens. Mas sua confissão de que “pode haver casos extremos de gerações que passem e não deveriam passar” só aumentou a desconfiança dos estúdios.
Essa admissão sugere que o sistema de moderação da plataforma ainda não consegue impedir completamente a criação de conteúdos protegidos — um problema grave considerando a velocidade com que vídeos infratores se espalham.
Não é a primeira vez que a MPA enfrenta empresas de IA. A associação já moveu ações contra a Midjourney por questões similares, indicando que essa batalha jurídica tende a se intensificar.
Por que o Sora 2 assusta tanto a indústria
Lançado em 30 de setembro, o Sora 2 representa um salto tecnológico impressionante. A plataforma gera vídeos ultrarrealistas de até 10 segundos a partir de comandos de texto simples, completos com áudio sincronizado e efeitos sonoros.
O realismo é o que diferencia o sistema. No TikTok, viralizaram vídeos de Stephen Hawking correndo com sua cadeira de rodas — exemplos que mostram tanto o potencial criativo quanto os riscos éticos da ferramenta.
Disponível como app para iOS nos Estados Unidos e Canadá, o Sora 2 funciona simultaneamente como criador de conteúdo e rede social. Apenas três dias após o lançamento, já era o aplicativo mais baixado da App Store americana.
Essa popularidade meteórica intensifica o problema: qualquer pessoa pode agora criar vídeos realistas com personagens icônicos em segundos, sem necessariamente ter os direitos para isso. Para Hollywood, é uma ameaça direta ao controle sobre suas propriedades intelectuais mais valiosas.
O conflito entre OpenAI e os estúdios expõe uma questão fundamental da era da IA generativa: quem é responsável quando a tecnologia facilita infrações em escala industrial? A resposta pode redefinir as regras do jogo para toda a indústria criativa.
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