Intel divulga resultados financeiros do segundo trimestre: prejuízo de US$ 2,9 bilhões

Intel divulga resultados financeiros do segundo trimestre: prejuízo de US$ 2,9 bilhões

A Intel divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 e os números acenderam um novo alerta vermelho: a companhia registrou um prejuízo líquido de US$ 2,9 bilhões, quase o dobro das perdas no mesmo período do ano anterior. Apesar de ter superado as expectativas de receita, a fabricante vive um momento de transição delicado, com cortes, reestruturações e dúvidas sobre o futuro de sua divisão de fundição.

Receita cresce, mas prejuízo também

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A receita da Intel no segundo trimestre chegou a US$ 12,9 bilhões — acima da faixa projetada de US$ 11,2 a US$ 12,4 bilhões. Mas esse avanço não impediu o tombo no lucro. Em comparação com o mesmo período de 2024, quando a empresa havia registrado perdas de US$ 1,6 bilhão, o prejuízo atual mostra um agravamento no cenário financeiro.

O maior volume de receita ainda vem da divisão Client Computing Group, responsável por chips para computadores pessoais, que somou US$ 7,9 bilhões (queda de 3% em relação ao ano anterior). Já o setor de Data Center e IA avançou 4%, atingindo US$ 3,9 bilhões. As demais divisões da empresa somaram US$ 1,1 bilhão.

Fundição vira calcanhar de Aquiles

Um dos pontos mais sensíveis do relatório foi a Intel Foundry — divisão de fabricação por contrato que deveria ser o novo motor de crescimento da empresa. Apesar de ter gerado US$ 4,4 bilhões em receita no trimestre, a unidade registrou prejuízo operacional de US$ 3,2 bilhões.

A situação levanta dúvidas sobre a viabilidade do modelo fabless que a Intel vem tentando adotar: além de fabricar seus próprios chips, a empresa quer produzir sob encomenda para outras companhias — mas ainda não conseguiu atrair demanda suficiente para justificar o investimento pesado.

Rumo incerto para as tecnologias avançadas

A empresa também revelou que pode desistir da produção com litografia de 14A, uma das tecnologias mais avançadas previstas para o fim da década. Caso não consiga atrair clientes externos para justificar o esforço de desenvolvimento, a Intel poderá abandonar o processo — o que, na prática, significaria sair da “corrida dos nanômetros”, hoje dominada por TSMC e Samsung.

O processo 14A estava previsto para entrar em produção entre 2028 e 2029. A possível desistência representa não só um recuo técnico, mas um realinhamento estratégico que pode levar a Intel a depender mais de fábricas terceirizadas no futuro.

Cortes e projetos cancelados

Enquanto isso, a empresa segue apertando o cinto. A Intel anunciou a suspensão de projetos de fábricas na Alemanha e na Polônia, além de pausar atividades em uma unidade na Costa Rica. O cronograma de construção em Ohio, nos Estados Unidos, também foi desacelerado para se alinhar à demanda do mercado.

Essa reavaliação estrutural se soma à já conhecida reestruturação interna — que inclui corte de até 24 mil postos de trabalho em 2025 — e reforça a noção de que a Intel está redesenhando seu futuro em meio a pressões financeiras e tecnológicas.

O que vem pela frente?

Apesar do prejuízo bilionário, a Intel projeta uma receita entre US$ 12,6 bilhões e US$ 13,6 bilhões para o terceiro trimestre, sinalizando expectativa de estabilização. A empresa também reafirmou que os primeiros chips Panther Lake — com tecnologia de 18A — chegarão ainda em 2025, ao menos para dispositivos móveis.

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