8 franquias da Capcom que sumiram e mereciam voltar

8 franquias da Capcom que sumiram e mereciam voltar

A Capcom é uma das mais influentes desenvolvedoras da indústria de jogos, dona de um legado que se estende por mais de quatro décadas. Enquanto franquias como Resident Evil, Street Fighter e Monster Hunter continuam recebendo sequências e remakes de alta qualidade, muitas outras séries icônicas da empresa foram deixadas para trás, apesar de seu imenso potencial no mercado atual.

Em uma era onde remakes, remasterizações e reboots dominam o cenário dos games, a Capcom tem uma mina de ouro inexplorada em seu catálogo histórico. Franquias que não apenas definiram gêneros inteiros, mas que, com as tecnologias e tendências atuais, poderiam novamente revolucionar o mercado de jogos.

Analisamos oito franquias esquecidas da Capcom que merecem um retorno triunfal, explorando não apenas sua importância histórica, mas também como poderiam ser reimaginadas para cativar tanto os fãs nostálgicos quanto uma nova geração de jogadores.

Você também pode gostar dos artigos abaixo:

1. Breath of Fire: o JRPG clássico que poderia competir com Final Fantasy

Arte da capa de Breath of Fire mostrando Ryu de cabelo azul e Nina de cabelo branco com uma silhueta de dragão ao fundo
Com sua narrativa rica e sistema único de transformação em dragão, Breath of Fire poderia voltar a competir com os grandes RPGs japoneses da atualidade

Quando falamos de JRPGs clássicos, Breath of Fire merece um lugar de destaque ao lado de gigantes como Final Fantasy e Dragon Quest. Nascida no SNES em 1993, a série conquistou um lugar especial no coração dos fãs de RPGs por sua narrativa imersiva, personagens memoráveis e, principalmente, pela mecânica única de transformação em dragão do protagonista Ryu.

Com aproximadamente 3 milhões de cópias vendidas em toda a franquia, Breath of Fire demonstrou seu potencial comercial, mas a série está adormecida desde Breath of Fire: Dragon Quarter, lançado para PlayStation 2 em 2002. Este último título, aliás, foi uma revolução para a época, com seu sistema de gameplay que permitia “renascer” e seu mundo distópico subterrâneo – inovações que muitos jogos posteriormente incorporaram.

O cenário atual dos JRPGs é extremamente favorável para um retorno da série. Títulos como Persona 5 (com mais de 5 milhões de cópias vendidas) e os recentes sucessos de Dragon Quest XI e Final Fantasy XVI demonstram que existe um público ávido por experiências profundas de RPG japonês. A própria Square Enix vem obtendo grande sucesso com remakes de clássicos como Final Fantasy VII.

Imagine um Breath of Fire moderno, utilizando o RE Engine da Capcom, com um sistema de transformação em dragão visualmente impressionante e mecanicamente profundo. A rica mitologia da série, centrada em clãs de dragões e deuses, encontraria terreno fértil no público atual, que busca experiências narrativas complexas e sistemas de progressão robustos.

A tentativa frustrada da Capcom com o jogo mobile Breath of Fire 6 (que acabou sendo cancelado) mostrou que os fãs esperam uma experiência premium à altura do legado da franquia. Um remake ou uma nova entrada principal na série poderia não apenas revitalizar a franquia, mas também posicionar a Capcom como uma forte concorrente no mercado de JRPGs novamente.

2. Mega Man: o herói azul relegado ao segundo plano

Análise: Mega Man 11 (Multi) é uma celebração aos 30 anos da franquia - Nintendo Blast
Poucos personagens são tão icônicos para a Capcom quanto o Mega Man. Com impressionantes 36 milhões de unidades vendidas em toda a franquia, o Bombardeiro Azul já foi o principal mascote da empresa, rivalizando com Super Mario e Sonic. No entanto, a Capcom tem tratado sua maior estrela com notável negligência nas últimas décadas.

Após o lançamento de Mega Man 11 em 2018 – que recebeu críticas positivas e vendeu um número respeitável de cópias – a série entrou novamente em hibernação. Diferentemente de Sonic e Crash Bandicoot, que foram revitalizados com grande sucesso por suas respectivas empresas, Mega Man não recebeu o mesmo tratamento contínuo, apesar de seu potencial evidente.

A riqueza da franquia é impressionante: Mega Man clássico, Mega Man X, Mega Man Legends, Mega Man Battle Network e Mega Man Zero são apenas algumas das ramificações que conquistaram milhões de fãs ao redor do mundo. Cada série tem sua própria identidade e mecânicas únicas que poderiam ser modernizadas e aprimoradas com a tecnologia atual.

O sucesso de Mega Man 11 provou que existe um mercado para jogos de plataforma desafiadores com mecânicas clássicas refinadas. A popularidade do personagem transcende os jogos, como evidenciado por sua aparição na recente série “Nível Secreto” da Netflix, quadrinhos de sucesso e uma linha constante de produtos colecionáveis.

A Capcom poderia seguir o exemplo de outros publishers que revitalizaram suas franquias clássicas. Um novo jogo da série Mega Man X, por exemplo, poderia atrair tanto os fãs nostálgicos quanto uma nova geração de jogadores, especialmente se implementasse mecânicas modernas mantendo a essência da jogabilidade que fez a série brilhar. Uma continuação de Mega Man Legends, uma das séries mais pedidas pelos fãs, poderia explorar o atual interesse por experiências de mundo aberto.

Mega Man não é apenas um jogo – é uma parte importante da história dos videogames que continua relevante culturalmente. A Capcom está desperdiçando um de seus maiores tesouros ao manter o Bombardeiro Azul no segundo plano.

3. Strider: o potencial perdido na era dos metroidvanias

Captura de tela mostrando Strider Hiryu com sua espada em um cenário futurista e escuro, desviando de ataques inimigos
O ágil ninja Strider Hiryu tem tudo para protagonizar um dos maiores metroidvanias da atualidade, com seu estilo de combate único e movimento fluido

Em um momento em que jogos como Hollow Knight, Dead Cells e Metroid Dread dominam as paradas de sucesso, é quase inacreditável que a Capcom não tenha aproveitado o potencial de Strider, uma de suas franquias mais adequadas para o atual renascimento do gênero metroidvania.

Nascido nos arcades em 1989, Strider Hiryu é um ninja futurista com uma espada plasma e movimentos acrobáticos que o tornam perfeito para o gênero de exploração não-linear que tem feito tanto sucesso nos últimos anos. O último jogo da série, lançado em 2014 como um reboot, já abraçava conceitos de metroidvania com um mapa interconectado e habilidades que desbloqueavam novas áreas.

Apesar das críticas geralmente positivas, o Strider de 2014 não recebeu continuidade. É particularmente frustrante considerando que o jogo já estabelecia bases sólidas para uma franquia moderna: visuais impressionantes, combate fluido e um bom equilíbrio entre tradição e inovação.

O sucesso comercial e crítico de Metroid Dread, que vendeu mais de 2,9 milhões de cópias, prova que há um mercado substancial para metroidvanias de alta qualidade de grandes publicadoras. A Nintendo revitalizou sua série dormante e foi recompensada por isso – a Capcom poderia seguir o mesmo caminho com Strider.

Uma nova entrada na série poderia expandir as mecânicas de movimento e combate, implementar um sistema de progressão mais profundo e explorar a rica mitologia do universo de Strider, que inclui a organização de ninjas Striders e a distopia tecnológica onde se passa a história. O estilo visual único, com influências de anime e cyberpunk, seria perfeitamente adequado aos gostos atuais.

Com o RE Engine da Capcom, que já provou sua versatilidade em diversos gêneros, um novo Strider poderia combinar visuais deslumbrantes com a jogabilidade precisa e responsiva que o gênero exige. Em uma era onde jogos independentes como Hollow Knight venderam milhões de cópias, um Strider com orçamento AAA poderia redefinir o que esperamos de um metroidvania moderno.

4. Bionic Commando: o pioneiro dos jogos de grappling hook

Ilustração de Bionic Commando mostrando o protagonista usando seu braço biônico em um cenário futurista com robôs
Antes de Just Cause ou Spider-Man, Bionic Commando revolucionou a mobilidade nos jogos com seu braço-gancho, uma mecânica que seria ainda mais impressionante com a física dos jogos modernos

Muito antes de Spider-Man balançar pelas ruas de Nova York ou Rico Rodriguez de Just Cause causar caos com seu gancho, Bionic Commando estabeleceu as bases para jogos baseados em mecânicas de movimento com grappling hook. O conceito revolucionário de substituir o pulo tradicional por um braço biônico extensível foi uma inovação ousada da Capcom que continua influenciando desenvolvedores até hoje.

Desde seu lançamento nos arcades em 1987, Bionic Commando sempre se destacou por sua mecânica única. A versão de NES, em particular, é lembrada como um clássico que desafiou as convenções de jogos de plataforma da época. No entanto, após o reboot de 2009 e Bionic Commando Rearmed 2 em 2011, a franquia foi abandonada, apesar de seu potencial evidente.

O mercado atual está repleto de jogos que expandiram e refinaram mecânicas de gancho e balanço. O espetacular sucesso de Marvel’s Spider-Man da Insomniac (com mais de 20 milhões de cópias vendidas) demonstra o apetite dos jogadores por experiências baseadas em movimento fluido e dinâmico. Jogos como Titanfall 2 e Attack on Titan também incorporaram com sucesso mecânicas de mobilidade por gancho.

Um novo Bionic Commando poderia aproveitar os avanços em física de jogos e o poder do hardware moderno para criar a experiência definitiva de balanço e movimento. Imagine um mundo aberto onde cada estrutura poderia ser utilizada como ponto de ancoragem, com um sistema de física realista que recompensasse a habilidade e o timing do jogador.

A franquia também tem a oportunidade de corrigir os erros do reboot de 2009, que, embora tenha introduzido mecânicas interessantes, sofreu com decisões questionáveis de design e narrativa. Um redesign mais fiel às origens, porém modernizado, poderia reconquistar os fãs antigos enquanto atrai uma nova geração.

Com a experiência da Capcom em criar jogos de ação polidos e responsivos, um novo Bionic Commando poderia reinventar a franquia como uma experiência de ação de mundo aberto única, onde a mobilidade e o combate se fundiriam de formas inovadoras. O potencial é imenso, especialmente considerando a falta de concorrentes diretos nesse nicho específico.

5. Dino Crisis: o survival horror com dinossauros esperando um remake

Arte promocional mostrando personagens armados em um cenário de vegetação, sugerindo o ambiente de tensão típico de Dino Crisis
Com o sucesso dos remakes de Resident Evil, Dino Crisis seria o próximo candidato natural para revitalização usando o RE Engine da Capcom

Se existe uma franquia da Capcom que os fãs imploram incansavelmente por um retorno, essa franquia é Dino Crisis. Criada por Shinji Mikami, o mesmo gênio por trás de Resident Evil, esta série combinou de forma brilhante a tensão do survival horror com a ameaça visceral de predadores pré-históricos, criando uma experiência única que nenhum outro jogo conseguiu replicar adequadamente.

Lançado originalmente para o PlayStation em 1999, Dino Crisis rapidamente conquistou fãs com sua protagonista Regina, uma agente de operações especiais, e sua premissa irresistível que muitos descreveram como “Resident Evil com dinossauros”. A franquia prosperou inicialmente, mas foi abandonada após o mal recebido Dino Crisis 3 em 2003, que desviou drasticamente da fórmula original ao transferir a ação para o espaço.

O momento atual não poderia ser mais propício para um retorno. Os remakes de Resident Evil 2 e 3 demonstraram a capacidade da Capcom de reimaginar clássicos de horror com tecnologia moderna, mantendo a essência que os tornou especiais. O RE Engine provou ser perfeitamente adequado para criar ambientes claustrofóbicos e monstros detalhados e aterrorizantes – imagine velociraptores fotorrealistas perseguindo o jogador por corredores estreitos e escuros.

Você também pode gostar das matérias abaixo:

A demanda pelo retorno de Dino Crisis é constante nas redes sociais, com hashtags como #BringBackDinoCrisis regularmente ganhando tração. A Capcom claramente reconhece o interesse na franquia, como evidenciado pelas referências a Dino Crisis em seus outros jogos e pela manutenção ativa dos registros de marca.

O recente lançamento de Exoprimal pela Capcom, embora apresente dinossauros, falha em capturar a essência de terror e sobrevivência que fez Dino Crisis tão especial. Funciona mais como uma prova de que a empresa ainda tem interesse em dinossauros, mas oferece uma experiência completamente diferente, focada em ação cooperativa em vez de horror atmosférico.

Um remake de Dino Crisis poderia modernizar os controles e a jogabilidade, mantendo a tensão e o terror da obra original. Os escassos recursos, puzzles ambientais e encontros aterrorizantes com predadores pré-históricos seriam ainda mais impactantes com a tecnologia atual. Se os remakes de Resident Evil são alguma indicação, um Dino Crisis reimaginado poderia facilmente se tornar outro grande sucesso para a Capcom.

6. Darkstalkers: a franquia de luta estilizada à frente de seu tempo

Ilustração colorida mostrando vários personagens de Darkstalkers, incluindo Morrigan, Demitri e outros monstros estilizados em um cenário noturno
A estética única de Darkstalkers, com seus personagens baseados em monstros clássicos e animações excepcionais, influenciou toda uma geração de jogos de luta

Quando falamos de jogos de luta com personalidade visual única, poucos podem rivalizar com Darkstalkers. Esta franquia da Capcom, que teve seu último título principal lançado em 1997, revolucionou a estética dos jogos de luta com seus personagens baseados em monstros clássicos, animações exuberantes e um estilo artístico que influenciou inúmeros jogos posteriores.

A série Darkstalkers (conhecida como Vampire no Japão) não era apenas visualmente deslumbrante – também introduziu mecânicas que mais tarde se tornariam padrão em jogos de luta, como cancelamentos de ataque, chains de combos e a mecânica de “EX moves”. Muitos elementos que os jogadores hoje consideram fundamentais em Street Fighter e outros jogos do gênero foram primeiro testados em Darkstalkers.

A influência da série vai muito além de sua jogabilidade. A personagem Morrigan Aensland tornou-se um ícone da Capcom, aparecendo em dezenas de crossovers e jogos, de Marvel vs. Capcom a Project X Zone. No entanto, é curioso que, apesar da popularidade contínua de suas personagens, a franquia principal permaneça adormecida.

A Capcom tentou reviver o interesse na série com Darkstalkers Resurrection em 2013, uma coletânea HD de dois jogos clássicos. Apesar das boas críticas, as vendas não atingiram as expectativas, levando a empresa a deixar a franquia mais uma vez em hibernação.

O cenário atual dos jogos de luta, no entanto, oferece uma nova oportunidade. Titles como Guilty Gear Strive demonstraram que jogos de luta com visuais estilizados e personagens distintos podem encontrar grande sucesso. Street Fighter 6, com sua abordagem mais estilizada e sistema RE Engine, provou que a Capcom tem as ferramentas técnicas para criar um fighting game visualmente impressionante e mecanicamente satisfatório.

Um novo Darkstalkers poderia aproveitar a nostalgia pela série original enquanto implementa mecânicas modernas e recursos online robustos. O estilo visual único da franquia, com sua estética gótica e personagens excêntricos, encontraria ressonância com o público atual, que valoriza designs distintivos e personalidade. A popularidade de temas de horror e monstros na cultura pop atual também jogaria a favor de um revival.

Imagine Darkstalkers com a qualidade de animação e fidelidade visual de Street Fighter 6, mantendo a identidade gótica e o humor negro que definiu a série. Seria não apenas um retorno triunfal, mas potencialmente uma nova era para esta franquia que esteve décadas à frente de seu tempo.

7. Marvel vs. Capcom: o crossover de luta prejudicado por questões de licenciamento

Arte promocional de Marvel vs. Capcom mostrando personagens de ambos os universos em uma batalha épica em cenário urbano
Apesar das complicações de licenciamento, Marvel vs. Capcom continua sendo uma das séries mais queridas pelos fãs de jogos de luta, especialmente na comunidade competitiva

Entre as franquias de luta da Capcom, poucas alcançaram o status de culto e a lealdade dos fãs como Marvel vs. Capcom. Esta série de crossover, que começou com X-Men vs. Street Fighter em 1996, evoluiu para uma celebração extravagante de personagens de ambos os universos, conhecida por sua jogabilidade frenética, combos espetaculares e momentos memoráveis nos torneios competitivos.

A trajetória da franquia, no entanto, tornou-se complicada com o lançamento de Marvel vs. Capcom: Infinite em 2017. Apesar de introduzir algumas mecânicas interessantes, o jogo foi prejudicado por decisões controversas, incluindo um roster reduzido, a ausência notável dos personagens X-Men (historicamente fundamentais para a série) e um visual que muitos consideraram inferior aos títulos anteriores.

Por trás dessas dificuldades estavam as complexas questões de licenciamento com a Disney/Marvel. A aquisição da Marvel pela Disney em 2009 mudou fundamentalmente a dinâmica de licenciamento, e as políticas corporativas na época favoreciam personagens do MCU em detrimento de X-Men e Quarteto Fantástico (cujos direitos cinematográficos pertenciam à Fox). Isso resultou em um jogo que, para muitos fãs, não capturava a essência do que tornava a série especial.

No entanto, o cenário mudou significativamente desde então. A Disney adquiriu a Fox, reunificando os direitos de todos os personagens Marvel. O MCU está agora incorporando ativamente os X-Men e o Quarteto Fantástico em suas futuras fases. Esta nova realidade poderia potencialmente facilitar um acordo de licenciamento mais abrangente para um novo jogo da série.

O que torna a ausência de novos títulos ainda mais frustrante é que a comunidade competitiva mantém Marvel vs. Capcom 2 e 3 vivos em torneios importantes como o EVO. MvC2, em particular, é considerado um dos jogos de luta mais icônicos de todos os tempos, com sua frase “Vai escolher o time dos prefeitos?” eternizada na cultura gamer brasileira.

Um novo Marvel vs. Capcom que retornasse às raízes da série, com um roster completo incluindo os X-Men e outros personagens queridos, combinado com a qualidade visual e técnica que a Capcom demonstrou em Street Fighter 6, poderia não apenas revigorar a franquia, mas também criar um novo marco nos jogos de luta. O momento seria especialmente oportuno considerando a atual popularidade do MCU e o iminente retorno dos X-Men ao universo cinematográfico.

Apesar dos desafios de licenciamento, poucas parcerias têm o potencial de gerar tanto entusiasmo quanto Marvel e Capcom unidas novamente em um jogo que honre o legado da série.

8. Deep Down: o projeto ambicioso que nunca viu a luz do dia

PS4's Promising Soulslike Capcom Game That Never Released, Explained
Diferente de outras franquias nesta lista, Deep Down é o caso único de um jogo da Capcom que gerou imenso entusiasmo, mas nunca chegou às mãos dos jogadores. Anunciado em 2013 como um exclusivo para PlayStation 4, Deep Down impressionou o mundo com visuais deslumbrantes que demonstravam o potencial do então novo console da Sony.

O conceito por trás de Deep Down era fascinante: um dungeon crawler online ambientado em um futuro distante de Nova York, onde os jogadores “mergulhariam” em artefatos para explorar masmorras geradas proceduralmente baseadas em memórias do passado. O jogo prometia combinar elementos de Dark Souls com uma estrutura online inovadora e uma narrativa que brincava com viagens no tempo e realidades alternativas.

Os trailers mostravam gráficos impressionantes com iluminação dinâmica, física de partículas e efeitos visuais que estavam à frente de seu tempo. A demonstração do sistema de combate, com ênfase em precisão e timing, sugeria uma experiência desafiadora e satisfatória. O jogo estava sendo desenvolvido no Panta Rhei, um motor que mais tarde evoluiria para o RE Engine que hoje impulsiona os títulos mais impressionantes da Capcom.

No entanto, após alguns anos de atualizações esparsas, Deep Down desapareceu do radar. A Capcom nunca anunciou oficialmente seu cancelamento, mas também não forneceu qualquer atualização substancial após 2015. Curiosamente, a empresa continua a renovar a marca registrada, alimentando especulações entre os fãs de que o projeto pode um dia ressurgir sob uma nova forma.

As razões para o aparente abandono de Deep Down permanecem especulativas. Mudanças na estratégia da Capcom, desafios técnicos, ou simplesmente uma reavaliação da viabilidade comercial do projeto podem ter contribuído para sua situação atual. É possível que elementos de seu design tenham influenciado outros projetos da Capcom, como Dragon’s Dogma 2.

A indústria de jogos está repleta de títulos anunciados que nunca foram lançados, mas poucos geraram tanto interesse duradouro quanto Deep Down. O conceito continua relevante e potencialmente revolucionário mesmo pelos padrões atuais. Um jogo que combinasse a exploração de masmorra estilo roguelike com narrativa emergente e multiplayer assíncrono ainda seria inovador em 2023.

Se a Capcom decidisse revisitar o conceito de Deep Down com o agora maduro RE Engine e o conhecimento adquirido de sucessos recentes como Resident Evil Village e Monster Hunter Rise, o resultado poderia ser extraordinário. O mercado de jogos como serviço e experiências online persistentes continua a crescer, e uma visão refinada de Deep Down poderia encontrar um público receptivo.

O potencial adormecido no catálogo da Capcom

A Capcom está vivendo um de seus melhores momentos, com sucessos consecutivos como os remakes de Resident Evil, Monster Hunter World, e Street Fighter 6. No entanto, como vimos, a empresa possui um tesouro de propriedades intelectuais adormecidas que, se revitalizadas, poderiam não apenas aumentar seu portfólio, mas também revolucionar segmentos inteiros do mercado de jogos.

De RPGs como Breath of Fire a jogos de ação inovadores como Strider e Bionic Commando, passando por franquias de horror como Dino Crisis e clássicos de luta como Darkstalkers e Marvel vs. Capcom, cada uma dessas séries tem potencial único no cenário atual. Mesmo projetos cancelados como Deep Down continuam a fascinar jogadores anos após seu anúncio.

A estratégia de revitalização de clássicos através de remakes e sequências de alta qualidade já provou ser extremamente bem-sucedida para a Capcom com Resident Evil e Street Fighter. Expandir essa abordagem para outras franquias históricas parece ser não apenas uma oportunidade de negócio, mas também uma forma de preservar e celebrar o rico legado da empresa.

Quais dessas franquias você mais gostaria de ver retornando? Deixe seu comentário e participe desta conversa sobre o futuro dessas séries icônicas que marcaram gerações de jogadores.

Leave A Comment

You must be logged in to post a comment.

Back to Top