
Meta revela pulseira com IA capaz de transformar gestos em comandos digitais
Meta revela pulseira com IA capaz de transformar gestos em comandos digitais
A Meta divulgou detalhes de uma inovadora pulseira inteligente capaz de transformar gestos sutis em comandos para computadores usando inteligência artificial. O dispositivo, que utiliza sensores para captar sinais elétricos dos músculos do antebraço, consegue interpretar movimentos dos dedos e traduzi-los para ações digitais como digitação no ar, navegação e controle de interfaces sem a necessidade de teclados ou telas.
Os avanços da tecnologia foram publicados recentemente na prestigiada revista científica Nature, embora o projeto tenha sido revelado inicialmente em janeiro deste ano. Segundo os pesquisadores responsáveis, o sistema já consegue transcrever texto “escrito” no ar com velocidade considerável e detectar comandos por gestos com alta precisão.
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O coração da tecnologia é um sistema chamado eletromiografia de superfície (sEMG), que funciona de maneira não invasiva, diferentemente de outras interfaces cérebro-máquina como o chip da Neuralink de Elon Musk. A pulseira detecta externamente os sinais elétricos enviados pelo cérebro aos músculos da mão antes mesmo que o movimento seja completamente executado, permitindo uma interação mais natural com dispositivos digitais.
Para interpretar estes sinais, a Meta desenvolveu um modelo de inteligência artificial treinado com dados de milhares de voluntários. Curiosamente, os testes mostraram que modelos treinados com os dados de uma única pessoa funcionaram melhor para este indivíduo específico em 98% dos casos, devido às pequenas diferenças anatômicas e fisiológicas entre as pessoas.

Desempenho promissor em testes reais
Durante os experimentos, os pesquisadores avaliaram a eficácia da pulseira em tarefas práticas. Em um teste de escrita, os participantes simularam escrever frases no ar, como se usassem uma caneta invisível. O dispositivo conseguiu decodificar esses micro-movimentos e transcrever o texto a uma velocidade média de 20,9 palavras por minuto. Para comparação, a média de digitação em um teclado de celular é de aproximadamente 36 palavras por minuto.
Em testes de reconhecimento de gestos discretos, como navegação por toques e deslizes do polegar, a pulseira detectou 0,88 gestos por segundo. Embora esse valor seja inferior ao desempenho de controladores físicos convencionais (1,45 gestos por segundo), os cientistas argumentam que a principal vantagem da tecnologia está na liberdade de não precisar segurar nenhum objeto para interagir com sistemas digitais.
Em outro experimento focado no controle de cursor, os usuários levaram em média 1,51 segundo para atingir um alvo usando a pulseira, enquanto com um trackpad tradicional levaram apenas 0,68 segundo. Apesar da diferença, os pesquisadores defendem que em muitos cenários a conveniência pode compensar a pequena redução na velocidade.
Aplicações em acessibilidade e realidade aumentada
A Meta enxerga dois principais campos de aplicação para sua tecnologia: como interface para dispositivos de realidade aumentada e como ferramenta de acessibilidade. Para óculos de realidade aumentada, onde teclados e telas não são práticos, a pulseira ofereceria uma forma intuitiva de interação.
No campo da acessibilidade, a empresa já está realizando testes em parceria com a Universidade Carnegie Mellon, envolvendo pessoas com lesões na medula espinhal. Um aspecto particularmente promissor é que, mesmo em casos de paralisia total das mãos, os músculos ainda emitem sinais elétricos quando a pessoa tenta realizar um movimento – sinais que a pulseira poderia captar e traduzir em comandos.
Embora o projeto apresente resultados encorajadores, a tecnologia ainda está em fase de pesquisa e desenvolvimento. A Meta não divulgou previsão de lançamento comercial ou informações sobre preço do dispositivo, que pode representar um passo significativo para a forma como interagimos com computadores no futuro.
Fonte: TechCrunch
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