
Ex-líderes da Ubisoft são condenados por assédio e abusos na França
Ex-líderes da Ubisoft são condenados por assédio e abusos na França
A gigante dos games Ubisoft volta aos holofotes por motivos preocupantes. Três ex-dirigentes da empresa francesa foram condenados esta semana por comportamentos abusivos, incluindo assédio sexual e psicológico. Tommy François, Guillaume Patrux e Serge Hascöet receberam penas de prisão suspensas e multas substanciais após a justiça francesa considerar provadas as graves acusações contra eles.
Os três executivos, que deixaram a empresa em 2020 após denúncias públicas, criaram um ambiente de trabalho hostil que incluía desde humilhações sistemáticas até tentativas de agressão sexual contra funcionários. As penalidades refletem a gravidade dos atos cometidos pelos ex-líderes, que ocupavam posições de alto escalão na desenvolvedora.
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Entre os condenados, Tommy François recebeu a pena mais severa: três anos de prisão suspensa e multa de 30 mil euros. De acordo com a acusação, o ex-chefe editorial tentou forçar beijos em uma funcionária e obrigou outra a fazer bananeira enquanto usava saia, em claros episódios de assédio sexual e abuso de poder. François era responsável por decisões criativas importantes na Ubisoft, tendo influência direta no desenvolvimento de várias franquias da empresa.
Já Serge Hascöet, que era considerado o braço direito do CEO Yves Guillemot, foi condenado por abuso psicológico e cumplicidade em assédio sexual. Sua punição inclui oito meses de prisão suspensa e uma multa de 45 mil euros. Hascöet era uma figura extremamente poderosa na hierarquia da Ubisoft, com autoridade para aprovar ou cancelar projetos inteiros.
Guillaume Patrux, que atuava como diretor de projetos, completou o trio de condenados com uma sentença de 12 meses de prisão suspensa e multa de 10 mil euros por abuso psicológico. Entre os comportamentos atribuídos a Patrux estavam ameaças constantes a funcionários e um incidente particularmente chocante em que chegou a atear fogo na barba de um colega.

Cúpula da Ubisoft alega desconhecimento dos abusos
Apesar da proximidade dos condenados com a alta liderança da empresa, o CEO Yves Guillemot mantém a posição de que desconhecia completamente os abusos que ocorriam. Em declarações de 2020, quando os escândalos vieram à tona, Guillemot afirmou que “nunca abriu mão de seus valores éticos e nunca vai fazer isso”, sugerindo que foi traído por pessoas em quem confiava.
“Agora se tornou mais claro que certos indivíduos traíram a confiança que coloquei neles e não corresponderam aos valores compartilhados da Ubisoft“, declarou o CEO na época. Essa posição tem sido alvo de críticas, especialmente considerando que Hascöet era seu braço direito e tinha acesso direto e constante ao CEO.
A reação dos funcionários também levanta dúvidas sobre a eficácia das mudanças implementadas. Mesmo após a saída dos executivos problemáticos, diversos relatos internos indicam que a cultura tóxica persistiu. Funcionários manifestaram publicamente que, apesar das promessas de transformação, o ambiente de trabalho não apresentou melhorias significativas nos anos seguintes.
O caso se insere em um contexto mais amplo de dificuldades para a Ubisoft. Além da crise de imagem provocada pelos escândalos de assédio, a empresa enfrenta sérios desafios financeiros. Em 2025, precisou realizar uma grande reestruturação, que incluiu um investimento bilionário da gigante chinesa Tencent e a reorganização de suas principais franquias sob uma nova estrutura corporativa.
Fonte: Eurogamer
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