
Mesmo com sanções dos EUA, China deve liderar produção global de chips até 2030
Mesmo com sanções dos EUA, China deve liderar produção global de chips até 2030
A China está a caminho de assumir, até o fim da década, a liderança global na produção de chips. Segundo dados da consultoria Yole Group, o país pode concentrar 30% da capacidade instalada mundial de foundries até 2030 — o suficiente para ultrapassar Taiwan, atual líder com 23%.
Essa expansão ocorre mesmo diante das sanções impostas pelos Estados Unidos, que vêm dificultando o acesso da indústria chinesa às tecnologias mais avançadas de fabricação. Ainda assim, o impulso interno é forte: com apoio maciço do governo, o país tem acelerado a construção de fábricas e investido pesadamente em autossuficiência tecnológica.
Crescimento acelerado e novas fábricas no radar
Só em 2024, a produção chinesa alcançou 8,85 milhões de wafers por mês — um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. Para 2025, a projeção é de 10,1 milhões por mês.
Esse avanço tem base concreta: foram inauguradas 18 novas fabs, incluindo unidades de destaque como a da Huahong Semiconductor, que iniciou a produção em uma planta de 12 polegadas em Wuxi no primeiro trimestre deste ano.
O paradoxo americano: maior consumidor, baixa produção
Enquanto isso, os Estados Unidos enfrentam um desequilíbrio preocupante. Embora respondam por cerca de 57% da demanda global de chips, detêm apenas 10% da capacidade produtiva. O restante vem principalmente de Taiwan, Coreia do Sul, China e outros players asiáticos.
Para tentar reverter esse quadro, o país vem apostando em novos projetos locais. A TSMC está construindo fábricas no Arizona — com planos ambiciosos de produzir até 30% de seus chips avançados em solo americano. Intel, Samsung, Micron, GlobalFoundries e Texas Instruments também têm obras em andamento que devem reforçar a capacidade interna nos próximos anos.
Mas quantidade é igual a qualidade?
Apesar do crescimento impressionante da China em volume de produção, o relatório não entra em detalhes sobre o nível tecnológico dos chips produzidos por lá.
Isso importa — e muito. Com as restrições de exportação impostas pelos EUA, empresas chinesas enfrentam dificuldades para obter máquinas de litografia de ponta e softwares avançados de design (EDA), elementos essenciais para fabricar os chips mais modernos.
Para contornar essa limitação, o governo chinês está investindo bilhões em tecnologias próprias. A meta é preencher essas lacunas e alcançar autonomia total, inclusive no nível mais sofisticado da cadeia de semicondutores.
Você também deve ler!
Samsung adia chips de 1,4nm para 2028 — e foca tudo nos 2nm para tentar virar o jogo
Leave A Comment
You must be logged in to post a comment.