Por que algumas placas de vídeo têm duas BIOS (dual BIOS)?
Por que algumas placas de vídeo têm duas BIOS (dual BIOS)?
Se você já fuçou o mundo das placas de vídeo, talvez tenha notado que alguns modelos vêm com um interruptorzinho misterioso ou menções a “dual BIOS”. Mas o que isso significa na prática? Por que algumas GPUs têm mais de uma BIOS?
Vamos descomplicar essa história e mostrar por que esse recurso pode ser um diferencial interessante, seja você um gamer casual ou um entusiasta hardcore.
O que é a BIOS de uma placa de vídeo?
Antes de mergulhar no “porquê”, vale explicar o básico. A BIOS (Basic Input/Output System) de uma placa de vídeo é como o cérebro das configurações dela. É onde ficam guardadas informações cruciais, como a velocidade do clock, o limite de energia e até como os ventiladores vão se comportar. Em resumo, ela dita como sua GPU vai funcionar desde o momento em que você liga o PC.
Agora, imagine ter duas BIOS na mesma placa. Isso significa que você tem dois conjuntos de configurações prontos para usar, e pode alternar entre eles com um interruptor físico ou, em alguns casos, via software. Mas por que alguém precisaria disso? Vamos aos motivos.

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Perfis de desempenho: um modo para cada ocasião
Uma das razões mais comuns para ter duas BIOS é oferecer perfis de desempenho diferentes. Pense nisso como ter dois modos de dirigir no seu carro: um para economizar combustível e outro para pisar fundo. Nas placas de vídeo, isso se traduz em modos como “Desempenho” e “Silencioso”.
Por exemplo, a Sapphire 6800 Nitro+ tem um modo “Desempenho” que aumenta as velocidades do clock para extrair o máximo de FPS nos jogos mais pesados, e um modo “Silencioso” que reduz o barulho dos ventiladores e o calor, perfeito para assistir a um filme ou trabalhar. Usuários da Comunidade AMD já compartilharam que o manual dessas placas explica direitinho essa diferença entre “Primário” (focado em potência) e “Secundário” (mais econômico).
Outro caso é a EVGA FTW3 1080 Ti Hybrid, que oferece até um “OC Mode” para overclocking leve e um “Quiet Standard” para quem prefere silêncio. Isso é ótimo porque você pode adaptar a placa ao que está fazendo sem precisar mexer em configurações complicadas.
- Segurança: um plano B para Emergências
Ninguém gosta de pensar nisso, mas às vezes as coisas dão errado. Uma atualização de firmware que falha ou uma configuração maluca podem “brickar” a BIOS, deixando sua placa de vídeo instável ou até inutilizável. É aí que a segunda BIOS brilha.
Ter uma BIOS reserva é como carregar um pneu sobressalente no carro. Se a BIOS principal der problema, você simplesmente alterna para a secundária e continua usando a GPU normalmente. Em fóruns como o Tom’s Hardware, usuários contam que já salvaram suas placas assim, especialmente depois de tentar atualizações arriscadas ou overclocking agressivo. Essa segurança extra é um alívio, principalmente para quem gosta de experimentar.
- Overclocking: liberdade para entusiastas
Se você é do tipo que adora espremer cada gota de desempenho da sua GPU, a dual BIOS é sua melhor amiga. Com duas BIOS, você pode manter uma com as configurações padrão (segura e estável) e usar a outra para testar overclocks malucos, ajustando clocks, voltagens e curvas de ventilador.
No Reddit, alguns entusiastas compartilharam que usam a segunda BIOS para configurações sazonais, como um “overclock de inverno” (quando o PC aguenta mais calor) e outro para o verão. Se o overclock der errado e a placa começar a travar, é só voltar para a BIOS padrão e pronto, sem dor de cabeça. Isso dá uma liberdade enorme para experimentar sem medo de quebrar tudo.
- Personalização e compatibilidade
Além dos benefícios óbvios, a dual BIOS também abre portas para personalização. Fabricantes como Gigabyte, por exemplo, facilitam a troca entre BIOS com um interruptor físico, como visto em discussões no Linus Tech Tips. Isso é bem prático para quem quer ajustar a GPU sem depender de softwares.
Em casos mais raros, a segunda BIOS pode oferecer suporte a sistemas mais antigos (legacy) ou configurações UEFI, embora isso não seja tão comum hoje em dia. O foco principal ainda é dar flexibilidade para o usuário final.
Como funciona na prática?
Na maioria das placas, o interruptor de BIOS é um pequeno switch na lateral da GPU. Para trocar de BIOS, você geralmente precisa desligar o PC, mudar o interruptor e, em alguns casos, reinstalar os drivers (especialmente em modelos da EVGA, segundo o TechPowerUp). Algumas placas mais modernas permitem fazer isso via software, mas o método físico ainda é o mais comum.
Um detalhe importante: mexer na BIOS pode anular a garantia, dependendo do fabricante. Então, antes de sair fuçando, vale checar as políticas da marca e tomar cuidado.
Vale a pena?
Nem todo mundo precisa de uma placa com dual BIOS. Se você só joga casualmente ou usa o PC para trabalho, talvez nunca toque no interruptor. Mas para quem curte personalizar, fazer overclock ou simplesmente quer uma camada extra de segurança, esse recurso é um baita diferencial.
No fim das contas, a dual BIOS é como um canivete suíço para sua GPU: versátil, seguro e pronto para diferentes situações. Seja para extrair cada FPS possível, manter o silêncio no quarto ou salvar sua placa de um desastre, ter duas BIOS é uma carta na manga que faz toda a diferença.
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Você sabia que uma GPU topo de linha não é tão importante para um PC Gamer de jogos competitivos?
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