Por que algumas placas de vídeo têm duas BIOS (dual BIOS)?

Por que algumas placas de vídeo têm duas BIOS (dual BIOS)?

Se você já fuçou o mundo das placas de vídeo, talvez tenha notado que alguns modelos vêm com um interruptorzinho misterioso ou menções a “dual BIOS”. Mas o que isso significa na prática? Por que algumas GPUs têm mais de uma BIOS?

Vamos descomplicar essa história e mostrar por que esse recurso pode ser um diferencial interessante, seja você um gamer casual ou um entusiasta hardcore.

O que é a BIOS de uma placa de vídeo?

Antes de mergulhar no “porquê”, vale explicar o básico. A BIOS (Basic Input/Output System) de uma placa de vídeo é como o cérebro das configurações dela. É onde ficam guardadas informações cruciais, como a velocidade do clock, o limite de energia e até como os ventiladores vão se comportar. Em resumo, ela dita como sua GPU vai funcionar desde o momento em que você liga o PC.

Agora, imagine ter duas BIOS na mesma placa. Isso significa que você tem dois conjuntos de configurações prontos para usar, e pode alternar entre eles com um interruptor físico ou, em alguns casos, via software. Mas por que alguém precisaria disso? Vamos aos motivos.

ASUS ROG STRIX RTX 2070 SUPER O8G GAMING
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  1. Perfis de desempenho: um modo para cada ocasião

Uma das razões mais comuns para ter duas BIOS é oferecer perfis de desempenho diferentes. Pense nisso como ter dois modos de dirigir no seu carro: um para economizar combustível e outro para pisar fundo. Nas placas de vídeo, isso se traduz em modos como “Desempenho” e “Silencioso”.

Por exemplo, a Sapphire 6800 Nitro+ tem um modo “Desempenho” que aumenta as velocidades do clock para extrair o máximo de FPS nos jogos mais pesados, e um modo “Silencioso” que reduz o barulho dos ventiladores e o calor, perfeito para assistir a um filme ou trabalhar. Usuários da Comunidade AMD já compartilharam que o manual dessas placas explica direitinho essa diferença entre “Primário” (focado em potência) e “Secundário” (mais econômico).

Outro caso é a EVGA FTW3 1080 Ti Hybrid, que oferece até um “OC Mode” para overclocking leve e um “Quiet Standard” para quem prefere silêncio. Isso é ótimo porque você pode adaptar a placa ao que está fazendo sem precisar mexer em configurações complicadas.

  1. Segurança: um plano B para Emergências

Ninguém gosta de pensar nisso, mas às vezes as coisas dão errado. Uma atualização de firmware que falha ou uma configuração maluca podem “brickar” a BIOS, deixando sua placa de vídeo instável ou até inutilizável. É aí que a segunda BIOS brilha.

Ter uma BIOS reserva é como carregar um pneu sobressalente no carro. Se a BIOS principal der problema, você simplesmente alterna para a secundária e continua usando a GPU normalmente. Em fóruns como o Tom’s Hardware, usuários contam que já salvaram suas placas assim, especialmente depois de tentar atualizações arriscadas ou overclocking agressivo. Essa segurança extra é um alívio, principalmente para quem gosta de experimentar.

  1. Overclocking: liberdade para entusiastas

Se você é do tipo que adora espremer cada gota de desempenho da sua GPU, a dual BIOS é sua melhor amiga. Com duas BIOS, você pode manter uma com as configurações padrão (segura e estável) e usar a outra para testar overclocks malucos, ajustando clocks, voltagens e curvas de ventilador.

No Reddit, alguns entusiastas compartilharam que usam a segunda BIOS para configurações sazonais, como um “overclock de inverno” (quando o PC aguenta mais calor) e outro para o verão. Se o overclock der errado e a placa começar a travar, é só voltar para a BIOS padrão e pronto, sem dor de cabeça. Isso dá uma liberdade enorme para experimentar sem medo de quebrar tudo.

  1. Personalização e compatibilidade

Além dos benefícios óbvios, a dual BIOS também abre portas para personalização. Fabricantes como Gigabyte, por exemplo, facilitam a troca entre BIOS com um interruptor físico, como visto em discussões no Linus Tech Tips. Isso é bem prático para quem quer ajustar a GPU sem depender de softwares.

Em casos mais raros, a segunda BIOS pode oferecer suporte a sistemas mais antigos (legacy) ou configurações UEFI, embora isso não seja tão comum hoje em dia. O foco principal ainda é dar flexibilidade para o usuário final.

Como funciona na prática?

Na maioria das placas, o interruptor de BIOS é um pequeno switch na lateral da GPU. Para trocar de BIOS, você geralmente precisa desligar o PC, mudar o interruptor e, em alguns casos, reinstalar os drivers (especialmente em modelos da EVGA, segundo o TechPowerUp). Algumas placas mais modernas permitem fazer isso via software, mas o método físico ainda é o mais comum.

Um detalhe importante: mexer na BIOS pode anular a garantia, dependendo do fabricante. Então, antes de sair fuçando, vale checar as políticas da marca e tomar cuidado.

Vale a pena?

Nem todo mundo precisa de uma placa com dual BIOS. Se você só joga casualmente ou usa o PC para trabalho, talvez nunca toque no interruptor. Mas para quem curte personalizar, fazer overclock ou simplesmente quer uma camada extra de segurança, esse recurso é um baita diferencial.

No fim das contas, a dual BIOS é como um canivete suíço para sua GPU: versátil, seguro e pronto para diferentes situações. Seja para extrair cada FPS possível, manter o silêncio no quarto ou salvar sua placa de um desastre, ter duas BIOS é uma carta na manga que faz toda a diferença.

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Você sabia que uma GPU topo de linha não é tão importante para um PC Gamer de jogos competitivos?

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