De aliados a inimigos: entenda a explosiva treta Entre Elon Musk e Donald Trump

De aliados a inimigos: entenda a explosiva treta Entre Elon Musk e Donald Trump

Durante meses, Elon Musk foi o aliado mais influente do presidente Donald Trump. Seu apoio financeiro, estratégico e digital ajudou a pavimentar o retorno de Trump ao poder. Em troca, Musk conquistou uma posição de destaque no governo, liderando o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) e fortalecendo os laços de suas empresas com a máquina estatal.

Mas o que parecia uma aliança inquebrantável entre Elon Musk e Donald Trump se transformou numa guerra aberta de acusações que promete abalar as estruturas do poder americano. E o mundo agora acompanha, em tempo real, uma guerra aberta que envolve não apenas interesses pessoais, mas contratos bilionários, reputações globais e até ameaças de deportação.

O Estopim: Uma Lei Tributária de US$ 2,4 Trilhões

A fagulha que incendiou a relação surgiu com o “One Big Beautiful Bill” (Grande e Belo Projeto de Lei), uma ambiciosa reforma tributária republicana que prevê aumentar o déficit americano em US$ 2,4 trilhões até 2034. Para Musk, a legislação representa exatamente o oposto do que ele defendeu durante seus 130 dias no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

O CEO da Tesla classificou a proposta como uma “abominação repugnante” em suas redes sociais, atacando diretamente uma das principais bandeiras de Trump. “Está repleta de gastos supérfluos”, declarou Musk, iniciando uma escalada que culminaria em acusações devastadoras de ambos os lados. O empresário também disse que não aguentava mais não criticar o pacote.

A traição que mudou Tudo: O caso NASA

O verdadeiro ponto de ruptura aconteceu quando Trump retirou a indicação de Jared Isaacman para administrar a NASA. Isaacman, empresário multimilionário e aliado próximo de Musk, havia pilotado várias missões da SpaceX e representava uma ponte estratégica entre os interesses comerciais do magnata e o governo federal.

Para Musk, que investiu mais de US$ 200 milhões na campanha de Trump, a decisão foi interpretada como uma traição direta. Segundo fontes próximas, o empresário reclamou com associados: “Não doei centenas de milhões para que Trump sabotasse meus negócios”.

O vale-tudo dos egos feridos

O conflito explodiu publicamente quando Musk começou a fazer acusações extraordinárias contra Trump. Em sua plataforma X, o bilionário afirmou que “Trump está na lista de Epstein”, referindo-se aos arquivos não divulgados relacionado ao caso Jeffrey Epstein.

 

Trump respondeu com igual virulência, ameaçando cancelar todos os contratos governamentais com empresas de Musk. “Seria a maneira mais fácil de economizar bilhões e bilhões de dólares em nosso orçamento”, postou o presidente em sua Truth Social.

 

A resposta de Musk foi dramática: ameaçou desmantelar imediatamente a nave Dragon da SpaceX, utilizada pela NASA para transportar astronautas à Estação Espacial Internacional. Horas depois, pressionado por seguidores, recuou da ameaça com um lacônico “bom conselho, ok”.

 

A tensão ficou evidente até nos mercados: as ações da Tesla despencaram 14% em um único dia.

A carta na manga de Trump: status de imigração

Um elemento adicional complica a situação de Musk. Steve Bannon e outros aliados de Trump começaram a questionar publicamente o status de imigração do empresário, que possui tripla nacionalidade (África do Sul, Canadá e EUA desde 2002).

Seth Abramson, biógrafo de Musk, acredita que essa ameaça velada de revisão dos documentos de nacionalização foi o que fez o bilionário recuar de algumas de suas posições mais agressivas.

Simultaneamente, Trump demonstrou estar disposto a usar o Estado como ferramenta de ataque, ameaçando não só contratos mas também aliados de Musk ainda presentes no governo.

Consequências para o Ecossistema Republicano

O conflito está causando ondas sísmicas no Partido Republicano. Estrategistas republicanos entrevistados pela WIRED revelaram que Musk se tornou “tóxico” entre alguns congressistas, com vários políticos sendo aconselhados a “ficar do lado dos eleitores, não de Elon Musk”.

A situação é particularmente delicada para senadores republicanos que enfrentam reeleição, forçados a escolher entre o apoio financeiro de Musk e a lealdade a Trump. 

Musk segue dobrando a aposta na exposição do panorama que ele acha que os EUA irão parar com a maneira como Trump está conduzindo sua administração. Em post publicado ontem (05), o empresário afirmou que “as tarifas de Trump causarão uma recessão no segundo semestre deste ano”.

 

Mus também brincou com o fato de uma informação que caiu na midia recentemente, a sua possível dependência em cetamina, um anestésico com efeitos alucinógenos. Musk compartilhou um meme que mostra uma queda de braço. De um lado Musk com cetamina, do outro Trump na lista de Epstein e os usuários do X no centro disso tudo, acompanhando essa tensão.

 

 

Do lado de Trump, em uma postagem na sua rede social, o presidente afirmou que não se importa que Elon se volte contra ele, e afirmou que está conduzindo um dos maiores projetos de lei já apresentados ao Congresso. 

“É um corte recorde em despesas, 1,6 trilhão de dólares, e o maior corte de impostos já concedido. Se este projeto de lei não for aprovado, haverá um aumento de 68% nos impostos — e coisas muito piores do que isso. Eu não criei essa bagunça, estou aqui apenas para CORRIGI-LA. Isso coloca nosso país em um caminho de grandeza. FAÇA A AMÉRICA GRANDE DE NOVO!”, completou.

O futuro da aliança improvável

“Trump tem mais três anos e meio como presidente, mas ficarei aqui por mais de 40 anos”, escreveu Musk no X, sinalizando uma perspectiva de longo prazo que vai além do atual mandato presidencial.

O empresário chegou a criar uma enquete em sua plataforma perguntando sobre a conveniência de fundar um terceiro partido político, “representando os 80% da população” que se situa entre democratas e republicanos”.

 

Essa disputa tem tudo para seguir escalando nos próximos dias, estamos diante de um ringue pesado, em que o grande ponto de energia dos oponentes não está no poder e no dinheiro, mas sim no ego. Vamos aguardar os próximos capítulos. 

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