Elon Musk está saindo da Casa Branca. Ou será que não?

Elon Musk está saindo da Casa Branca. Ou será que não?

Elon Musk, o bilionário por trás de empresas como Tesla e SpaceX, anunciou recentemente que planeja reduzir seu envolvimento político e focar mais em seus negócios. Para muitos, isso soa como um adeus à sua influente posição no governo de Donald Trump, onde ele liderou esforços controversos de redução de custos federais. Mas será que Musk está realmente se afastando?

Não tão rápido. Apesar de suas palavras, o magnata da tecnologia continua com tentáculos profundos em Washington, e sua influência não parece estar diminuindo. Vamos explorar o que está por trás dessa suposta saída e por que Musk ainda é uma força poderosa nos bastidores.

Um passo atrás, mas não fora do jogo

Elon Musk no Qatar Economic Forum em participação remota
Elon Musk no Qatar Economic Forum em participação remota

Durante um fórum econômico no Qatar que aconteceu agora em maio, Elon Musk sinalizou que pretende reduzir drasticamente seus gastos políticos, afirmando que “não vê motivo” para continuar financiando campanhas no momento. Ele também indicou que passará menos tempo em Washington, voltando sua atenção para a Tesla, que enfrenta quedas nas vendas e desafios de imagem.

Essa declaração veio após uma derrota significativa em Wisconsin, onde Musk investiu milhões em uma campanha para eleger um juiz conservador à Suprema Corte estadual, mas viu seu candidato perder por ampla margem. Para alguns, isso sugere que o bilionário está recuando após perceber que sua popularidade não é tão grande quanto imaginava.

No entanto, é difícil acreditar que Musk, conhecido por sua sede de influência, vai simplesmente se retirar. Ele investiu quase US$ 300 milhões na campanha de Trump em 2024, tornando-se o maior doador individual da eleição. Essa quantia não é apenas um cheque em branco, é um investimento estratégico para garantir que suas empresas continuem lucrando com contratos governamentais e políticas favoráveis.

A máquina de influência continua funcionando

Elon Musk
Elon Musk

Mesmo que Musk passe menos tempo na Casa Branca, sua presença ainda é sentida. Ele liderou o chamado Department of Government Efficiency (DOGE), um grupo que promove cortes agressivos em agências federais, desde a Administração de Segurança Social até o Departamento de Segurança Interna. Embora Musk possa não estar mais brandindo a “motosserra” pessoalmente, sua equipe continua implementando sua visão de desmantelar serviços públicos. Esses cortes, muitas vezes caóticos, afetaram programas essenciais e geraram críticas por sua falta de transparência e impacto em benefícios sociais.

Além disso, Musk parece ter alcançado um de seus principais objetivos: frear investigações contra suas empresas. Agências como a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e o Departamento do Interior, que investigavam Tesla, SpaceX e outras companhias de Musk, sofreram demissões de pessoal-chave ou tiveram suas operações enfraquecidas. Isso sugere que, mesmo com menos holofotes, Musk mantém uma influência significativa para proteger seus interesses.

Contratos bilionários e ambições espaciais

Golden Dome
Golden Dome

Os negócios de Musk estão intrinsecamente ligados ao governo. Suas empresas, como a SpaceX, já garantiram US$ 13 bilhões em contratos federais nos últimos cinco anos. Recentemente, a administração Trump pressionou autoridades na Gâmbia para aprovar o serviço Starlink, da SpaceX, e há planos para redirecionar bilhões de dólares de um projeto de banda larga rural para favorecer a tecnologia de Musk, mesmo que menos eficiente.

Além disso, Trump anunciou um ambicioso projeto de defesa antimísseis, o “Golden Dome”, que pode custar centenas de bilhões. Adivinhe quem está de olho nesse contrato? A SpaceX, claro. E, para realizar seu sonho de colonizar Marte, Musk precisa do apoio financeiro e logístico do governo. Esses interesses financeiros garantem que ele não se afastará completamente de Washington.

O impacto de Elon Musk permanece

Musk adora os holofotes, e sua relação próxima com Trump reforça isso. Ele esteve presente em momentos-chave, como a assinatura de ordens executivas e encontros com líderes mundiais. Recentemente, ele estava ao lado de Trump quando o presidente fez comentários polêmicos sobre um suposto “genocídio branco” na África do Sul, uma narrativa que ecoa as visões controversas que Musk amplifica em sua plataforma X. Essa proximidade sugere que ele continuará sendo uma voz influente, mesmo que informalmente.

A filosofia de Musk, que muitos chamam de “Muskismo”, continua moldando o governo Trump. Sua visão de que quase tudo que o governo faz é ineficiente ou desnecessário ganhou força entre os republicanos, que adotaram uma versão radical do conservadorismo de “governo pequeno”. Mesmo que Musk reduza sua presença física, sua influência ideológica e os aliados que ele instalou em agências federais garantirão que suas ideias continuem a reverberar.

Ou seja, com bilhões em contratos governamentais, uma plataforma de mídia poderosa e uma relação próxima com Trump, é improvável que ele desapareça da política. Pelo contrário, ele provavelmente continuará agindo nos bastidores, garantindo que suas empresas prosperem e suas visões prevaleçam. Para o bem ou para o mal, Musk permanece uma força a ser reconhecida.

Fonte: thedailybeast

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