Criador de conteúdo brasileiro perde R$100 mil em equipamentos durante Festival de Cannes
Criador de conteúdo brasileiro perde R0 mil em equipamentos durante Festival de Cannes
Imagine estar prestes a realizar o sonho de entrevistar um dos maiores atores brasileiros em um dos festivais de cinema mais prestigiados do mundo, e de repente ver todo seu equipamento de trabalho desaparecer. Este foi o pesadelo vivido pelo influenciador Léo Paiva, fundador do podcast “Os Nordestinos Pelo Mundo”, durante sua cobertura do Festival de Cannes 2025, na França. Em um estacionamento subterrâneo da cidade, ele teve todos os seus equipamentos de gravação furtados, resultando em um prejuízo que ultrapassou os R$100 mil.
O que torna a situação ainda mais irônica é que, conforme relatado pelo próprio Léo em entrevista, nunca antes ele havia sido assaltado em território brasileiro enquanto produzia conteúdo. “Nunca fui assaltado no Brasil em nenhum trabalho, nem sequer parecido, nem nas turnês do Rio, São Paulo, Natal ou São Luís. Aconteceu logo aqui, na França, em Cannes“, lamentou o criador de conteúdo.
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Impacto do furto na cobertura do festival
O furto ocorreu no domingo (18), momentos antes de Léo realizar uma entrevista longamente planejada com o ator Wagner Moura, que estava no festival para a estreia do filme “O Agente Secreto”. A perda incluía três câmeras profissionais, dois notebooks (incluindo um Apple MacBook), HDs com backups, microfones e mesa de som – praticamente todo o material necessário para a produção de conteúdo de alta qualidade.
O impacto emocional foi imediato. Mesmo tentando manter a compostura, Léo não conseguiu prosseguir com a entrevista quando finalmente encontrou Wagner Moura: “Comecei a chorar. Estava de frente para o cara que trabalhei anos para estar, e não estava bem emocionalmente.” Em um gesto de solidariedade, o ator interrompeu a gravação, ofereceu apoio e prometeu um novo encontro em Salvador para realizarem a conversa com calma.
Falta de suporte das autoridades locais
Além do choque pela perda material, Léo enfrentou outro desafio: a aparente indiferença das autoridades francesas. Segundo seu relato, os policiais locais se recusaram a registrar o boletim de ocorrência no mesmo dia do furto, alegando não haver ninguém disponível para o procedimento. O registro só foi realizado no dia seguinte, com pouca esperança de recuperação dos itens.
“Foi um dos maiores absurdos que já vi. Fomos à delegacia no domingo e os policiais disseram que não havia ninguém para fazer boletim naquele dia. Estavam fumando do lado de fora e disseram que nada podia ser feito”, relatou o influenciador, que sentiu um completo abandono durante a situação.
Mobilização nas redes e apoio da comunidade
Frente ao desafio, a comunidade ao redor de Léo se mobilizou rapidamente. Uma vaquinha virtual foi criada com o objetivo de arrecadar os R$100 mil necessários para repor os equipamentos perdidos. A resposta foi surpreendente, com mais de mil apoiadores contribuindo e alcançando mais de R$84 mil em pouco tempo.
O apoio veio de diversos setores, incluindo artistas como Solange Almeida e Tico Santa Cruz, além de ex-convidados do podcast, disponível nas plataformas de streaming. “Ver os artistas que participaram do programa doando e pedindo ajuda por nós é muito lindo. Me faz sentir que estamos fazendo nosso trabalho direito”, comentou Léo.
A importância do trabalho independente
Mesmo diante do revés, Léo Paiva mantém-se determinado a continuar seu trabalho. Com contratos com marcas no Brasil e compromissos a cumprir, parar não é uma opção considerada pelo influenciador. “Eu não posso parar, nem que tenha que pedir ajuda a amigos com câmeras. Parar não é uma opção, mesmo depois de um golpe desses”, afirmou.
O episódio também ilumina os desafios enfrentados por criadores de conteúdo independentes, especialmente aqueles que produzem fora do eixo Rio-São Paulo. A dificuldade em convencer patrocinadores sobre o valor do conteúdo produzido no Nordeste é uma batalha diária, segundo Léo, que destaca a importância da descentralização da produção de mídia no Brasil.
“Se não fosse a comunidade nordestina dos nove estados e do nosso Ceará, estaríamos hoje fechando as portas. Foi essa comunidade que criou a vaquinha, que se mobilizou, que não nos deixou cair”, reconheceu o influenciador, destacando a força da rede de apoio que construiu ao longo dos anos.
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