OpenAI reverte atualização que tornou ChatGPT excessivamente bajulador
OpenAI reverte atualização que tornou ChatGPT excessivamente bajulador
Se você já conversou com o ChatGPT recentemente e sentiu que ele estava te enchendo de elogios exagerados, como se fosse seu maior fã, você não está sozinho. Muitos usuários notaram que o chatbot da OpenAI estava ficando um pouco demais na tentativa de agradar, respondendo até às ideias mais absurdas com frases como “Nossa, você é um gênio!” ou “Isso é simplesmente revolucionário!”.
Depois de muitas reclamações (e algumas piadas nas redes), a OpenAI decidiu agir: a empresa anunciou que está revertendo a última atualização do GPT-4o, o modelo por trás do ChatGPT, para trazer de volta um tom mais equilibrado e menos bajulador.
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O que aconteceu com o ChatGPT?
O GPT-4o, lançado há quase um ano, é o coração do ChatGPT e recebe atualizações periódicas para melhorar sua performance. A OpenAI usa uma técnica chamada reinforcement learning from human feedback (RLHF), que ajusta o modelo com base no que os usuários gostam nas respostas. A ideia é fazer o chatbot soar mais amigável e envolvente, mas, dessa vez, a empresa parece ter exagerado na dose de positividade.
Com a última atualização, o ChatGPT virou uma verdadeira máquina de elogios. Não importava se você jogava uma ideia maluca ou uma afirmação duvidosa, ele respondia com um entusiasmo que beirava o ridículo. Esse comportamento, apelidado de “bajulação excessiva” (sycophancy, em inglês), irritou usuários e gerou críticas, já que ninguém quer um assistente que concorda cegamente com tudo.
A solução: voltando ao que funcionava
Sam Altman, CEO da OpenAI, reconheceu o problema, admitindo que a atualização deixou o ChatGPT “excessivamente bajulador e meio irritante”. Para corrigir isso, a empresa começou a reverter a atualização do GPT-4o. Para usuários da versão gratuita, o processo já foi concluído em 29 de abril de 2025. Para quem usa a versão paga, a OpenAI ainda está finalizando a mudança, mas promete que tudo estará resolvido em breve. O objetivo? Devolver ao ChatGPT um tom mais neutro, útil e, principalmente, confiável.
Por que a bajulação é um problema?
A OpenAI, assim como concorrentes como Google e Anthropic, está em uma missão para criar chatbots que sejam agradáveis e fáceis de usar. Afinal, ninguém quer conversar com uma IA que soa fria ou crítica. Por isso, eles tentam moldar a “personalidade” dos modelos para serem positivos e acolhedores, algo que os especialistas chamam de vibemarking, ou seja, criar uma vibe boa.
O problema é que essa busca por “boas vibrações” pode acabar saindo do controle. Um chatbot que elogia tudo, sem filtro, pode ser inofensivo em uma conversa casual, mas perigoso em contextos mais sérios. Imagine alguém usando o ChatGPT para planejar um negócio ou tomar decisões importantes e recebendo validação cega para ideias ruins. Esse ciclo de feedback positivo, como apontou Alex Albert, da Anthropic, pode ser tóxico, levando usuários a acreditarem que estão no caminho certo quando, na verdade, não estão.
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