Vai dar certo? Rio AI City: o plano que visa transformar o RJ em potência global de inteligência artificial

Vai dar certo? Rio AI City: o plano que visa transformar o RJ em potência global de inteligência artificial

Durante a abertura do Web Summit Rio 2025, o prefeito Eduardo Paes revelou um projeto que pode reposicionar o Rio de Janeiro no mapa global da tecnologia. Batizado de Rio AI City, o plano prevê a criação de um dos maiores hubs de inteligência artificial do mundo até 2032, com infraestrutura de ponta voltada à operação de supercomputadores e centros de dados de alta performance.

web summit Rio

Meta: virar referência mundial em IA até 2032

Com uma proposta arrojada, o complexo será construído na Barra da Tijuca, em torno do Parque Olímpico. O espaço, que já conta com boa infraestrutura e acesso a energia e cabos submarinos, foi escolhido estrategicamente para abrigar instalações capazes de operar com até 3 gigawatts de potência. A primeira fase, prevista para 2027, mira em 1,8 GW.

Tudo será alimentado por fontes de energia limpa e sistemas de resfriamento baseados em água, com a promessa de garantir latência praticamente zero para aplicações críticas de IA — um atrativo para empresas que dependem de computação intensiva em tempo real.

Mirando o futuro

A prefeitura iniciou uma ofensiva internacional em busca de parceiros. O vice-prefeito Eduardo Cavaliere revelou que já esteve em Abu Dhabi e Doha, enquanto Paes se prepara para uma agenda intensa nos Estados Unidos, com reuniões programadas em São Francisco, Los Angeles e Seattle. Empresas como Nvidia, Meta, OpenAI e X estão na mira, assim como fundos de investimento especializados em inovação e infraestrutura tecnológica.

A ideia é estruturar o projeto como uma parceria público-privada, envolvendo diferentes agentes da cadeia produtiva, desde construtoras e operadoras de data center até fornecedores de soluções em nuvem e redes de alto desempenho.

“Temos uma área extensa, com infraestrutura pronta para receber esses centros de dados”, disse Cavaliere durante coletiva no Web Summit. “Agora é garantir que os investidores saibam disso.”

Porto Maravilha, Maravalley e uma rede de inovação integrada

O Rio AI City não vai funcionar isolado. O projeto está diretamente conectado ao Porto Maravilha, região central que já abriga o IMPA Tech e o Porto Maravalley, hubs tecnológicos com vocação para pesquisa, desenvolvimento e startups. Paes quer transformar essa malha urbana em uma espinha dorsal para a nova economia do conhecimento.

Outro pilar do ecossistema será o Mata Maravilha, uma proposta de R$ 4,5 bilhões que envolve a criação de uma nova marina, centros tecnológicos, hotéis e áreas de lazer, ocupando mais de 200 mil m².

Essa teia de projetos tem um objetivo claro: mostrar que inovação pode caminhar lado a lado com qualidade de vida, sustentabilidade e geração de renda. A prefeitura aposta que o apelo da cidade, aliado a investimentos consistentes, vai atrair desde pequenas startups até gigantes da tecnologia.

Ainda sem data para começar, mas com os olhos no longo prazo

Apesar da ambição, a prefeitura ainda não apresentou um cronograma definitivo para o início das obras. Também não há uma estimativa oficial de quanto será necessário investir para tirar o projeto do papel.

Sidney Levy, presidente da Invest.Rio, reconheceu que a proposta ainda está em construção. “O que temos agora é um compromisso público de montar a infraestrutura e oferecer as condições ideais. A partir disso, abrimos espaço para que os investidores façam parte da jornada”, afirmou.

Sobre a continuidade do projeto após o fim do mandato atual, Cavaliere foi direto: “O Rio AI City é um projeto da cidade, não de uma gestão. Estamos criando as bases legais e logísticas para que ele avance independentemente de quem estiver no cargo”.

Web Summit confirmado até 2030: oito edições e R$ 1,8 bi na economia

 

No mesmo evento em que apresentou o Rio AI City, Paes anunciou também a renovação do Web Summit Rio até 2030. O acordo garante oito edições do maior evento de tecnologia do planeta na capital fluminense, consolidando o Rio como um ponto fixo no calendário global sobre a discussão em relação a inovação.

De acordo com estimativas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, da Invest.Rio e da Riotur, o impacto econômico direto e indireto desses eventos pode ultrapassar R$ 1,8 bilhão. Só a edição de 2025 deve injetar mais de R$ 170 milhões na economia local, com destaque para o setor hoteleiro.

“Essa é a visão que estamos construindo: uma cidade que respira inovação, atrai talentos e se conecta com o mundo de forma inteligente”, resumiu Paes.

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