Você sabia que a Samsung já fabricou tanques de guerra?

Você sabia que a Samsung já fabricou tanques de guerra?

Quando pensamos em Samsung, logo vem à cabeça smartphones brilhantes, TVs de última geração ou até geladeiras que conversam com a gente. Mas você sabia que, por um tempo, essa gigante sul-coreana também esteve no ramo de fabricar tanques de guerra e equipamentos militares?

Pois é, a Samsung já deixou sua marca no campo de batalha com a Samsung Techwin, uma divisão que misturava tecnologia de ponta com artilharia pesada. Vamos mergulhar nessa história que parece coisa de filme, mas é bem real.

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Samsung Techwin: o lado bélico da marca

Hoje em dia, a Samsung é sinônimo de inovação em eletrônicos, mas, lá nos anos 1980, ela resolveu explorar um terreno bem diferente: a indústria de defesa. Foi em 1983 que a Samsung Techwin entrou no jogo, uma divisão criada para desenvolver tecnologias voltadas para segurança, aviação e, sim, armamentos. A ideia era trazer o mesmo nível de precisão e qualidade dos produtos eletrônicos da empresa para o setor militar, com um discurso de promover “paz e estabilidade”, algo que pode soar irônico quando falamos de tanques e canhões.

A Techwin não brincava em serviço. Durante décadas, ela produziu equipamentos que iam de sistemas de vigilância a motores de jatos, mas o que realmente chamava atenção era sua linha de artilharia. Tanques, veículos de assalto anfíbio e até robôs de sentinela faziam parte do portfólio. Era como se a Samsung tivesse decidido que, além de dominar o mercado de celulares, também queria deixar sua marca nos campos de batalha.

O estrelato do K9 Thunder

Samsung K9 thunder

O grande astro da Samsung Techwin era o K9 Thunder, um obuseiro autopropulsado de 155 mm que é, até hoje, uma referência em tecnologia militar. Lançado no final dos anos 1990, o K9 combina potência, mobilidade e precisão, capaz de disparar projéteis a mais de 40 km em poucos segundos. Ele foi projetado para ser ágil no terreno, com uma suspensão que enfrenta desde desertos até montanhas cobertas de neve, e é usado por exércitos de países como Coreia do Sul, Turquia e Polônia.

O que torna o K9 ainda mais impressionante é seu parceiro inseparável, o K10, um veículo de reabastecimento de munição que funciona como um assistente robótico. O K10 se posiciona ao lado do K9 e recarrega os projéteis automaticamente, sem que os soldados precisem se expor ao perigo. É quase como se fosse um carregador de celular, mas para explosivos, e com muito mais adrenalina envolvida. Essa dupla transformou o K9 em um sistema quase autônomo, reduzindo riscos e aumentando a eficiência em combate.

K10 ammunition resupply vehicle

Além do K9, a Techwin também fabricou outros equipamentos, como versões licenciadas do obuseiro americano M109A2 e veículos de comando para coordenar ataques. Tudo isso com a mesma atenção aos detalhes que a Samsung colocava em suas câmeras e TVs na época.

Por que tanques? A lógica por trás da aventura

Você pode estar se perguntando: “Por que raios a Samsung resolveu fazer tanques?”. A resposta está na história da Coreia do Sul. Nos anos 1980, o país ainda vivia sob a sombra da Guerra Fria e a tensão constante com a Coreia do Norte. Investir em defesa era uma prioridade nacional, e grandes conglomerados como a Samsung, conhecidos como chaebols, tinham um papel enorme na economia. O governo incentivava essas empresas a diversificar, e a Samsung, já experiente em engenharia de precisão, viu uma oportunidade.

A Techwin não surgiu do nada. Antes de entrar no ramo militar, a Samsung já produzia equipamentos pesados, como escavadeiras e empilhadeiras, desde o final dos anos 1980, em sua fábrica em Changwon. Fabricar tanques foi um passo além, mas fazia sentido: a mesma expertise em eletrônica e mecânica usada em TVs podia ser aplicada em sistemas de controle de tiro ou motores de veículos blindados. Era a Samsung levando sua obsessão por inovação para um campo bem mais explosivo.

O fim da era bélica

Por mais impressionante que fosse, a aventura da Samsung no mundo militar não durou para sempre. Em 2014, a empresa decidiu vender a Samsung Techwin para o grupo Hanwha, outro conglomerado sul-coreano, por cerca de 840 bilhões de wons (algo em torno de 700 milhões de dólares na época). A partir daí, a Techwin foi rebatizada como Hanwha Techwin (e hoje é parte da Hanwha Aerospace), continuando a produzir o K9 Thunder e outros equipamentos, mas sem o logo da Samsung.

Por que a Samsung saiu desse ramo? Parte da resposta é foco. Nos anos 2010, a empresa estava dominando o mercado global de smartphones com a linha Galaxy, além de semicondutores e TVs. Manter uma divisão militar exigia investimentos enormes e lidava com questões éticas e políticas complicadas, sem contar a concorrência com gigantes como Boeing ou Lockheed Martin. Vender a Techwin permitiu que a Samsung se concentrasse no que faz de melhor: tecnologia para o consumidor.

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