
EUA elevam para 245% tarifas contra a China, que responde: “vamos ignorar”
EUA elevam para 245% tarifas contra a China, que responde: “vamos ignorar”
O governo dos Estados Unidos atualizou um documento oficial informando que algumas importações vindas da China agora enfrentam uma tarifa combinada de até 245%. A medida atinge produtos como seringas descartáveis e veículos elétricos, somando diferentes tipos de impostos que já estavam em vigor com novas taxas anunciadas recentemente.
Essa sobretaxa é formada por três componentes: uma tarifa recíproca de 125%, um imposto de 20% relacionado ao combate à crise do fentanil e taxas da Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, que variam entre 7,5% e 100% dependendo do produto.
Documento oficial confirma postura mais agressiva
Embora o texto oficial não explique exatamente como o número final foi calculado, ele deixa claro que os 245% são resultado do acúmulo de alíquotas já existentes com as novas tarifas anunciadas. O objetivo declarado é “proteger a segurança nacional” e “nivelar o campo de atuação”, deixando claro que se trata tanto de um gesto simbólico quanto de uma medida com impacto prático.
Estratégia é a mesma adotada por Trump em 2018
A decisão marca uma continuidade no uso de tarifas como ferramenta de pressão política e econômica. Foi exatamente essa abordagem que Donald Trump adotou em seu primeiro mandato, com foco em proteger a indústria americana frente à concorrência chinesa. Agora, o tom parece ainda mais agressivo.
Mas há dúvidas sobre os resultados. Estudos mostram que quem mais sente os efeitos dessas tarifas são as empresas e consumidores dos próprios EUA. Um levantamento do Peterson Institute for International Economics aponta que, durante o primeiro mandato de Trump, as tarifas contra a China geraram um custo adicional médio de US$ 1.277 por ano para cada consumidor americano.
China diz que vai ignorar tarifas e promete contra-ataque
O governo chinês respondeu duramente. Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que “as tarifas anormalmente altas impostas pelos EUA se tornaram um jogo de números sem relevância econômica”. A postura de Pequim é clara: a China “não quer uma guerra comercial, mas também não tem medo dela”.
Segundo os chineses, o movimento de Washington apenas reforça o uso de tarifas como uma arma política e uma forma de intimidação. O Ministério do Comércio da China confirmou que alguns de seus produtos já estão sendo taxados em até 245%, e classificou essa atitude como “irracional”.
Diálogo emperrado entre as potências
Mesmo diante da escalada, os dois países continuam sem se falar diretamente para resolver o impasse. A Casa Branca alega que cabe à China iniciar as conversas, enquanto Pequim afirma que só aceitará negociar “com base na igualdade e no respeito mútuo”. Nenhum dos lados dá sinais de ceder.
A guerra tarifária, ao que tudo indica, está longe do fim — e as consequências disso ainda devem repercutir no comércio global, especialmente nos setores de tecnologia, automóveis e saúde.
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