
A Niantic vendeu o Pokémon Go: o que muda para os jogadores?
A Niantic vendeu o Pokémon Go: o que muda para os jogadores?
A comunidade de Pokémon GO está vivenciando um momento histórico: a Niantic acaba de vender seu título mais bem-sucedido para a Scopely, uma gigante do mercado de jogos móveis, por impressionantes US$ 3,5 bilhões.
Esta transação, que também inclui Pikmin Bloom e Monster Hunter Now, marca o início de uma nova era para o jogo que revolucionou a forma como interagimos com nossos dispositivos móveis e o mundo ao nosso redor. Mas o que pode mudar com isso para os jogadores? Confira!
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Uma nova administração com experiência comprovada
A Scopely não é novata no mercado de jogos baseados em geolocalização. A empresa é responsável pelo fenômeno Monopoly GO, um título que quebrou recordes ao atingir US$ 3 bilhões em receita global mais rapidamente que qualquer outro jogo móvel. Esta experiência sugere que a Scopely tem competência para administrar um jogo da magnitude de Pokémon GO.
Uma notícia tranquilizadora para os fãs é que a atual equipe de desenvolvimento permanecerá intacta na transição. Isso garante continuidade no conhecimento profundo sobre o jogo e sua comunidade, evitando mudanças drásticas ou decisões que poderiam alienar os jogadores fiéis.
O papel da The Pokémon Company
É importante lembrar que a propriedade intelectual de Pokémon continua sob controle da The Pokémon Company, conhecida por proteger rigorosamente sua marca. Qualquer alteração significativa no jogo precisará passar pela aprovação da empresa japonesa, o que serve como um mecanismo de proteção contra modificações que possam comprometer a essência da franquia.
Essa é uma boa notícia para os jogadores que temem que o jogo possa sofrer muitas mudanças. Caso a Scopely tente implementar práticas consideradas prejudiciais ou excessivamente agressivas, existe a possibilidade de intervenção ou até mesmo da retirada completa da licença, um cenário que certamente a nova proprietária deseja evitar.
Preocupações sobre monetização: a visão da comunidade
O medo maior dos jogadores envolve possíveis mudanças no modelo de monetização. A Scopely tem um histórico de apresentar estratégias de monetização agressivas em seus jogos, como Monopoly GO e Marvel Strike Force, que contribuíram significativamente para seu sucesso financeiro.
O clima nas comunidades online de Pokémon GO tem sido de apreensão desde o anúncio da venda. Usuários com experiência em outros jogos da Scopely, particularmente Marvel Strike Force, compartilham relatos preocupantes sobre o direcionamento comercial após aquisições semelhantes. Um jogador veterano de Marvel Strike Force alertou que o jogo pode se tornar “pay-to-win” (pagar para vencer) e que correções de problemas críticos podem demorar “uma eternidade, se é que serão corrigidas”.
Outros jogadores expressam temores mais específicos, como a possibilidade de cobrança em dinheiro real para transferir Pokémon para o Pokémon Home, um serviço que atualmente utiliza apenas energia do GO Transporter, que se recarrega com o tempo. Também há preocupações sobre a adição de microtransações em elementos do jogo que atualmente são gratuitos, introdução de anúncios, aumento de preços para itens in-game e tempos de espera para incubadoras. Alguns usuários chegam a imaginar cenários como a criação de novos recursos pagos como “energia para lançar Pokébolas” ou “cristais para batalhar em ginásios”.
Considerando o investimento substancial feito na aquisição, existe o temor de que a Scopely busque recuperar esse valor intensificando as tentativas de monetização dentro do jogo. Os jogadores estão cautelosos, aguardando garantias de que Pokémon GO manterá seu equilíbrio atual entre conteúdo gratuito e pago.
Declaração oficial da equipe
Em resposta às preocupações da comunidade, Ed Wu, líder de Pokémon GO, emitiu um comunicado abrangente. Segundo Wu, a Scopely demonstrou profunda admiração pela comunidade e pela equipe do jogo, com a garantia de que o time inteiro de desenvolvimento permanecerá unido nesta nova parceria. Ele destacou que a Scopely permitirá que a equipe mantenha sua autonomia criativa e siga seu próprio roteiro de desenvolvimento, um ponto crucial para a preservação da identidade do jogo.
Como empresa privada, a Scopely poderá priorizar os interesses dos jogadores a longo prazo, sem as pressões por ganhos imediatos que frequentemente afetam empresas de capital aberto. Wu enfatizou ainda que existe um compromisso mútuo em proteger o que torna Pokémon GO verdadeiramente especial: sua escala, longevidade e, principalmente, sua vibrante comunidade no mundo real.
Wu reconheceu que o jogo não permanecerá exatamente o mesmo, pois “sempre foi um trabalho em progresso”, mas garantiu que a forma como a equipe o cria e evolui permanecerá inalterada, com a esperança de tornar a experiência “ainda melhor para todos vocês”.
Por sua vez, os co-CEOs da Scopely, Javier Ferreira e Walter Driver, afirmaram que o papel da empresa será simplesmente “capacitar a equipe de jogos da Niantic a seguir seu ambicioso roteiro, fornecendo recursos e suporte, tudo a serviço de dar aos jogadores mais do que eles desejam de seus jogos favoritos”.
Afinal como fica o Pokémon Go?
O comunicado de Wu também menciona a continuidade no desenvolvimento de recursos que os jogadores já conhecem e apreciam, como Batalhas de Raid, sistema de amigos, GO Battle League, Rotas, Dynamax/Gigantamax e eventos ao vivo como o Pokémon GO Fest.
A entrada da Scopely, uma empresa exclusivamente focada em jogos, pode trazer novos recursos e melhorias técnicas que beneficiem a experiência dos jogadores. No entanto, apenas o tempo dirá se esta nova parceria conseguirá equilibrar as expectativas financeiras com as necessidades da comunidade.
Fonte: Forbes, gamesradar
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