Jogos modernos que trouxeram mecânicas diferenciadas

A indústria dos videogames está em constante evolução, e a inovação em mecânicas de jogo é um dos principais fatores que ajudam a moldar essa transformação. Nos últimos anos, vários títulos trouxeram conceitos inéditos e reinventaram a forma como interagimos com os mundos digitais.

Seja através de novas abordagens para narrativa, combate ou exploração, esses jogos deixaram uma marca significativa na história dos games. A seguir, exploramos alguns lançamentos marcantes que inovaram na jogabilidade e trouxeram experiências únicas aos jogadores.

Leia também:

09 jogos que colocam você no controle da narrativa
Jogos que floparam no lançamento, mas viraram clássicos cult

Grand Theft Auto V – troca fluida de personagens

A Rockstar Games elevou o patamar dos jogos de mundo aberto ao trazer uma mecânica inovadora em Grand Theft Auto V: a possibilidade de alternar entre três protagonistas de forma fluida. Michael, Franklin e Trevor possuem histórias interligadas e habilidades únicas, permitindo que os jogadores vivenciem diferentes perspectivas dentro de uma mesma missão. Durante as missões principais, a troca de personagens acontece de forma dinâmica, garantindo sequências de ação bem interessantes e cinematográficas, como coordenar um assalto de diferentes ângulos ou alternar entre um sniper e um motorista em tempo real.

Além das missões, o sistema de troca de personagens também influencia a exploração de Los Santos. Ao alternar para um dos protagonistas em momentos aleatórios, os jogadores podem encontrá-los em situações inesperadas, como Trevor envolvido em uma briga ou Franklin passeando com seu cachorro. Essa mecânica trouxe uma nova camada de imersão e dinamismo ao jogo, tornando o mundo mais vivo e imprevisível.

Battlefield 4 – ambientes destrutíveis e estratégia dinâmica

A série Battlefield sempre se destacou por seus combates de grande escala, mas foi com Battlefield 4 que a destruição de cenários se tornou um elemento central da jogabilidade. Utilizando a tecnologia Levolution, os jogadores podem alterar drasticamente o campo de batalha ao derrubar edifícios, explodir barragens e até modificar rotas de acesso ao destruir pontes. Essa mecânica não é apenas visualmente impressionante, mas também influencia diretamente a estratégia dos times, forçando os jogadores a se adaptarem a um ambiente em constante mudança.

A destruição dos cenários também afeta os veículos e a mobilidade dos soldados, tornando cada partida única. Mapas como Siege of Shanghai permitem que os jogadores derrubem um arranha-céu inteiro, alterando completamente a dinâmica do combate. Essa abordagem inovadora reforçou a identidade da franquia e influenciou o design de outros jogos de tiro multiplayer ao longo dos anos.

The Legend of Zelda: Breath of the Wild – liberdade e criatividade com Stasis Rune

A Nintendo revolucionou o conceito de mundo aberto com The Legend of Zelda: Breath of the Wild, dando aos jogadores uma liberdade sem precedentes para explorar Hyrule. Entre as muitas inovações do jogo, dá para destacar a habilidade Stasis Rune, que permite congelar temporariamente objetos no tempo. Essa mecânica não apenas ajuda na resolução de quebra-cabeças ambientais, mas também pode ser usada de forma criativa no combate e na exploração, permitindo, por exemplo, que jogadores armazenem energia em um objeto congelado e o disparem como um projétil.

O sistema físico de Breath of the Wild incentiva a experimentação, fazendo com que cada jogador encontre soluções próprias para os desafios. Se um inimigo está em um lugar mais elevado, é possível congelar uma pedra, bater nela repetidamente e liberar sua energia acumulada para lançá-la contra o adversário. Essa liberdade mecânica foi um dos fatores que tornaram o jogo um marco na indústria, influenciando diversos títulos posteriores.

Death Stranding – conexões online e cooperação indireta

Hideo Kojima trouxe um conceito inovador com Death Stranding, ao criar o que ele chama de um “jogo do tipo Strand”. Diferente dos tradicionais títulos de ação e aventura, este jogo coloca os jogadores no papel de um entregador que precisa atravessar um mundo pós-apocalíptico hostil. O diferencial está na mecânica de colaboração assíncrona: os jogadores podem deixar construções, itens e mensagens para ajudar outros viajantes em suas jornadas. Estradas, pontes e abrigos podem ser construídos coletivamente, transformando a paisagem de forma permanente para todos.

Essa mecânica reforça a temática do jogo sobre conexões humanas e trabalho em equipe, mesmo sem interação direta entre os jogadores. A sensação de pertencimento e gratidão ao encontrar um item útil ou uma ponte já construída por outro jogador cria uma experiência única e emocional. Death Stranding mostrou que o multiplayer pode ir além da competição, explorando novas formas de cooperação e interação.

Sifu – envelhecimento como elemento de progressão

Sifu trouxe uma abordagem única para o gênero beat ‘em up ao introduzir um sistema de progressão baseado no envelhecimento do protagonista. Cada vez que o jogador morre, o personagem retorna à vida, mas envelhece alguns anos. Isso cria um equilíbrio interessante entre risco e recompensa, já que a idade avançada reduz a resistência do personagem, mas aumenta sua força nos golpes.

Essa mecânica não só altera a jogabilidade como também reforça a narrativa do jogo, que gira em torno da busca por vingança e aprendizado contínuo. O jogador precisa melhorar suas habilidades de luta para evitar morrer muitas vezes, já que a idade avançada pode torná-lo mais frágil e incapaz de continuar sua jornada. Esse sistema de evolução inovador adiciona uma camada estratégica ao combate e torna cada partida única.