Você sabia? A nova vinheta da Apple TV foi feita à moda antiga, sem CGI; veja
Você sabia? A nova vinheta da Apple TV foi feita à moda antiga, sem CGI; veja
A Apple lançou sua nova vinheta do Apple TV na primeira semana de novembro. Três versões com durações diferentes, trilha sonora do Finneas, cores vibrantes que dançam sobre vidro. O detalhe especial é que tudo foi tudo filmado em estúdio, com vidro físico, lasers e câmeras. Nada de CGI.
O processo
A produção da nova intro do Apple TV envolveu a agência TBWAMedia Arts Lab e duas equipes de artistas visuais que passaram semanas construindo logotipos físicos em vidro e acrílico. O efeito de “vidro líquido”—cores que fluem, refratam e mudam conforme a perspectiva—foi capturado in-camera através de iluminação controlada, movimentos precisos de câmera e variações de exposição.
“Cada brilho foi feito de verdade, sem atalhos de computação gráfica, uma referência à crença da Apple de que o design deve ser sentido, não simulado”, explica a TBWAMedia Arts Lab em post no Linkedin.
Foram semanas de trabalho artesanal para uma vinheta de poucos segundos, com minúcias dignas de produção de cinema. Além da imagem, a vinheta traz uma trilha criada por Finneas, vencedor do Oscar e produtor de Billie Eilish. São três versões: 1s (trailers), 5s (séries) e 12s (cinema).
Por que esse esforço todo?
Segundo a Apple, a decisão de construir tudo “na mão” demonstra que, mesmo na era da inteligência artificial e dos efeitos digitais, o trabalho manual ainda faz diferença na experiência visual. O próprio vice-presidente de marketing da Apple ressaltou que “artesanato que se sente, não finge” — um recado claro de quem, apesar de contar com tecnologia de ponta, valoriza profundamente o olhar humano e o toque artístico nos mínimos detalhes.
Essa abordagem reforça que a qualidade, autenticidade e o impacto visual vêm do cuidado e da perícia realizados manualmente, algo que nenhuma tecnologia digital pode substituir totalmente.
Efeito prático no cinema
O apego aos efeitos práticos é uma marca registrada de cineastas como Christopher Nolan, que vê esses efeitos não apenas como uma escolha técnica, mas como parte fundamental de sua construção artística. Nolan evita o uso de CGI a menos que seja absolutamente necessário.
Em Interstellar, plantou um milharal inteiro, com cerca de 500 hectares, enfrentando um clima desfavorável, para que os atores tivessem um ambiente real para atuar.
Em Oppenheimer, recriou a explosão nuclear como um efeito prático, inclusive reconstruindo o teste Trinity sem computação gráfica, o que representou um enorme desafio logístico e artístico. Em Dunkirk, usou navios verdadeiros em locações reais, excluindo réplicas digitais.
Não é exclusividade dele. Filmes como Mad Max:Estrada da Fúria, séries como The Mandalorian e produções de prestígio como Duna optaram por construir, filmar e registrar físicos reais — explodir carros, queimar cenários, usar miniaturas e locações naturais — em vez de se apoiarem unicamente em CGI.
Hoje, nenhum filme utiliza exclusivamente efeitos práticos ou CGI. A combinação de ambos é o padrão. Duna, por exemplo, filmou desertos reais e miniaturas e usou CGI apenas quando impossível reproduzir algo fisicamente. The Mandalorian revolucionou com o uso de painéis LED que proporcionam reflexos reais e iluminação dinâmica para os atores, inovando em relação a tradicional tela verde.
Essa abordagem híbrida combina o melhor dos dois mundos: os efeitos práticos fornecem a âncora da realidade e tornam as cenas palpáveis; o CGI amplia a escala e possibilita elementos impraticáveis fisicamente. É uma fórmula que dita os atuais padrões de excelência visual.
Para produtores independentes e criativos com orçamentos limitados, a lição é clara: efeitos práticos podem ser usados de forma econômica e criativa. Nolan, por exemplo, usa com frequência meios práticos simples, iluminação inteligente e câmeras bem posicionadas para superar renders digitais genéricos.
Vale lembrar que o uso de efeitos práticos não é novidade, mas sim uma regra histórica que moldou o cinema por décadas antes da chegada do CGI. Efeitos físicos e truques manuais foram essenciais no passado para criar ilusões impressionantes. Veja mais detalhes sobre isso no artigo abaixo:
Vidro, pincel e ilusão: o truque ‘mágico’ do cinema antes da computação gráfica


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