Spotify ultrapassa 700 milhões de usuários e consolida domínio no streaming de música

O streaming de música vive um momento paradoxal. Enquanto plataformas menores enfrentam dificuldades financeiras, Spotify acelera. No terceiro trimestre de 2025, a empresa atingiu 713 milhões de usuários ativos mensais — um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mais significativo: 281 milhões deles pagam pela experiência sem anúncios.

Esses números fazem mais do que confirmar liderança. Revelam como a plataforma consegue manter usuários engajados enquanto amplia a base premium em um mercado saturado.

Esses números fazem mais do que confirmar liderança. Revelam como a plataforma consegue manter usuários engajados enquanto amplia a base premium em um mercado saturado.

O salto que importa: crescimento premium acelera

Os dados brutos impressionam. De setembro de 2024 a setembro de 2025, Spotify ganhou 73 milhões de usuários totais. Mas há um detalhe que separa empresas de tecnologia sustentáveis de especulações: o crescimento premium cresceu ligeiramente mais rápido que o total. Foram +29 milhões de assinantes pagos em 12 meses — um aumento de 12% contra os 11% da base geral.

Essa dinâmica importa porque receita premium financia inovação. Usuários gratuitos geram dados e publicidade; usuários pagos geram lucro previsível.

Geografia do poder: Europa segue na dianteira, América Latina cresce

A distribuição geográfica revela estratégias bem-sucedidas e oportunidades por explorar.

A Europa concentra 26% dos usuários gerais, mas 37% dos premium — o maior índice de monetização global. Estados Unidos e Canadá respondem por apenas 17% dos usuários totais, mas 25% da base premium, sinalizando saturação relativa com boa conversão. A América Latina, onde a Spotify investe há anos, representa 21% do total e 23% dos premium.

O mercado restante (36% dos usuários, apenas 14% premium) representa a fronteira real de expansão — regiões onde a conversão para pagamento ainda é um desafio estrutural.

Inovação acelerada mantém máquinas ligadas

Crescimento sem novidade é insustentável. Spotify lançou 30 atualizações de produto recentemente — um ritmo que sinaliza investimento ativo em retenção.

O áudio lossless (24 bit/44.1 kHz em codec FLAC) é o destaque técnico: qualidade de áudio superior, finalmente chegando a quem paga mais. A integração com ChatGPT  traz relevância em IA, permitindo criar playlists por conversa. Ferramentas de mixagem colaborativa e o novo sistema de mensagens (para maiores de 16 anos) endereçam o uso social — transformando a plataforma em espaço de conexão, não apenas consumo passivo.

Cada movimento reforça a mesma tese: Spotify não compete apenas como tocador de música. Compete como plataforma social.