Precisa de mais portas USB? Esta placa-mãe tem 36

Um vídeo compartilhado no Reddit expõe uma solução de hardware tão extrema quanto enigmática: placas Intel antigas equipadas com 36 portas USB. O que parecia ser um experimento de laboratório levanta questões fascinantes sobre especializações industriais e a evolução dos computadores de propósito único.

customized motherboard with multiple USB ports
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A anomalia do hardware

A descoberta começou simples: um usuário do Reddit postou um vídeo de 13 segundos mostrando placas-mãe Intel com o socket LGA1151 (lançado em 2015) configuradas de forma absolutamente não convencional. O que chama atenção imediatamente é o abandono quase completo da arquitetura tradicional.

Enquanto a maioria das placas equilibra múltiplos recursos, estas foram otimizadas para uma única tarefa: conectividade USB em massa. A configuração máxima oferece nada menos que 36 portas: 34 com USB 3.0 e 2 com USB 2.0, todas alojadas no lado esquerdo da placa.

O sacrifício pelo poder de conexão

Para atingir essa densidade de conectores, praticamente tudo mais foi eliminado. Os slots PCIe praticamente desaparecem — apenas um x16 permanece. O espaço é ocupado por até 12 controladores USB dedicados, que consomem as pistas PCIe remanescentes.

Dois conectores Molex adicionais estabilizam a alimentação elétrica. E aqui está o detalhe crítico: cada porta USB 3.0 demanda 4,5 watts, enquanto as USB 2.0 precisam de 2,5 watts. No máximo carregamento, esta placa sozinha poderia distribuir 149 watts apenas através das conexões — uma quantidade colossal para um computador pessoal comum.

A presença de um conector VGA posicionado na lateral direita é outro indicador revelador: em um PC convencional, este conector apontaria diretamente para o interior do gabinete, confirmando que o design nunca foi pensado para sistemas comerciais padrão.

O mistério do propósito real

O criador do post não forneceu contexto sobre o uso original dessas placas, deixando espaço para especulação fundamentada.

A hipótese mais provável envolve provisionamento em massa de dados: conectar dezenas de pendrives simultaneamente para cópia rápida ou atualização de firmware. Outra candidata forte é a mineração de criptomoedas, que faz muito sentido considerando a época. Em 2015, quando este socket era atual, ASICs de Bitcoin com interface USB ainda eram comuns. Reduzir custos operacionais conectando múltiplos mineradores a uma única placa era uma estratégia viável para farms especializadas.