O gargalo do mercado de IA: Microsoft admite ter GPUs ociosas em armazéns por insuficiência de energia elétrica
Satya Nadella, CEO da Microsoft, admitiu que a empresa armazena GPUs incapazes de serem utilizadas — não por falta de clientes ou inovação, mas porque a rede elétrica simplesmente não suporta ligá-las.
A corrida energética
A corrida por poder computacional de inteligência artificial trouxe um problema paradoxal: a oferta de processadores avançados agora supera a capacidade de infraestrutura. Cada geração NVIDIA consome exponencialmente mais energia — os chips Blackwell e próximos GB300 demandam 100 vezes mais potência que gerações anteriores. Datacenters que custam bilhões não conseguem ligar os equipamentos porque a rede elétrica não aguenta.
Essa crise de energia é a razão por trás dos investimentos estratégicos de Microsoft, Oracle e NVIDIA em infraestrutura. O reator Three Mile Island, na Pensilvânia, voltará a operar em 2028 sob contrato de 20 anos especificamente para alimentar computação de IA. Simultaneamente, Microsoft assinou uma encomenda de 200 mil GPUs NVIDIA com a empresa britânica Nscale, que construirá instalações em Texas (240 MW), Portugal e Inglaterra até 2027.
Esses números expõem o verdadeiro desafio: não é fabricar chips mais rápidos, mas construir a infraestrutura energética que os sustente. NVIDIA fechou 2025 com $500 bilhões em encomendas confirmadas, mas a fabricação sem energia é apenas metal dormindo em prateleiras.
A solução passa por parcerias criativas. O consórcio BlackRock-Microsoft-NVIDIA investiu $40 bilhões na aquisição da Aligned Data Centers, que já opera mais de 50 campus com 5 gigawatts de capacidade. OpenAI recebe $100 bilhões em investimento NVIDIA para projetos que exigirão 10 gigawatts — equivalente a 4-5 milhões de GPUs.
A indústria descobriu que dominar IA não significa vencer a corrida por chips, mas ganhar a corrida pela energia. Quem resolver essa equação primeiro ganha o mercado.

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