Instagram passa a preservar metadados Dolby Vision em vídeos HDR do iPhone — mas e no Android? Entenda
A Meta confirmou que o Instagram se tornou o primeiro aplicativo da empresa a preservar os metadados Dolby Vision de vídeos gravados no iPhone, um salto técnico que transforma como o conteúdo HDR é exibido em diferentes condições de luminosidade.
A mudança, aparentemente invisível, resolve um problema de três anos: vídeos gravados com a tecnologia Dolby Vision Profile 8.4 perdiam toda informação de cor e brilho ao passar pelo pipeline de processamento da plataforma.
A implementação é resultado direto de uma parceria entre engenheiros da Meta e desenvolvedores do FFmpeg, o software de código aberto que sustenta a transcodificação de vídeo na internet. Juntos, criaram suporte completo para Dolby Vision Profile 10, permitindo que metadados originalmente embutidos em arquivos HEVC sejam transferidos para AV1, o codec que o Instagram entrega aos usuários — incluindo iPhones anteriores ao 15 Pro, que não suportam AV1 nativamente.
O problema dos 100 kilobits
A jornada até o lançamento não foi linear. Em 2024, um primeiro teste A/B revelou que incluir metadados Dolby Vision não comprimidos aumentava o tempo de carregamento dos Reels a ponto de reduzir o engajamento — usuários simplesmente deslizavam para o próximo vídeo antes da reprodução. A solução exigiu 2 mil linhas de código: um formato comprimido especificado pela Dolby que reduziu o overhead de 100 kbps para 25 kbps em média.
Um segundo teste, desta vez com metadados comprimidos, mostrou o oposto: usuários passaram mais tempo assistindo vídeos. A Meta atribui o aumento ao fato de que vídeos com metadados corretos causam menos fadiga ocular em ambientes escuros, onde telas são configuradas com baixo brilho
O sistema também preserva metadados “amve” (ambiente de visualização), informações que descrevem as condições de luz em que o vídeo foi gravado. Isso permite que dispositivos ajustem automaticamente o brilho e contraste na reprodução, adaptando a imagem ao ambiente real do espectador — assistir no metrô não é o mesmo que assistir em casa com as luzes acesas.
Desde junho de 2025, todos os vídeos HDR criados no iPhone e codificados em AV1 no Instagram já incluem os metadados comprimidos. A Meta confirmou que está trabalhando para levar a tecnologia ao Facebook Reels e outros apps da família, além de explorar alternativas para o codec VP9, que ainda não suporta esse tipo de metadado. As melhorias implementadas no FFmpeg estão disponíveis para toda a comunidade de desenvolvedores
E para aparelhos Android?
Apesar do avanço no Instagram para iOS, os aparelhos Android ainda não contam com suporte oficial à preservação de metadados Dolby Vision e “amve” (ambiente de visualização). Isso acontece por três motivos centrais: fragmentação do ecossistema, variação nas capacidades hardware entre marcas e uma implementação muito mais complexa para decodificadores Dolby Vision — que exigem personalização por fabricante e modelo.
A Meta não dprevisão para liberar essas melhorias no Android. Enquanto isso, vídeos HDR genéricos (como HDR10/HDR10+) já funcionam na maioria dos Androids e são exibidos normalmente no Instagram, porém sem os ajustes dinâmicos e aprimoramentos que a tecnologia Dolby Vision proporciona. Isso significa que usuários Android podem gravar e publicar vídeos HDR, mas a experiência visual é não atende ao padrão de HDR mais cobiçado.
Em resumo: por enquanto, o salto de qualidade e adaptação de brilho e contraste que colocam o Instagram iOS à frente ainda não está disponível para Android. Criadores e usuários aguardam novidades, mas o cenário permanece incerto — e essa desigualdade de experiências entre plataformas é um debate quente entre entusiastas.


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