Carros autônomos podem tornar dirigir um hábito obsoleto, prevê CEO da Uber
Carros autônomos podem tornar dirigir um hábito obsoleto, prevê CEO da Uber
O futuro dos carros autônomos pode transformar radicalmente nossa relação com a direção, segundo previsões de Dara Khosrowshahi, CEO da Uber. Durante entrevista recente, o executivo afirmou que dentro de apenas 20 anos, dirigir um veículo poderá se tornar uma atividade tão especializada e de nicho quanto montar a cavalo é hoje.
“Em duas décadas, todos os veículos serão autônomos, afirma CEO da Uber
“Em duas décadas, todos os veículos serão autônomos”, declarou Khosrowshahi em conversa com Mathias Döpfner, CEO da Axel Springer, conglomerado de mídia responsável por publicações como Business Insider e Politico. O líder da Uber argumentou que a tecnologia autônoma não apenas reduzirá a quantidade de carros particulares nas ruas, mas também trará níveis superiores de segurança em comparação com motoristas humanos.
“Humanos são naturalmente falíveis, e a sociedade demonstra muito menos tolerância com erros cometidos por máquinas, especialmente quando resultam em acidentes fatais”, explicou o executivo, destacando como os padrões de segurança exigidos para veículos sem motorista são consideravelmente mais elevados.
A visão do CEO da Uber vai além da simples evolução tecnológica, chegando a questionar se humanos deveriam manter o direito de conduzir veículos no futuro. “Conforme a tecnologia amadurece, não tenho dúvidas que os robôs serão motoristas significativamente mais seguros que humanos. Isso levanta uma questão real que as sociedades precisarão enfrentar: devemos continuar permitindo que pessoas dirijam em vias públicas?”
Esta perspectiva encontra eco em outras vozes importantes do setor. Kyle Vogt, co-fundador e ex-CEO da Cruise, empresa especializada em veículos autônomos, manifestou posição semelhante em setembro de 2023. Vogt declarou que apoiaria a proibição de motoristas humanos em um cenário onde carros autônomos fossem comprovadamente 100 vezes mais seguros.
“Não faria sentido permitir uma versão cem vezes menos segura de transporte em áreas urbanas, onde pedestres e ciclistas estão vulneráveis”, argumentou Vogt na ocasião. Vale lembrar que o executivo deixou o cargo na Cruise em novembro de 2023, após uma série de contratempos, incluindo a cassação da licença da empresa na Califórnia por problemas como um acidente com uma mulher presa sob um veículo autônomo e um congestionamento que dificultou o trabalho de uma ambulância em emergência.
Embora a previsão de Khosrowshahi possa parecer radical para muitos motoristas atuais, ela reflete uma tendência crescente no setor de transportes e tecnologia, onde empresas como Tesla, Waymo e a própria Uber investem bilhões de dólares no desenvolvimento de tecnologias autônomas. A questão que permanece é quanto tempo a sociedade levará para aceitar essa mudança cultural profunda em relação à mobilidade.

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