Brasileiros se revoltam com fim do Eppi Cinema e lotam o Reclame Aqui de mensagens: “quero meu dinheiro de volta”
Pode parecer absurdo, mas é real: centenas de pessoas estão reclamando no Reclame Aqui por terem pago assinaturas de serviços de streaming pirata, como Eppi TV e My Family Cinema, e agora não conseguem acessar o conteúdo. O motivo da indisponibilidade do serviço foi operação realizada na Argentina derrubou essas plataformas ilegais do ar.
Mesmo sabendo que operam na ilegalidade, consumidores assinam esses serviços por meses ou até anos, como se fossem plataformas legítimas, com algum tipo de garantia. Quando tudo desaba o sentimento de ter sido lesado revolta esses mesmos consumidores.
O colapso e as reclamações em massa
O Eppi TV, também conhecido como Eppi Cinema, costuma vir pré-instalado em TV Boxes não homologadas pela Anatel e é comercializado com planos mensais, trimestrais e anuais. Usuários de dongles de streaming, como o Fire TV, recorrem também a instalação desses apps para acesso ao conteúdo, isso também deve mudar com a nova política da Amazon em relação ao seu dispositivo.
Entre as reivindicações recentes, temos a mensagem do consumidor abaixo que manifestou sua indignação no Reclame Aqui:
“Quero meu dinheiro de volta! Fiz pgto para a EPPI Cinema plano trimestral e usei apenas 1 mês. A empresa encerrou e eu não consigo receber meu dinheiro de volta. EBUDY COMMON BODY nome que consta no pgto anexo”. R$ 54,84″
Já esse outro pagou dois planos, um de 6 meses, e outro de 1 ano:
“Foi pago dois planos um de 6 meses e outro de um ano de validade, acontece que o aplicativo foi extinto da plataforma e não foi enviado nenhuma opção ou outro aplicativo em substituição ao EPPI cinema, e tenho muitos meses ainda a até vencer essas assinaturas.
Eu gostaria de um retorno do EPPI a respeito desse assunto, afinal paguei e não foi pouco pra poder ver meus filmes e séries”.
Como é o esperado, todas essas reclamações não estão sendo respondidas por algum tipo de representante da plataforma. No entanto, em situações passadas pessoas que respondem pelo serviço chegaram a responder críticas dos assinantes.
Como nesse caso de outubro em que uma assinante alegou estar com dificuldade para acessar os filmes, ela alega que enviou diversos e-mails mas não obteve resposta do suporte. Na própria página do Reclame Aqui a plataforma respondeu:
O mesmo serviço, nomes diferentes: a tática de fuga
My Family Cinema, Duna TV, Boto TV e Eppi TV não são concorrentes. São a mesma operação, com identidades que mudam periodicamente para evitar ações judiciais e bloqueios. É uma estratégia conhecida no mercado de pirataria: quando um nome fica marcado demais pela polícia ou órgãos reguladores, muda-se a marca e recomeça-se do zero.
A operação que derrubou as plataformas
Tudo começou em 28 de agosto em Buenos Aires. A Justiça argentina, com apoio da Alianza Contra la Pirateria Audiovisual (ALIANZA) — uma coalizão de estúdios e produtoras — desencadeou uma operação que visava não apenas My Family Cinema e Eppi Cinema, mas uma rede internacional gigantesca.
As buscas ocorreram em quatro sedes de empresas controladoras. O que os investigadores encontraram foi impressionante: uma operação que movimentava entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões (R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão) por ano vendendo acesso ilegal a conteúdo.
A rede operava com precisão de multinacional. O Brasil era o maior mercado: 74% de todos os 6,2 milhões de assinantes pagantes estava aqui. Nenhum outro país chegava perto dessa concentração.
Uma operação com comando na Argentina e TI na China
O que torna esta operação particularmente sofisticada é sua estrutura geográfica. A Argentina funcionava como o hub de marketing, vendas e atendimento — a “face pública” da rede pirata. Mas a administração, finanças e toda a infraestrutura de TI operavam na China.
A Argentina foi escolhida por oferecer alta capacidade técnica com custos menores que outros países desenvolvidos, funcionando como ponto de contato seguro entre a operação asiática e os mercados latino-americanos.
28 nomes, um único dono: a tática da hidra
Entre os bloqueios estavam 14 plataformas principais: My Family Cinema, TV Express, Eppi Cinema, Vela Cinema, Cinefly, Vexel Cinema, Humo Cinema, Yoom Cinema, Bex TV, Jovi TV, Lumo TV, Nava TV, Samba TV e Ritmo TV.
Mas há dezenas de outras: Weiv TV, Duna TV, Boto TV, Break TV, VTV, Blue TV, Super TV Premium, HOT, ONpix, PLUSTV, Mix, Venga TV, ALA TV, Pulse TV, Football Zone, Nossa TV, MegaTV+, Cineduo, Megamax+, GTV, Nebuplus e Onda TV.



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