Animador faz sozinho em 8 dias o que custaria milhões na Pixar — usando apenas IA; assista aqui ao curta

Billy Woodward, motion designer com 20 anos de experiência em clientes como National Geographic, Discovery Channel e Nickelodeon, criou em apenas oito dias um curta animado que, pelos métodos tradicionais, custaria uma fortuna, na casa dos milhões de dólares e levaria meses de produção. O projeto foi feito praticamente de graça, usando apenas ferramentas de inteligência artificial.

Reimaginado com IA

Contratado pela empresa de vídeo marketing Wistia, Woodward reimaginou “Lenny’s Big Delivery”, um vídeo simples de 2012 sobre um cachorro entregando uma fita VHS. Desta vez, porém, o curta de 2 minutos ganhou dezenas de cenas, múltiplos personagens, iluminação cinematográfica e world-building elaborado — tudo gerado por IA.

Assista abaixo:

I created a million-dollar Pixar-quality short in just 8 days using AI.

Workflow: nano banana + midjourney + seedance + kling 2.5 + Suno + Elevenlabs

I also tested Sora 2…and the results were surprising (see below)

Excited to finally share this!

pic.twitter.com/t7zbOyxdFC

— Billy Woodward (@billywoodward) October 1, 2025

Segundo estimativas, a IA pode reduzir custos de animação em até 90%, automatizando tarefas técnicas repetitivas que historicamente exigiam equipes enormes. Jeff Katzenberg, cofundador da DreamWorks, já estimou que a tecnologia poderia cortar 90% dos custos de filmes animados.

O processo técnico

I created a million-dollar Pixar-quality short in 8 days using AI in collab with Wistia: Lenny’s Big Delivery

4M+ views later, we got a lot of love and a LOT of hate

So we broke down the workflows, prompts, and why AI filmmaking triggers so many people pic.twitter.com/QXg5e4nSsg

— Billy Woodward (@billywoodward) November 13, 2025

Woodward não simplesmente digitou comandos básicos e esperou resultados. Ele usou uma técnica chamada “prompt sculpting”: dezenas de gerações refinadas com tokens de estilo, referências visuais e ajustes contínuos no Midjourney até que a imagem desejada ganhasse vida.

O maior desafio foi a consistência visual. Para manter o mesmo personagem Lenny em cenas com ângulos, iluminação e ambientes diferentes, ele usou Nano Banana e Seedream, ferramentas que geram folhas de personagem 360° — o personagem visto de todos os ângulos possíveis. Isso permitiu dirigir como se estivesse num set real.

Para os cenários de Boston — ruas, lojas, parques, escritórios — ele usou screenshots do Google Street View como referências no Midjourney. As ferramentas de vídeo IA trabalham com quadros inicial e final: o usuário fornece o ponto A e B, e a IA calcula o que acontece entre eles.

A edição final foi no Adobe Premiere, como qualquer projeto live-action. A trilha sonora veio do Suno, os efeitos sonoros do ElevenLabs, e o After Effects poliu efeitos e corrigiu artefatos. O fluxo completo envolveu as seguintes ferramentas:

• Midjourney
• Nano Banana
• Seedream
• Kling 2.5
• Suno
• ElevenLabs
• Photoshop
• Premiere Pro
• After Effects.

A Wistia reconhece que o curta não tem qualidade objetiva de um lançamento Pixar — tem o estilo visual, mas não a narrativa sofisticada, o timing de comédia milimétrico ou a física realista que fazem um filme da Pixar custar mais de US$ 175 milhões e levar quatro anos para ficar pronto.

Mesmo sendo um profissional com duas décadas de experiência, o processo exigiu expertise técnica avançada, senso estético apurado e ferramentas de pós-produção tradicionais. A IA não substituiu o animador — ela ampliou o que um animador sozinho pode fazer.

Para pequenos estúdios, criadores independentes e projetos corporativos com orçamentos limitados, a IA já representa uma revolução. Estudos indicam que a tecnologia pode reduzir timelines de produção em até 40% ao automatizar tarefas repetitivas, permitindo que artistas foquem em storytelling.

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