A China vencerá a corrida da IA”, afirma Jensen Huang, CEO da NVIDIA
A China vencerá a corrida da IA”, afirma Jensen Huang, CEO da NVIDIA
Jensen Huang não deu a volta: a China vai vencer a corrida pela inteligência artificial. Foi assim, direto e sem diplomacia, que o CEO da NVIDIA disparou sua declaração mais contundente sobre o futuro tecnológico durante a Financial Times’ Future of AI Summit em Londres.
O timing não é casual
Enquanto Donald Trump endurece restrições de exportação de chips avançados para Pequim, o executivo que comanda a empresa mais valiosa do planeta faz soar um alarme que a indústria americana não quer ouvir.
Chips mais poderosos da NVIDIA serão somente para os EUA
A declaração de Huang ganha contexto explosivo quando confrontada com movimentos recentes de Trump. No domingo (2 de novembro), o presidente americano anunciou durante entrevista ao programa “60 Minutes” da CBS que os chips Blackwell — os processadores de IA mais avançados da NVIDIA — serão reservados exclusivamente para empresas dos EUA.
“Os mais avançados, não permitiremos que ninguém além dos Estados Unidos os tenha”, afirmou Trump categoricamente. A medida não afeta apenas a China: países aliados também ficam de fora, numa tentativa de impedir que Pequim acesse a tecnologia por vias indiretas.
O bloqueio acontece dias depois de a NVIDIA anunciar entrega de mais de 260 mil chips Blackwell para a Coreia do Sul, beneficiando Samsung e outras companhias locais. Agora, esse tipo de acordo internacional pode estar comprometido
Duas vantagens intransponíveis
O argumento de Huang é simples, mas devastador: China possui dois trunfos que Washington não consegue neutralizar — custos de energia substancialmente menores e um ambiente regulatório ágil.
O CEO detalhou que empresas chinesas como ByteDance, Alibaba e Tencent recebem subsídios de energia governamental generosos. “Power is free” (energia é gratuita), resumiu Huang em linguagem bem coloquial.
Em contraste, os EUA enfrentam um emaranhado de até 50 novas regulações estaduais de IA, criando um caos regulatório que desacelera inovação e afasta talentos
As nuances da declaração
Huang fez ressalva importante em comunicado posterior no X. Afirmou que “China está nanossegundos atrás da América em IA” — sugerindo que os EUA ainda lideram, mas por margem frágil e encolhedora.
O verdadeiro alerta, portanto: se as políticas atuais persistirem, essa liderança americana evaporará em poucos anos. A questão deixa de ser “se” e passa a ser “quando”.
O paradoxo das restrições
A crítica de Huang atinge em cheio as políticas de Trump. Segundo o CEO, bloquear o acesso a chips avançados resulta na perda de acesso à metade dos desenvolvedores de IA globais — um custo geopolítico que Washington subestima.
A situação é ainda mais dramática quando observada nos números. Huang revelou que a participação da NVIDIA no mercado chinês de inteligência artificial despencou de 95% para zero. A empresa está totalmente fora da China, e qualquer retorno futuro seria apenas um bônus, conforme afirmou recentemente durante o evento Citadel Securities Future Of Global Markets 2025.
As restrições americanas e chinesas criaram um vácuo que competidores locais como Huawei e Cambricon já preenchem com suas próprias soluções de chips. Enquanto Washington acredita estar protegendo segurança nacional, Huang enxerga suicídio competitivo de longo prazo — uma corrida em que, ironicamente, os EUA podem estar se desarmando.
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