Senadores democratas acusam YouTube de possível suborno a Donald Trump por US$ 24,5 milhões; entenda

Senadores democratas acusam YouTube de possível suborno a Donald Trump por US$ 24,5 milhões; entenda

Cinco senadores democratas enviaram uma carta ao Google e ao YouTube questionando se o acordo de US$ 24,5 milhões com Donald Trump pode ter sido uma barganha ilegal por tratamento favorável. Elizabeth Warren, Ron Wyden, Bernie Sanders, Richard Blumenthal e Jeff Merkley exigem transparência sobre as negociações que levaram ao acordo — e querem saber se o Google está comprando leniência nos processos antitruste em troca do pagamento.

O acordo e suas suspeitas

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O YouTube acertou em setembro o pagamento de US$ 24,5 milhões para encerrar uma ação judicial movida por Trump em 2021, após sua suspensão da plataforma. Do total, US$ 22 milhões serão destinados à construção de um salão de festas de 90 mil pés quadrados na Casa Branca — um projeto de US$ 200 milhões que Trump vem defendendo há anos. Os US$ 2,5 milhões restantes vão para outros autores, incluindo a American Conservative Union e a escritora Naomi Wolf

Por que levanta bandeiras vermelhas

A base jurídica do processo sempre foi frágil — tribunais confirmaram repetidas vezes que redes sociais podem banir usuários livremente. Ainda assim, o Google pagou em um momento crítico: a empresa enfrenta decisões-chave sobre seu monopólio em tecnologia publicitária, com o Departamento de Justiça defendendo o desmembramento forçado da companhia. A administração Trump agora controla a intensidade com que o governo federal irá perseguir recursos e medidas mais duras.

A acusação de suborno

Os senadores citam explicitamente a lei federal antisuborno (18 U.S. Code § 201) e a Lei de Concorrência Desleal da Califórnia. Eles argumentam que, se o YouTube resolveu um “processo juridicamente duvidoso” para evitar penalidades regulatórias, executivos da empresa podem ter violado a lei. Warren já havia chamado o acordo de US$ 25 milhões da Meta de “parece suborno” no início do ano.

O histórico das big techs

O YouTube é a terceira grande plataforma a pagar Trump por processos semelhantes. A Meta desembolsou US$ 25 milhões em janeiro de 2025, e o X (ex-Twitter) pagou cerca de US$ 10 milhões em fevereiro. A Paramount também entrou na lista, com um acordo de US$ 16 milhões enquanto buscava aprovação regulatória para sua fusão com a Skydance. Todas essas empresas enfrentavam questões regulatórias ou aprovações governamentais pendentes quando fecharam os acordos.

A resposta das empresas

Antes do acordo ser anunciado, os senadores já haviam escrito ao Google e ao YouTube em agosto alertando contra pagamentos por tratamento preferencial. As empresas responderam afirmando que não houve “nenhuma discussão ligando qualquer potencial acordo do caso a qualquer ação oficial ou a quaisquer questões pendentes ou futuras envolvendo a Alphabet ou suas afiliadas”. Agora, os legisladores querem determinar se essa declaração é verdadeira.

O jantar arrecadador

Trump realizou em 15 de outubro um jantar beneficente para arrecadar fundos para o salão de festas — o evento coincidiu com a carta dos senadores. Até setembro, o presidente já havia levantado US$ 200 milhões de grandes corporações para o projeto, que promete ter capacidade para 650 convidados e eliminar a necessidade da “grande e feia tenda” usada atualmente para jantares de Estado.

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