 
            Roteadores TP-Link podem ser banidos nos EUA por riscos de segurança nacional
Roteadores TP-Link podem ser banidos nos EUA por riscos de segurança nacional
Washington intensifica pressão sobre a marca de roteadores mais usada nos EUA. Mais de meia dúzia de agências federais endossa banimento total com ciclo de 60 dias prestes a começar, informa o The Washington Post.
A ameaça deixou de ser especulação. Desde a semana passada, seis departamentos federais americanos — entre eles Segurança Interna, Justiça e Defesa — formalizaram apoio a uma proibição completa de roteadores TP-Link no mercado americano. O Departamento do Comércio aguarda apenas o sinal final para disparar o processo administrativo que pode encerrar a era de uma das marcas mais onipresentes em lares e pequenas empresas dos EUA.
Por que um roteador virou questão de segurança nacional?
A resposta está em uma genealogia corporativa complicada. A TP-Link Systems, baseada em Irvine na Califórnia, foi separada da gigante chinesa TP-Link Technologies em 2022. Na prática, funcionários do governo americano argumentam que essa independência é apenas burocrática. Sob leis chinesas, sustentam os oficiais, a empresa poderia ser compelida a cooperar com agências de inteligência de Pequim — incluindo injetar atualizações maliciosas em seus roteadores.
O risco não é teórico. Em 2023, pesquisadores descobriram firmware implantado em roteadores TP-Link conectado a grupos de hackers patrocinados pelo Estado chinês. Esse histórico alimenta as preocupações de que os mesmos equipamentos distribuindo internet em milhões de casas americanas poderiam se transformar em pontos de espionagem em massa.
Qual é o tamanho do problema?
A TP-Link comanda entre 36% e 60% do mercado de roteadores domésticos nos EUA — as cifras variam dependendo da fonte. Um antigo oficial de cibersegurança da NSA testemunhou perante o Congresso pela cifra mais alta. Se confirmado um banimento, seria a ação mais disruptiva contra tecnologia estrangeira desde a batalha contra TikTok, deixando milhões de consumidores à procura de alternativas.
O que acontece agora?
A TP-Link receberá notificação formal e disporá de 30 dias para responder. O Comércio terá outros 30 dias para analisar objeções antes de qualquer decisão final. A empresa nega veementemente os alegados vínculos com Pequim, afirmando ser uma empresa americana independente sem controle de nenhum governo estrangeiro.
Negociações comerciais entre a administração Trump e a China, que esfriaram recentemente as tensões tarifárias, podem funcionar como freio. Fontes sugerem que Washington vê a TP-Link como moeda de troca em futuras negociações com Pequim — o que significa que o banimento pode não acontecer tão depressa quanto a tecnoburocracia federal gostaria.
 
                                    
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