
Metade dos brasileiros confia mais em IA que em humanos para certas decisões
Metade dos brasileiros confia mais em IA que em humanos para certas decisões
Uma transformação silenciosa está acontecendo na relação entre brasileiros e inteligência artificial. Dados da Nexus revelam que 51% da população brasileira acredita que a IA pode tomar decisões melhores que seres humanos em situações específicas. O número não apenas surpreende, mas indica uma mudança cultural profunda sobre confiança e tecnologia.
A pesquisa ouviu 2.012 brasileiros entre agosto e setembro de 2025 e traçou um retrato detalhado sobre como o país está adotando ferramentas como ChatGPT, Gemini, Copilot e Midjourney. O resultado? Seis em cada dez brasileiros já usaram IA, e para muitos, ela deixou de ser novidade para se tornar rotina.
Geração Z lidera a confiança em decisões automatizadas
A crença de que máquinas podem decidir melhor atinge 64% entre jovens de 18 a 30 anos. Esse grupo também registra maior frequência de uso: 46% da Geração Z já teve decisões de compra influenciadas por IA.
Outros perfis com alta confiança incluem brasileiros com ensino médio completo (56%), quem ganha mais de cinco salários mínimos (55%) e moradores do Norte e Centro-Oeste (53%). A tecnologia está deixando de ser privilégio de quem tem diploma universitário.
Do lado oposto, 45% da população ainda resiste. A desconfiança é maior entre pessoas acima de 60 anos (57%), quem tem apenas ensino fundamental (51%) e moradores do Nordeste (49%). Homens também demonstram mais ceticismo que mulheres nesse aspecto.
IA já influencia um terço das compras no Brasil
A inteligência artificial não está apenas respondendo perguntas. Ela está moldando comportamentos de consumo. 37% dos brasileiros já compraram algo após consultar ferramentas como ChatGPT ou Meta AI.
Entre a Geração Z, esse índice sobe para 46%. Quem ganha acima de cinco salários mínimos também aparece entre os mais influenciados (45%), assim como pessoas com ensino superior (44%) e moradores do Sudeste (42%).
“Não há como negar o impacto dessa geração de conteúdo. As empresas precisam se preparar, criar estratégias e se adaptar a uma realidade que já chegou”, afirma Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.
Do entretenimento à saúde: como brasileiros usam IA no dia a dia
A versatilidade da IA impressiona. Quase metade dos usuários (48%) recorre à tecnologia para buscar informações gerais. Outros 45% usam para estudar ou aprender algo novo, enquanto 41% criam conteúdos com ajuda de ferramentas generativas.
O levantamento também mostra que 38% utilizam IA para questões de saúde e bem-estar, mesmo percentual de quem automatiza tarefas de trabalho ou estudos. Outros 37% buscam melhorar produtividade.
Há ainda um dado relevante: 30% dos brasileiros já recorreram à IA para entender temas complexos como política, economia e ciências. A tecnologia está democratizando acesso a conhecimento antes considerado hermético.
Frequência de uso revela dependência crescente
Entre os 63% que já experimentaram IA, 16% usam diariamente. Outros 20% acessam algumas vezes por semana, 9% algumas vezes por mês e 18% raramente. Somados, 45% dos brasileiros utilizam inteligência artificial ao menos uma vez por mês.
Apenas 36% da população nunca utilizou essas ferramentas. É um número que tende a diminuir conforme a tecnologia se torna mais acessível e integrada a serviços populares como WhatsApp (Meta AI) e buscadores.
Otimismo predomina, mas resistência persiste
Seis em cada dez brasileiros (60%) veem a presença da IA como positiva no cotidiano. Apenas 25% enxergam de forma negativa. O otimismo é maior entre homens (67%), quem ganha mais de cinco salários mínimos (65%), Geração Z (63%) e pessoas com ensino superior (63%).
A resistência concentra-se entre maiores de 60 anos (33%), mulheres (31%), quem tem apenas ensino fundamental (28%) e pessoas com renda abaixo de um salário mínimo (28%).
“Estamos falando de um público consumidor representativo e ávido por novas tecnologias, cujos hábitos são cada vez mais direcionados à IA. Essa tendência só aumenta quando analisamos novas gerações, escolaridade e renda”, reforça Tokarski.
Leave A Comment
You must be logged in to post a comment.