
iPhone 11 em 2025: ainda vale a pena comprar?
iPhone 11 em 2025: ainda vale a pena comprar?
Seis anos após o lançamento, o iPhone 11 continua sendo o smartphone usado mais vendido do Brasil. Não por acaso, mas porque representa algo raro no mercado brasileiro: a porta de entrada acessível para o ecossistema Apple sem sacrificar completamente a experiência que tornou a marca referência global. Com preço médio de R$ 1.899 no mercado de usados, uma queda em relação aos R$ 1.935 de 2024, o modelo segue atraindo tanto quem nunca teve um iPhone quanto veteranos que buscam um aparelho secundário confiável.

Mas a pergunta que realmente importa não é se ele ainda vende. É se ele ainda entrega. O iPhone 11 chegou ao mercado há seis anos, quando o mundo era diferente e as demandas por performance eram menores. Em 2025, com o iPhone 17 custando valores astronômicos para o brasileiro médio, a questão central é: vale a pena economizar comprando um modelo de 2019, ou as limitações de hardware tornam essa economia um tiro no pé?
Desempenho do iPhone 11 em 2025: o A13 Bionic ainda resiste ao teste do tempo?
A grande surpresa do iPhone 11 em 2025 não está no que ele perdeu, mas no que ele segue mantendo. O chip A13 Bionic, lançado há seis anos com arquitetura de 7 nanômetros e seis núcleos (dois de alta performance e quatro de eficiência), continua surpreendendo em testes práticos atualizados.
Abrir o Instagram, alternar entre WhatsApp e navegador, assistir vídeos no YouTube ou Netflix — tudo isso acontece sem engasgos perceptíveis, com tempos de resposta que rivalizam com Androids intermediários lançados em 2024.
A Swappie, revendedora europeia especializada em iPhones recondicionados, conduziu testes extensivos com o iPhone 11 rodando iOS 18 em 2025 e concluiu que o aparelho “ainda oferece desempenho sólido para tarefas diárias” e que “o A13 Bionic se mantém capaz de lidar com multitarefas e aplicativos exigentes”. A UpTrade, plataforma americana de dispositivos usados, reforça: o iPhone 11 roda aplicativos modernos com competência, mantendo fluidez em redes sociais, streaming e navegação web.
Atenção aos 4 GB
A ressalva fica por conta dos 4 GB de RAM. Testes do dia a dia em 2025 mostram que o sistema ocasionalmente fecha aplicativos em segundo plano quando você alterna entre muitos apps pesados ou mantém várias abas abertas simultaneamente. É uma limitação mensurável: enquanto iPhones com 6 GB ou mais mantêm até 10 apps ativos na memória, o iPhone 11 começa a recarregar apps a partir de 6 ou 7 simultaneamente.
Para o brasileiro médio que usa o celular para redes sociais, mensagens e consumo de conteúdo, isso raramente será problema. Para quem trabalha com o celular alternando constantemente entre apps profissionais, a limitação se manifestará com bem mais frequência.
Suporte de software
O diferencial que mantém o iPhone 11 relevante está no suporte de software. O aparelho recebeu iOS 18 em setembro de 2025, marcando seis anos consecutivos de atualizações principais, além de alta probabilidade de receber iOS 19 em 2026. Isso significa não apenas novos recursos, mas principalmente patches de segurança, compatibilidade com apps mais recentes e otimizações de desempenho que estendem artificialmente a vida útil do hardware. Enquanto Androids intermediários lançados em 2023 já começam a perder suporte, o iPhone 11 de 2019 continua atualizado.
LCD em 2025: A Diferença Que Você Sentirá Todo Dia
A tela é onde você passa 100% do tempo de uso do iPhone, e aqui mora uma das concessões mais significativas do iPhone 11: o painel LCD Liquid Retina de 6,1 polegadas em um mundo que migrou definitivamente para OLED. Comparações técnicas de 2025 entre o iPhone 11 e modelos mais recentes, como o iPhone 15, revelam que essa não é uma diferença sutil.
A resolução de 1792 x 828 pixels resulta em densidade de 326 ppi no iPhone 11, contra 460 ppi do iPhone 15. Em uso prático, isso significa que textos e imagens no modelo mais novo são visivelmente mais nítidos, especialmente ao ler artigos longos, visualizar fotos em detalhe ou assistir vídeos em alta definição. O contraste é onde a tecnologia mostra sua idade: enquanto OLED entrega pretos verdadeiros porque cada pixel desliga individualmente, o LCD do iPhone 11 usa backlight constante que produz “pretos acinzentados” perceptíveis em cenas escuras de filmes e séries.
O brilho máximo de 625 nits do iPhone 11 funciona razoavelmente bem em ambientes internos, mas pode ser insuficiente sob luz solar direta intensa. Comparativamente, o iPhone 15 alcança 1000 nits em uso típico e até 2000 nits em picos para HDR, tornando a visualização em ambientes externos significativamente superior. Para o brasileiro que usa o celular na rua, na praia ou em áreas abertas, essa limitação será sentida.
Mas há contexto importante. Se você nunca usou um iPhone com OLED, a tela do 11 parecerá perfeitamente funcional. Para consumo de redes sociais, leitura de mensagens e navegação web — onde o conteúdo é predominantemente claro — a diferença é menos pronunciada. O problema surge quando você coloca um iPhone 11 ao lado de qualquer modelo 12 ou superior: aí a defasagem tecnológica fica inegável. Para quem migra de Androids intermediários com painéis IPS LCD similares, a transição será natural. Para quem já conhece OLED, haverá adaptação necessária.
Câmeras: Ainda Competentes Para Redes Sociais
Aqui reside uma das questões mais importantes para quem considera o iPhone 11 em 2025: as câmeras ainda entregam qualidade relevante? A resposta curta é sim, mas com ressalvas importantes que dependem de como você pretende usar o aparelho.
Testes práticos realizados em 2025 com o iPhone 11 atualizado para iOS 18 revelam que o sistema de câmera dupla continua surpreendentemente competente. A câmera principal de 12 MP com abertura f/1.8 captura fotos diurnas excelentes, com cores equilibradas, boa definição e exposição precisa que funciona em automático sem intervenção do usuário. Para posts no Instagram, Stories, Reels e TikTok, o resultado é praticamente indistinguível de modelos mais recentes quando visualizado em telas de smartphones.
A ultra-angular de 12 MP adiciona versatilidade real para ambientes internos apertados, paisagens amplas e situações onde o enquadramento padrão é insuficiente. Comparações visuais de 2025 mostram que fotos a 0.5x no iPhone 11 são visualmente similares às do iPhone 16 em boa luz, tornando-a diferencial valioso para criadores de conteúdo.
O modo noturno na câmera principal funciona surpreendentemente bem mesmo em 2025. Fotos noturnas de paisagens urbanas, com iluminação pública e letreiros, saem nítidas e com cores naturais.
A grande limitação é que a ultra-angular não possui modo noturno, entregando fotos granuladas e com pouco detalhe em ambientes escuros. Outra fraqueza é o zoom digital, que deteriora rapidamente a qualidade além de 2x, tornando-se praticamente inutilizável em 4x ou 5x.
Onde o iPhone 11 verdadeiramente ainda brilha é na captação de vídeos. A gravação em 4K a 60 fps com estabilização óptica continua impressionante em 2025. Comparações diretas com o iPhone 16 mostram que, embora o modelo mais novo tenha recursos adicionais, a qualidade bruta do vídeo 4K do iPhone 11 permanece competitiva. Para criadores de conteúdo que produzem para redes sociais ou até trabalhos profissionais em boa luz, o iPhone 11 ainda é ferramenta capaz.
Bateria: O calcanhar de aquiles de qualquer usado
A bateria de 3.110 mAh do iPhone 11 foi adequada em 2019, mas seis anos depois enfrenta o peso da evolução tecnológica — aplicativos mais pesados, telas maiores e processamento mais intenso. Relatos em 2025 pintam um quadro realista: com saúde de bateria acima de 85%, é possível alcançar entre 9 a 10 horas de tela em uso leve (redes sociais, mensagens, navegação). Para jogos pesados como Genshin Impact ou Free Fire, essa autonomia desaba para 1h20 a 2 horas de gameplay intenso.
problema maior não é a capacidade original, mas o estado da bateria em aparelhos usados. Relatos de usuários que compraram iPhone 11 usado mostram que, após um ano e meio de uso intenso com carregamentos noturnos prolongados, a saúde da bateria já estava em 82%.
A Apple estabelece que baterias de iPhones são projetadas para reter até 80% da capacidade original após 500 ciclos completos de carga. Considerando que o iPhone 11 foi lançado em 2019, a maioria dos aparelhos usados disponíveis no mercado brasileiro em 2025 já passou por milhares de ciclos de carga e provavelmente está com saúde entre 70% e 85%.
5G: A lacuna que vai pesar no futuro
A ausência de conectividade 5G no iPhone 11 não era problema em 2019. Em 2025, tornou-se limitação que exige análise honesta baseada em dados concretos do cenário brasileiro. Segundo a Anatel, a cobertura 5G atingiu 63,61% do território nacional em agosto de 2025, superando a meta prevista para 2027. Mas esses números escondem nuances importantes.
Dos 5.570 municípios brasileiros, apenas 1.068 (19%) possuem operação comercial de 5G. A tecnologia está presente em 78,3% das áreas urbanas, mas apenas 9,9% das áreas rurais têm acesso. Em junho de 2025, o Brasil alcançou 48,9 milhões de acessos 5G, representando 18,3% do total de conexões móveis — um salto considerável em relação aos 11,2% de um ano antes. A tendência é clara: o 5G está se consolidando como padrão nas capitais e grandes centros urbanos.
Para quem vive em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou outras capitais, a diferença entre 4G e 5G é perceptível no dia a dia. Downloads que levam minutos no 4G acontecem em segundos no 5G. Streaming em 4K funciona sem buffering. Videochamadas em qualidade máxima permanecem estáveis. Uploads de vídeos para redes sociais, algo que criadores de conteúdo fazem constantemente, são dramaticamente mais rápidos. O iPhone 11, limitado ao 4G, não acessa essas velocidades.
Mas há contexto essencial: o 4G brasileiro, quando bem implementado pelas operadoras, ainda entrega velocidades suficientes para streaming em Full HD, videochamadas estáveis e navegação fluida. Para a maioria dos usuários que consomem redes sociais, assistem Netflix e trocam mensagens, a diferença entre 4G e 5G é real, mas não transformadora. O problema maior não é a experiência hoje, mas a perspectiva de futuro.
Design: entre o clássico e o ultrapassado
O iPhone 11 em 2025 é estudo de caso sobre como o design envelhece na indústria de smartphones. A estrutura traz moldura de alumínio anodizado envolvendo vidro frontal e traseiro — construção premium que transmite solidez ao segurar, mesmo seis anos depois. As dimensões de 150,9 mm de altura, 75,7 mm de largura e 8,3 mm de espessura resultam em aparelho volumoso comparado aos padrões atuais, mas o peso de 194 gramas fica bem distribuído, contribuindo para sensação de qualidade.
O notch na parte superior da tela ocupa espaço considerável, abrigando o sistema Face ID e a câmera frontal. Enquanto modelos recentes migraram para Dynamic Island ou notches menores, o iPhone 11 mantém esse entalhe característico que já era alvo de críticas em 2019. As bordas ao redor da tela são visivelmente mais largas que nos iPhones 12 em diante, resultado da tecnologia LCD que exige mais espaço para os componentes de iluminação.
O módulo de câmera quadrado na traseira, que gerou polêmica quando lançado, tornou-se DNA visual da Apple — presente até nos modelos mais recentes. O que mudou foi o refinamento: enquanto o iPhone 11 tem transição abrupta entre o corpo e o módulo, gerações posteriores suavizaram essa integração. A traseira está disponível em seis cores (preto, branco, verde, amarelo, roxo e vermelho), sendo que as versões coloridas trazem acabamento brilhante que atrai impressões digitais, enquanto branco e preto são mais discretos.
A certificação IP68 garante resistência à imersão em até 2 metros de profundidade por 30 minutos — proteção que permanece relevante em 2025 e superior ao que Androids intermediários na mesma faixa de preço oferecem. Para quem usa o celular próximo a piscinas, praias ou em dias chuvosos, essa tranquilidade tem valor real. O botão lateral de liga/desliga fica na lateral direita, os botões de volume à esquerda, e a bandeja para nano-SIM também está do lado direito.
O ecossistema Apple: o verdadeiro diferencial
Talvez o maior argumento a favor do iPhone 11 em 2025 não esteja nas especificações, mas no ecossistema que ele representa. Comprar um iPhone, mesmo usado, é comprar acesso ao universo Apple: iMessage com criptografia de ponta a ponta, FaceTime de qualidade superior, integração perfeita com MacBooks, iPads e Apple Watches, e o iCloud que sincroniza tudo automaticamente.
Para quem já possui outros produtos da marca, o iPhone 11 se integra naturalmente. Atender ligações no Mac, copiar texto no iPhone e colar no iPad, etc. E mesmo para quem está entrando no ecossistema pela primeira vez, o iPhone 11 oferece experiência coesa que Android apenas aproxima, nunca alcança completamente.
A App Store é outro diferencial frequentemente subestimado. Desenvolvedores priorizam iOS, lançando apps primeiro na plataforma da Apple e garantindo otimização superior. A curadoria da loja reduz drasticamente o risco de malwares, e as políticas de privacidade da Apple — embora imperfeitas — são significativamente mais rígidas que as do Google.
Para quem o iPhone 11 ainda faz sentido?
Depois de analisar especificações, performance real, câmeras, bateria e contexto de mercado, a resposta sobre “vale a pena” depende fundamentalmente do perfil do comprador. O iPhone 11 faz sentido absoluto para quem busca a primeira experiência Apple sem comprometer o orçamento, quer aparelho confiável para redes sociais e comunicação básica, prioriza segurança e atualizações de longo prazo, ou precisa de câmeras competentes para conteúdo em redes sociais e vídeos de qualidade.
Por outro lado, o modelo não é indicado para quem precisa de conectividade 5G imediata, exige tela OLED de última geração, fotografa frequentemente com zoom ou em baixa luz com a ultra-angular, joga games mobile extremamente pesados por horas, ou planeja manter o aparelho por mais de três anos sem comprometer a experiência. Para esses perfis, investir um pouco mais em um iPhone mais recente, oode fazer mais sentido no médio prazo para quem não quer abrir mão de ter um aparelho da Apple.
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