
Ele construiu um headset VR de baixo custo deixou os arquivos gratuitos para download
Ele construiu um headset VR de baixo custo deixou os arquivos gratuitos para download
Um maker americano conhecido como CNCDan construiu um headset de realidade virtual inteiramente impresso em 3D e montado com peças genéricas do AliExpress, gastando menos de US$ 150 no processo. O projeto nasceu de uma necessidade prática: tornar o sim racing mais imersivo sem desembolsar milhares de dólares em equipamentos comerciais.
Enquanto gigantes como Meta e Apple disputam o mercado premium com dispositivos que chegam a custar mais de US$ 3.000, a solução DIY de Daniel prova que é possível obter uma experiência VR funcional por uma fração do preço. O headset entrega resolução de 2880×1440, ajuste interpupilar (IPD) e rastreamento de cabeça integrado, tudo rodando em conjunto com o SteamVR.
Por que construir em vez de comprar?
O mercado de sim racing cresceu exponencialmente nos últimos anos, mas os custos de entrada continuam altos. Um setup básico com volante, pedais e suporte pode partir de £200 a £400, enquanto configurações high-end ultrapassam £3.000. Headsets VR comerciais adicionam mais £300 a £400 ao investimento, sem contar que muitos trazem recursos como rastreamento de mãos completamente desnecessários para quem só quer sentir a imersão das pistas
Daniel identificou essa lacuna e decidiu que poderia eliminar o que não precisava. O resultado foi um dispositivo sob medida para uma aplicação específica: dirigir virtualmente.
Displays de 2.9 polegadas: o equilíbrio perfeito
A escolha das telas foi estratégica. Daniel vasculhou o AliExpress até encontrar dois monitores quadrados de 2.9 polegadas com resolução individual de 1440×1440. Painéis OLED maiores, de 3.8 polegadas, ofereceriam mais imersão visual, mas elevariam o IPD mínimo para 68mm, excluindo boa parte do público.
A distância interpupilar média de adultos fica em torno de 63mm, com variação de 45mm a 80mm. Com as telas de 2.9 polegadas, o IPD mínimo ficou em 54mm, tornando o headset compatível com uma base muito maior de usuários. Ele optou pela versão de 90Hz, mais acessível que a de 120Hz, mas descobriu tarde demais que a resolução total só roda a 60Hz. Mesmo assim, a nitidez é mais que suficiente para simuladores de corrida.
Lentes customizadas e impressão 3D funcional
O próximo desafio foram as lentes. Daniel testou lentes Fresnel, comuns em artigos de papelaria como folhas de aumento, mas a distância focal de 60mm comprometeria o design compacto. A solução veio de lentes para Google Cardboard encontradas no AliExpress, com distância focal de 45mm.
Essas lentes foram encaixadas em “caixas oculares” impressas em PLA preto fosco, que reduzem reflexos e garantem visibilidade clara dos displays. Um sistema de tampa rosqueável eliminou a necessidade de cola, facilitando a troca em caso de arranhões.
Rastreamento de cabeça open source
Para o rastreamento, Daniel usou um sensor IMU GY-9250 conectado a um Arduino Pro Micro. A mágica acontece através do driver SteamVR open source do projeto Relativty, iniciado por um maker de 15 anos que disponibilizou o código gratuitamente.
O Relativty é um dos projetos de VR DIY mais conhecidos da comunidade open source, permitindo que qualquer pessoa construa um headset funcional por cerca de US$ 200. O software gerencia roll, pitch e inclinação, tudo que um piloto virtual precisa, sem a complexidade do rastreamento posicional 3D.
Daniel projetou uma PCB customizada para deixar a fiação organizada, mas isso é opcional para quem tem experiência com solda direta. Após uma calibração rápida no Arduino Studio para evitar drift, o sistema rastreia movimentos de cabeça com fluidez e se integra perfeitamente ao SteamVR.
Anatomia de um headset modular
O corpo do dispositivo é uma sinfonia de componentes impressos em 3D, projetados para máxima funcionalidade. As caixas oculares que sustentam telas e lentes deslizam ao longo de hastes de aço inoxidável de 145mm para ajuste do IPD, fixadas por parafusos M3 e botões giratórios
A peça principal do corpo é impressa com o nariz voltado para cima, eliminando necessidade de suportes internos, e mantida coesa por insertos roscados M3. O driver HDMI e o rastreador de cabeça ficam alojados na tampa frontal, com a placa divisora de display fixada com fita adesiva.
A atenção aos detalhes se estende até aos menores aspectos: a energia passa pelo Arduino para economizar cabos extras, e um cabo FFC dobrável mantém o interior limpo.
Conforto e ergonomia artesanal
Para o apoio facial, Daniel adaptou uma almofada do HTC Vive, barata e fácil de encontrar, fixada com velcro autoadesivo para troca simples. A tira de cabeça usa fitas de 25mm e fivelas impressas em PLA, surpreendentemente robustas.
A placa traseira foi impressa em TPE flexível e fixa a tira sem suportes internos, basta pausar a impressão e inserir o material. O resultado é um headset confortável para sessões longas de corrida, embora Daniel reconheça que a placa facial pode não se ajustar perfeitamente a todos os formatos de rosto.
Acesso total ao projeto
O verdadeiro diferencial está na democratização. Daniel subiu todos os arquivos no GitHub, incluindo modelos 3D e instruções de software. Qualquer pessoa com uma impressora 3D e paciência pode replicar o projeto.
Este tipo de iniciativa reflete uma tendência crescente na comunidade maker: enquanto empresas investem bilhões em hardware proprietário, entusiastas provam que tecnologia avançada pode ser acessível quando conhecimento e código são compartilhados livremente.
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