Criador do Doom, John Carmack, denuncia que DGX Spark da NVIDIA entrega metade do desempenho prometido

Criador do Doom, John Carmack, denuncia que DGX Spark da NVIDIA entrega metade do desempenho prometido

O lendário programador por trás de Doom e Quake acaba de colocar a NVIDIA em situação delicada. John Carmack revelou publicamente que o DGX Spark — o supercomputador de mesa da fabricante — não está entregando o desempenho prometido durante o lançamento.

O equipamento, que começou a chegar aos primeiros compradores após meses de atraso, deveria revolucionar o desenvolvimento de IA com sua potência concentrada em formato desktop. Na prática, a história é outra.

Números que não fecham

o que faz o nvidia dgx spark ser um supercomputador competitivo

Carmack foi direto ao ponto em sua postagem no X. Segundo suas medições, o DGX Spark consome apenas 100W — menos da metade dos 240W especificados pela NVIDIA. O resultado prático? Aproximadamente metade da performance anunciada.

“Se considerarmos que 1 petaflop sparse FP4 equivale a 125 teraflops dense BF16, estamos vendo apenas cerca de 50% do prometido”, detalhou o programador. “E mesmo operando nesse nível reduzido, o equipamento esquenta demais e apresenta reinicializações espontâneas durante uso prolongado.”

A situação levanta uma questão incômoda: a NVIDIA reduziu deliberadamente as especificações antes do lançamento comercial?

Outros desenvolvedores confirmam o problema

Carmack não está sozinho. O desenvolvedor principal do framework MLX da Apple reportou resultados semelhantes: 60 teraflops em operações BF16, bem abaixo do esperado para um equipamento dessa categoria.

Até o momento, a NVIDIA não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias. O silêncio contrasta com a campanha de marketing agressiva que marcou o anúncio do DGX Spark no início do ano.

A explicação técnica (e controversa)

Especialistas apontam uma possível raiz do problema: a métrica de desempenho anunciada pela NVIDIA — até 1000 TOPS em cálculos FP4 — considera sparsity estrutural, uma técnica que ignora operações com valores zero em redes neurais.

Na teoria, isso dobra a velocidade de processamento. Na prática, exige otimizações específicas que nem sempre são aplicáveis. Em operações convencionais, o desempenho real cai para aproximadamente metade do valor de pico — exatamente o que Carmack e outros desenvolvedores estão observando.

O problema é que essa ressalva não apareceu com destaque no material de lançamento. Para desenvolvedores que investiram no equipamento esperando a performance anunciada, a frustração é compreensível.

O que isso significa para o mercado de IA

O caso DGX Spark expõe uma tensão crescente no setor: a distância entre marketing agressivo e entrega real de produtos de IA. Com a corrida armamentista de hardware acelerado, fabricantes enfrentam pressão para anunciar números cada vez mais impressionantes — mesmo que venham com asteriscos em letras miúdas.

Para John Carmack, veterano conhecido por não medir palavras quando se trata de eficiência técnica, o episódio representa mais um exemplo de promessas infladas que prejudicam a credibilidade da indústria.

A NVIDIA, líder absoluta em GPUs para IA, agora precisa explicar se o DGX Spark foi deliberadamente limitado ou se os problemas de desempenho e estabilidade térmica são falhas que serão corrigidas via firmware.

Enquanto isso, desenvolvedores que receberam suas unidades aguardam respostas — e provavelmente pensam duas vezes antes de confiar cegamente nas próximas especificações técnicas da empresa.

Até o momento, a NVIDIA não se pronunciou oficialmente sobre as críticas de John Carmack e outros desenvolvedores em relação ao desempenho do DGX Spark

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