China controla metade de todos os robôs industriais em operação no planeta

China controla metade de todos os robôs industriais em operação no planeta

Com 2 milhões de unidades funcionando em suas fábricas — número que dobrou em apenas três anos — o país estabeleceu uma nova ordem na automação global. Em 2024, instalou 295 mil robôs, respondendo por 54% de todas as máquinas implantadas no mundo inteiro. Para colocar em perspectiva: os EUA, maior economia do mundo, instalou apenas 34 mil robôs no mesmo período

O número é tão expressivo que transcende a mera estatística industrial. Essa concentração de máquinas em um único país está redesenhando a geopolítica econômica e criando uma fissura preocupante no mercado de trabalho global, especialmente para jovens.

A estratégia chinesa de automatização

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Pequim não age por acaso. Em março de 2025, a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China anunciou um fundo estatal de 1 trilhão de yuan (aproximadamente USD 140 bilhões) para os próximos 20 anos, focado exclusivamente em robótica, inteligência artificial e manufatura inteligente.​

A decisão reflete uma lógica clara: enfrentar o envelhecimento demográfico, os salários crescentes e a escassez de mão de obra. Mas vai além. Dados de Morgan Stanley mostram que o mercado de robótica chinês saltará de USD 47 bilhões em 2024 para USD 108 bilhões até 2028 — uma taxa de crescimento anual de 23%.

O mercado global, por comparação, crescerá apenas 10% ao ano no mesmo período.​

Onde estão os outros?

Enquanto China monopoliza a transformação, o restante do mundo assiste de camarote:

  • Japão: 44.500 robôs instalados em 2024 (queda de 4% vs. 2023)​

  • Europa: 16% de todas as instalações globais​

  • Américas: 9% de participação global​

A discrepância não é acidental. Ela reflete decisões políticas distintas, capacidade de investimento e, crucialmente, uma visão de futuro radicalmente diferente sobre automação.

O custo humano ainda invisível

Enquanto autoridades chinesas celebram a modernização, jovens desempregados enfrentam realidade oposta. Pesquisas científicas já documentam que a robotização reduz significativamente a qualidade do emprego para trabalhadores entre 26 e 35 anos, especialmente em regiões com escassez de mão de obra.

A primeira metade de 2025 trouxe mais de 100 mil novas empresas de robótica — 45% de crescimento em relação ao ano anterior. Cada nova firma acelera a substituição de postos de trabalho por máquinas.

A nova fronteira: robôs humanoides

O cenário ganha contornos ainda mais urgentes com a emergência dos robôs humanoides. Em apenas nove meses de 2025, 600 acordos de investimento foram registrados nesse setor, totalizando USD 6,9 bilhões — mais do dobro do investimento de todo o ano anterior.​

O mercado de humanoides na China deve alcançar US$ 120 bilhões até 2030.​

Esses robôs não ficarão confinados a fábricas. Já estão sendo implantados em centros de logística, espaços públicos e empresas de serviços. A expansão será exponencial.

As previsões globais indicam 575 mil robôs instalados em 2025 e mais de 700 mil até 2028. China seguirá liderando essa trajetória sem rivais significativos

 

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