CEO da NVIDIA insiste que IA não é bolha: ‘é transição natural de computação’
CEO da NVIDIA insiste que IA não é bolha: ‘é transição natural de computação’
Enquanto Wall Street debate se estamos em uma bolha de inteligência artificial, o CEO da NVIDIA Jensen Huang tem uma resposta direta e desafiadora: não estamos. O que vivemos é uma transição fundamental — a migração de um modelo de computação baseado em processamento de uso geral para a computação acelerada. E esse argumento ganhou ainda mais peso esta semana, quando a empresa se tornou a primeira companhia da história a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado.
$NVDA CEO:
“I don’t believe we’re in an AI bubble, we are going through natural transition from old computing model to accelerated computing model… All of these different AI models we’re using, we’re using plenty of services & paying happily to do it”pic.twitter.com/T3vqj04exS
— Wall St Engine (@wallstengine) October 29, 2025
A declaração de Huang, feita durante entrevista em Washington, desafia frontalmente o crescente ceticismo sobre os bilhões gastos em infraestrutura de IA. Enquanto nomes como Sam Altman (OpenAI) admitem “elementos de inflação” no setor, e especialistas como Jerry Kaplan advertem sobre uma “bolha catastrófica”, o executivo da NVIDIA aponta para um detalhe crucial: o valor real dos modelos de IA.
Por que não é bolha?
“Esses modelos têm capacidade de raciocínio. Eles geram tokens que valem a pena ser pagos. Nós mesmos gastamos quantias significativas em serviços de IA e fazemos isso felizes,” argumentou Huang. Sua lógica é simples: se as empresas estão dispostas a gastar centenas de bilhões em chips e infraestrutura, é porque esperam retorno mensurável — e esse retorno já está acontecendo.
Os números respaldam. Google, Meta, Amazon e Microsoft já extraem mais de US$ 100 bilhões em receita anualmente de produtos alimentados por IA. Não são previsões. Não são esperanças. É receita no banco. Essas corporações não estão apostando em ficção; estão otimizando seus motores de crescimento com ferramentas que funcionam.
NVIDIA ditando as regras
A posição de Huang é particularmente significativa porque coloca a NVIDIA como guardiã de uma narrativa contrária ao desespero. Com 90% do mercado global de chips de IA, a empresa não apenas vende a ferramenta — ela dita o discurso sobre o futuro da computação.
Essa semana, Huang revelou US$ 500 bilhões em pedidos futuros de chips. Anunciou sete supercomputadores para o governo dos EUA. Fechou parcerias com Palantir, Uber, Eli Lilly e CrowdStrike. Enquanto céticos alertam sobre colapso iminente, o chefe da maior empresa de chips do mundo segue vendendo bilhões em equipamento para o que seria — em sua visão — um cenário de crescimento por décadas.
A transição que muda tudo
Para Huang, o ponto não é que IA está gerando hype (claro que está). É que IA está gerando transformação. Computadores que apenas processavam dados passam a raciocinar. Softwares que apenas executavam instruções agora aprendem. Indústrias inteiras — da medicina ao varejo, da manufatura à agricultura — estão reescrevendo seus processos com inteligência artificial no centro.
“Essa transição de paradigma computacional não é uma bolha. É o começo de uma revolução industrial,” é o que Huang projeta para os próximos cinco a dez anos. Para ele, haverá trilhões de dólares em gastos com infraestrutura de IA até 2035. Não porque as pessoas estão loucas. Porque essa tecnologia funciona.
Por outro lado, analistas destacam que há cada vez mais startups recebendo bilhões sem modelos de negócio claro. Empresas se endividando para especular.

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