
Brasil registra cinco vezes mais deepfakes que os EUA
Brasil registra cinco vezes mais deepfakes que os EUA
A escalada das fraudes com deepfake no Brasil não é só alarmante — é explosiva. Entre o primeiro trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025, os casos cresceram 700%, segundo dados globais da Sumsub, empresa especializada em segurança digital. Mais grave: o país registra cinco vezes mais incidentes que os Estados Unidos, posicionando-se como um dos epicentros mundiais dessa ameaça.
A tecnologia deixou de ser ficção científica. Recentemente, a Polícia Civil do Amazonas desarticulou uma quadrilha que aplicava golpes milionários usando clonagem de biometria facial. As vítimas descobriram veículos financiados em seus nomes com documentação falsificada por inteligência artificial — o primeiro caso de deepfake registrado no estado, segundo a SSP-AM.
Por que o Brasil virou alvo prioritário?
Deepfakes são manipulações digitais que reproduzem voz, rosto ou movimentos de pessoas reais com precisão assustadora. No ambiente corporativo, criminosos clonam executivos para autorizar pagamentos fraudulentos ou liberar acessos sensíveis.
“A tecnologia está mais sofisticada e exige protocolos de verificação mais rígidos”, alerta José Miguel, gerente de pré-vendas da Unentel. Ele reforça: não se trata apenas de implementar ferramentas, mas de construir uma cultura preventiva dentro das organizações.
O problema ultrapassou as redes sociais. Setores como fintechs, bancos e serviços digitais — onde a confiança é moeda de troca — já registram ataques direcionados e sofisticados.
Como blindar sua empresa contra deepfakes
Confirme por múltiplos canais
Instruções financeiras críticas devem ser validadas por telefone, videochamada ou presencialmente. Nunca confie em um único meio de comunicação.
Implemente detecção automatizada
Softwares especializados analisam padrões de voz, inconsistências visuais e metadados para identificar conteúdo sintético antes que o dano aconteça.
Treine equipes com simulações reais
Capacite setores como finanças, compliance e TI para reconhecer sinais de fraude. Simulados de ataque testam vulnerabilidades e preparam times para agir rapidamente.
Estabeleça protocolos formais
Defina quem acionar em casos suspeitos, como preservar evidências e quando envolver autoridades. A resposta estruturada pode impedir prejuízos milionários.
“A prevenção é hoje a principal defesa”, conclui José Miguel. Em um cenário onde a tecnologia evolui mais rápido que as regulamentações, investir em conscientização e camadas de autenticação não é opcional — é sobrevivência corporativa.
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