Amazon anuncia demissão de 14 mil funcionários para investir em IA
Amazon anuncia demissão de 14 mil funcionários para investir em IA
A Amazon confirmou nesta terça-feira, 28 de outubro, o corte de 14 mil postos corporativos — a segunda maior onda de demissões da história da companhia. A justificativa oficial é simples: enxugar a estrutura e liberar recursos para acelerar investimentos em inteligência artificial generativa.
A justificativa: menos camadas, mais velocidade
Em comunicado interno publicado no blog da empresa, Beth Galetti, vice-presidente sênior de experiência e tecnologia de pessoas, afirmou que a Amazon precisa “operar como a maior startup do mundo”. Segundo ela, a IA generativa é “a tecnologia mais transformadora desde a internet” e exige uma estrutura mais ágil, com menos hierarquia e maior autonomia.
Andy Jassy, CEO da Amazon, já havia antecipado o movimento em junho, ao afirmar publicamente que a adoção de agentes de IA mudaria a forma de trabalhar e reduziria a necessidade de mão de obra humana em certas funções. “Vamos precisar de menos pessoas para algumas tarefas que executamos hoje, e mais pessoas para outras”, disse Jassy na época.
Quem será afetado
Os cortes começaram nesta terça-feira e atingem exclusivamente áreas corporativas — como recursos humanos, serviços em nuvem (AWS), publicidade e vendas. Funcionários de armazéns, logística e operações não foram incluídos nesta rodada.
A Amazon emprega cerca de 1,56 milhão de pessoas globalmente, sendo aproximadamente 350 mil em funções corporativas. Os 14 mil cortes confirmados representam 4% desse grupo.
A maioria dos demitidos terá 90 dias para buscar recolocação interna. Quem não conseguir nova vaga receberá pacote de desligamento, apoio de transição de carreira e extensão de benefícios de saúde.
Ecos da pandemia e o novo momento
Durante a pandemia, a Amazon contratou em ritmo agressivo para atender a explosão do e-commerce: em 2020, a empresa chegou a adicionar 1.400 funcionários por dia. Agora, com a normalização da demanda e a pressão por eficiência operacional, a companhia está redimensionando sua estrutura.
Não é a primeira vez. Entre 2022 e 2023, a Amazon já havia demitido 27 mil funcionários em resposta à desaceleração econômica global. Os cortes atuais, porém, têm um motivador diferente: a corrida por liderança em inteligência artificial.
Futuro incerto
A Amazon indicou que continuará contratando em “áreas estratégicas prioritárias”, mas também admitiu que novos cortes são esperados para 2026. A empresa segue uma tendência do setor de tecnologia, onde companhias como Meta, Google e Microsoft também têm reduzido equipes para realocar orçamento rumo à IA.
Para os funcionários, a mensagem é clara: a transformação digital não espera. Para o mercado, resta observar se a aposta da Amazon em automação e eficiência irá se traduzir em ganhos reais — ou em mais instabilidade para milhares de profissionais.

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