10 jogos confirmados para 2026: o ano em que a indústria aposta todas as fichas
10 jogos confirmados para 2026: o ano em que a indústria aposta todas as fichas
A indústria global de videogames está prestes a viver um ano histórico. Analistas da Newzoo projetam que o mercado mundial alcançará US$ 188,8 bilhões em 2025, crescendo 3,4% em relação a 2024, com trajetória ascendente até US$ 206,5 bilhões em 2028. A Midia Research é ainda mais otimista, prevendo que o setor atingirá US$ 236,9 bilhões em 2026 — um salto de 4,6% em um único ano — caminhando para US$ 280,1 bilhões em 2031.
Esse pico concentrado em 2026 não é coincidência. A PwC projeta que o mercado americano sozinho saltará de US$ 62,8 bilhões em 2024 para US$ 87,4 bilhões até 2029, com 2026 registrando o maior crescimento anual: 11,5%. Esse salto acontece por um único motivo que transcende todos os outros: o lançamento de GTA 6, programado para 26 de maio de 2026.
O impacto do adiamento de GTA 6 de 2025 para 2026 já reverbera nos balanços financeiros da indústria inteira. A Ampere Analysis calcula que a ausência do título custará ao setor US$ 2,7 bilhões apenas em 2025, afetando tanto vendas de software quanto hardware — com estimativa de 700 mil consoles PlayStation 5 e Xbox Series X|S a menos vendidos neste ano.
Esse cenário cria um fenômeno raro: um calendário tão carregado que a própria indústria já reconhece o risco de saturação. Títulos que naturalmente chegariam em 2025 migraram estrategicamente para 2026, criando um certo congestionamento sem precedentes.
Jogos confirmados para 2026
Entre blockbusters AAA que custaram centenas de milhões para produzir e indies ousados que desafiam convenções estéticas, 2026 se desenha como o ano em que a indústria aposta todas as fichas na mesa. Separei neste artigo 10 jogos com lançamento programado para 2026.
Evidentemente, por ser uma seleção, alguns títulos não irão aparecer por aqui. É aí que entra a sua forte contribuição. Aponte nos comentários outros jogos marcados para o próximo ano que você está interessados. Vamos nessa!
1. GTA 6: o jogo que moverá a indústria inteira
Quando a Rockstar Games confirmou 26 de maio de 2026 como data oficial de lançamento de GTA 6, o impacto reverberou por toda a indústria. Desenvolvedoras pequenas e médias imediatamente começaram a reorganizar seus calendários para evitar competir diretamente com o titã que Take-Two Interactive — empresa-mãe da Rockstar — colocará no mercado.
O título chegará exclusivamente para PlayStation 5 e Xbox Series X|S, com versão PC programada para outro momento. Esta estratégia replica o modelo usado em GTA V, que vendeu mais de 200 milhões de cópias ao longo de uma década e continua gerando receita bilionária através do GTA Online. O retorno à Vice City expandida — agora inspirada em Miami e outras regiões da Flórida — traz pela primeira vez dois protagonistas jogáveis: Lucia e Jason.
Compilado completo: veja os principais rumores sobre GTA 6 até agora
O CEO da Take-Two, Strauss Zelnick, garantiu que o adiamento, para maio de 2026, serve para “entregar o nível de qualidade que você espera e merece”, reconhecendo que a Rockstar não pode se dar ao luxo de um lançamento problemático. Há muito dinheiro e reputação envolvidos!
O hype é tão gigantesco que há até uma pesquisa que mostra que metade dos brasileiros aceitariam pagar até R$ 600 por GTA 6.
2. Marvel’s Wolverine: A aposta da Sony na brutalidade
A Insomniac Games finalmente mostrou as garras. Marvel’s Wolverine chega ao PlayStation 5 em 2026 — entre setembro e dezembro — marcando o projeto mais violento e maduro do estúdio responsável por Spider-Man. O primeiro gameplay revelado no State of Play de setembro surpreendeu pela brutalidade, mostrando Logan dilacerando inimigos em tempo real com suas garras de adamantium em sequências que não escondem o sangue.
O título é classificado como Mature (17+), uma mudança radical para a Insomniac que sempre priorizou jogos para todas as idades. Liam McIntyre empresta voz e captura de movimento para o mutante canadense em história original que mergulha no passado obscuro do personagem, enfrentando vilões icônicos como Omega Red, Mystique e os Reavers.
A produção sofreu com o infame vazamento de dados de 2023, quando hackers expuseram detalhes de desenvolvimento, roteiro e até janela de lançamento antes da revelação oficial. Apesar do contratempo, a Sony manteve confiança no projeto, que utiliza Unreal Engine 5 para entregar fidelidade gráfica de nova geração. A narrativa leva jogadores por Madripoor, florestas canadenses e as ruas neon de Tóquio, equilibrando ação frenética com momentos cinematográficos característicos dos trabalhos anteriores do estúdio.
3. Resident Evil Requiem: o orçamento mais alto da franquia
A Capcom não economiza no nono episódio numerado da franquia que definiu o survival horror. Resident Evil Requiem chega em 27 de fevereiro de 2026 para PlayStation 5, Xbox Series X|S, Switch 2 e PC com o maior investimento financeiro que um título da série já recebeu. O orçamento supera até mesmo Monster Hunter Wilds, demonstrando a confiança da publisher japonesa no poder comercial da marca.
O diretor Koshi Nakanishi apresenta uma nova protagonista, Grace Ashcroft, a analista de inteligência do FBI, descrita como “introvertida e facilmente assustada” — um novo tipo de personagem para a série. Nakanishi explica que a equipe queria “alguém que experiencie o horror da mesma perspectiva que o jogador”, embora Grace também seja treinada com armas e capaz de agir com raciocínio dedutivo calmo.
O jogo se passa 30 anos após o ataque de míssil em Raccoon City, ou seja, em 2028 na linha temporal da franquia. Em vez de uma cidade fantasma genérica, Requiem retorna à própria Raccoon City devastada, usando como base o design da cidade visto nos remakes de Resident Evil 2 e 3.
Grace é filha de Alyssa Ashcroft, protagonista dos jogos Resident Evil Outbreak no PlayStation 2. A narrativa envolve Grace confrontando demônios pessoais relacionados à morte de sua mãe no Hotel Wrenwood oito anos antes dos eventos do jogo.
4. Marvel 1943: Rise of Hydra — A mente por trás de Uncharted retorna aos holofotes
A lendária roteirista e diretora Amy Hennig — mente criativa por trás de Uncharted e Legacy of Kain — comanda o retorno da Skydance New Media aos holofotes. Marvel 1943: Rise of Hydra chega no início de 2026 para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC após adiamento estratégico anunciado em maio de 2025.
O projeto marca a primeira grande produção do estúdio fundado por Hennig em 2019, trazendo narrativa original inspirada na minissérie Captain America/Black Panther: Flags of Our Fathers de 2010.
Em setembro, um vazamentos revelou as primeiras cenas de gameplay real, mostrando sequências com o Pantera Negra enfrentando soldados inimigos. O material — claramente de build preliminar — exibe movimentos acrobáticos incluindo rolamentos, saltos longos e ataques corpo a corpo fluidos. Um detalhe chamou atenção: em uma das capturas, há indicação de que o Pantera Negra poderá saltar entre árvores, sugerindo mecânicas de movimentação vertical e exploração diferenciada.
Pela primeira vez em um jogo Marvel, os jogadores visitarão Wakanda durante a Segunda Guerra Mundial. “Wakanda neste ponto do tempo está escondida do mundo exterior e protegida por esta selva impenetrável”, explica Hennig.
Originalmente planejado para final de 2025 — com o dublador Khary Payton sugerindo “situação de Natal” em entrevista de março — o jogo foi oficialmente adiado para início de 2026 em maio de 2025. A Skydance publicou comunicado afirmando que precisa de “tempo adicional para adicionar mais polimento e garantir que oferecemos a melhor experiência possível, uma que esteja à altura de nossa visão”
5. Pragmata: o projeto misterioso da Capcom que quase virou lenda urbana
Cinco anos após o anúncio inicial que intrigou o mundo dos games, Pragmata finalmente ganha forma concreta. A aventura de ficção científica da Capcom chega em 2026 para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC após múltiplos adiamentos que quase transformaram o título em uma lenda urbana.
O jogo voltou aos holofotes durante o State of Play de junho de 2025, onde a Capcom finalmente revelou detalhes substanciais sobre gameplay e história. No Tokyo Game Show 2025, três meses depois, novo trailer mostrou mecânicas expandidas, locais inéditos e o sistema de combate estratégico que causou os sucessivos atrasos.
Pragmata se passa em uma estação de pesquisa lunar aparentemente deserta no futuro próximo. Hugh, um astronauta humano, encontra Diana (identificação oficial: DI0367), uma androide com poderes de hacking que podem manipular sistemas e abrir vulnerabilidades em inimigos robóticos. Juntos, eles descobrem que uma inteligência artificial hostil controla a estação e os marca para “neutralização”.
O gameplay combina ação em terceira pessoa com puzzles baseados em hacking. Diana pode invadir sistemas inimigos, expondo pontos fracos em suas armaduras enquanto Hugh utiliza arsenal variado de armas — incluindo o novo Charge Piercer e Decoy Generator — para eliminar as ameaças. O sistema Multi-Hack permite que Diana comprometa múltiplos inimigos simultaneamente, virando o rumo de batalhas difíceis.
6. Fire Emblem: Fortune’s Weave — A Franquia Retorna ao Nintendo Switch 2
A Nintendo encerrou o Nintendo Direct de setembro de 2025 com bomba: Fire Emblem: Fortune’s Weave chega ao Nintendo Switch 2 em 2026, marcando o 18º título da lendária série de RPG tático. O anúncio pegou os fãs de surpresa, especialmente pelos últimos segundos do trailer que sugerem conexão direta com Fire Emblem: Three Houses, o aclamado jogo de 2019 que vendeu milhões e se tornou o mais bem-sucedido da franquia.
Fire Emblem atravessa fase de ouro desde 2012. Fire Emblem: Awakening salvou a franquia da extinção no 3DS, se tornando sucesso inesperado que transformou a série de nicho em mainstream. Fire Emblem: Three Houses levou o sucesso a outro nível em 2019, conquistando crítica e público com sua narrativa profunda e mecânicas de simulação social.
Fortune’s Weave será exclusivo para Nintendo Switch 2, não rodando no Switch original. A decisão posiciona o jogo como título de peso para o primeiro ano completo do sucessor do Switch, ao lado de outros exclusivos first-party como Yoshi and the Mysterious Book e Tomodachi Life: Living the Dream.
O trailer mostra visuais significativamente superiores aos jogos anteriores da série, aproveitando o hardware mais potente do Switch 2 para entregar animações de combate cinematográficas e cenários detalhados. A Intelligent Systems tem histórico de extrair o máximo de cada plataforma Nintendo, e Fortune’s Weave parece continuar essa tradição.
7. Saros: Housemarque evolui a fórmula de Returnal
A Housemarque retorna com uma das apostas mais aguardadas do lineup exclusivo PlayStation. Saros chega em 20 de março de 2026 para PlayStation 5 e PS5 Pro, marcando a evolução natural do roguelike de ação que a desenvolvedora finlandesa construiu com o aclamado Returnal. Quatro anos após o lançamento que definiu a geração inicial do PS5, o estúdio promete entregar “a evolução perfeita da experiência de jogo da Housemarque” com gameplay-first e narrativa emocionalmente carregada
O anúncio inicial aconteceu durante o State of Play de fevereiro de 2025 com teaser cinematográfico enigmático. Sete meses depois, no State of Play de setembro, a Housemarque abriu o evento com quase cinco minutos de gameplay inédito rodando a 60fps no PS5 usando Unreal Engine 5. A demonstração revelou mecânicas completamente novas e confirmou a data de lançamento oficial.
8. Forza Horizon 6: a franquia finalmente chega ao Japão
Depois de anos de pedidos insistentes da comunidade, a Playground Games atendeu ao desejo mais repetido dos fãs. Forza Horizon 6 chega em 2026 para Xbox Series X|S e PC, ambientado no Japão — o local mais solicitado na história da franquia. O anúncio aconteceu durante a transmissão da Xbox no Tokyo Game Show 2025, com teaser nostálgico que percorreu os cenários dos cinco jogos anteriores — México, Reino Unido, Austrália, França/Itália e Colorado — antes de finalmente revelar o Monte Fuji ao fundo
A revelação encerra uma espera de cinco anos desde Forza Horizon 5 (2021), marcando o maior intervalo entre episódios na história da série. A decisão reflete a estratégia da Microsoft de estender os ciclos de desenvolvimento para 4-6 anos em títulos AAA, priorizando qualidade sobre frequência de lançamento. A empresa confirmou que versão para PlayStation 5 chegará posteriormente, co-desenvolvida pela Turn 10 Studios, seguindo a nova política multiplataforma.
Seguindo a tradição da série, Forza Horizon 6 não é uma recriação individual do Japão, mas sim uma interpretação condensada que captura a essência cultural do país. Locais confirmados incluem o Monte Fuji e Tóquio, com o diretor de arte descrevendo as áreas metropolitanas da capital como “o espaço dirigível mais complexo e intrincado da franquia.
O sistema climático dinâmico com mudanças sazonais retorna, semelhante ao Forza Horizon 4 e 5. A Playground Games enfatizou que as estações terão “impacto dramático na paisagem e no mundo jogável” enquanto respeitam a significância cultural dessas mudanças no Japão. A floração das cerejeiras (sakura) na primavera e as folhas avermelhadas do outono (koyo) devem ser componentes visuais centrais da experiência.
9. Mewgenics: após longa espera, o RPG de gatos finalmente vai sair
Depois de 13 anos de espera tortuosa, Mewgenics finalmente recebe data de lançamento oficial. O RPG tático roguelike sobre criação de gatos chega em 10 de fevereiro de 2026 para PC via Steam, marcando um dos ciclos de desenvolvimento mais bizarros da história dos jogos indie. Criado por Edmund McMillen — mente por trás de The Binding of Isaac e Super Meat Boy — e Tyler Glaiel, o jogo promete ser “o projeto mais curioso” em que o designer já trabalhou.
Mewgenics se divide em dois estágios principais: combate e criação. O jogador começa com um time de quatro gatos, cada um com classes como caçador, mago e curandeiro. Os gatos possuem estatísticas variáveis e reservas de mana que influenciam seus papéis e performance em batalha.
O combate acontece em grid proceduralmente gerado com perspectiva isométrica 2D, onde o time deve eliminar todos os inimigos antes de avançar. Cada personagem pode se mover e usar uma habilidade ativa, enquanto habilidades passivas os afetam automaticamente. O clima e o ambiente impactam dramaticamente a performance — vegetação pode ser manipulada a favor ou contra os gatos
Se um gato perde todos os pontos de vida, ele fica incapacitado mas permanece na batalha, sofrendo consequências de longo prazo como dano cerebral. Se um gato morre permanentemente, seus itens são perdidos, incluindo raridades exclusivas que só aparecem uma vez. Após batalhas bem-sucedidas, o jogador escolhe um gato para subir de nível, melhorando suas habilidades.
10. Chronoscript: The Endless End — um primor visual!
Entre as revelações do State of Play de setembro de 2025, um jogo indie conseguiu roubar a atenção pela pura ousadia visual. Chronoscript: The Endless End chega em 2026 para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC, desafiando convenções estéticas que dominam o cenário indie há mais de uma década. Desenvolvido pela DeskWorks Inc. — estúdio por trás do premiado RPG Time! The Legend of Wright — em parceria com a Shueisha Games, o título rejeita tanto o pixel art nostálgico quanto a ilustração polida que domina jogos como Hollow Knight e Gris.
Chronoscript adota estilo visual completamente desenhado à mão, onde cada linha treme, cada contorno parece inacabado, cada ambiente respira como se tivesse sido rabiscado em um surto criativo e animado antes que alguém pudesse apagá-lo.
A premissa é tão original quanto a apresentação visual. O ano é 2026. Após concluir uma longa série editorial, um editor aceita um pedido peculiar que o leva a uma mansão isolada no topo de uma montanha. Uma única picada de mosquito o faz desmaiar. Ao acordar, ele descobre que está preso dentro das páginas de um manuscrito que não tem fim, escrito por um autor que vive há mil anos.
O jogo se divide entre duas dimensões complementares. A mansão do escritor é renderizada em 3D com inúmeros manuscritos espalhados, enquanto os mundos dentro das páginas são ilustrados em 2D com o estilo desenhado à mão característico. Mas Chronoscript não respeita essas fronteiras por muito tempo.
O título ocasionalmente rasga suas próprias regras, jogando os jogadores em sequências 3D abruptas, cutscenes, ataques de chefes e até rifts para o “mundo real”. Esses momentos não são apenas variedade visual — servem como lembrete de que a tinta não pode ser contida, que a história está se espalhando para outras dimensões.
A DeskWorks prometeu que, embora o tema seja “história sem fim”, o desenvolvimento será definitivamente concluído a tempo. Para um ano já repleto de blockbusters AAA bilionários, Chronoscript representa a prova de que algumas das experiências mais memoráveis ainda vêm de estúdios pequenos dispostos a arriscar tudo em uma visão artística única.
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