Trump pressiona TSMC a investir bilhões nos EUA e sugere compra de participação na Intel

Trump pressiona TSMC a investir bilhões nos EUA e sugere compra de participação na Intel

A pressão de Donald Trump sobre a indústria de semicondutores ganhou um novo capítulo. O presidente dos Estados Unidos colocou a TSMC — maior fabricante de chips por contrato do mundo — no centro de sua estratégia para fortalecer a produção tecnológica no país. A mensagem é clara: para reduzir tarifas de importação, a empresa precisaria atender a duas exigências polêmicas — investir US$ 400 bilhões adicionais em território americano e adquirir 49% da Intel.

O que está em jogo nas novas exigências

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Taiwan, que já mantém um déficit comercial significativo com os EUA, enfrenta agora uma situação delicada. Caso as condições não sejam aceitas, produtos taiwaneses podem ser taxados em 20%, enquanto Japão e Coreia do Sul já negociaram tarifas de 15% em troca de investimentos no setor tecnológico americano.

Trump argumenta que aumentar a presença da TSMC nos EUA é vital para garantir a autossuficiência em chips, propondo ampliar o plano original de três fábricas no Arizona para cinco unidades, com centros de teste e embalagem. A ideia é evitar o transporte de wafers entre Taiwan e os EUA, acelerando a produção local.

Desafios para TSMC e barreiras à compra da Intel

Aumentar a aposta em US$ 400 bilhões representa um risco monumental, mesmo para uma empresa sólida como a TSMC. Além disso, a compra de quase metade da Intel traz obstáculos jurídicos, econômicos e geopolíticos. Embora a fabricante americana enfrente dificuldades técnicas na corrida por processos avançados, continua sendo um ator estratégico no mercado — e qualquer aquisição desse porte passaria por intenso escrutínio regulatório.

A própria TSMC já negou rumores anteriores de que planejava administrar a Intel, sinalizando que essa não é uma prioridade estratégica.

O anúncio de Trump e a reação do mercado

Em uma declaração surpreendente, Trump afirmou, em entrevista à CNBC, que a TSMC investiria US$ 300 bilhões nos EUA para ampliar a produção. Embora a companhia não tenha confirmado a cifra, a fala foi suficiente para gerar volatilidade no mercado — ações da TSMC caíram tanto na bolsa de Taiwan quanto nos EUA.

Atualmente, a empresa já está investindo US$ 165 bilhões em seis fábricas no Arizona, no maior pacote de investimento estrangeiro direto da história americana. A expansão foi projetada para posicionar os EUA como polo de fabricação de chips de alto desempenho, hoje dominado por TSMC e Samsung.

Tarifas, concorrência global e o papel da Intel

Trump reforçou que planeja ampliar tarifas em outros setores estratégicos, como o farmacêutico, e que países como Alemanha, Suíça e Coreia do Sul também estão no radar.

Enquanto a Intel luta para recuperar competitividade técnica, TSMC mantém liderança na produção de chips de última geração. Analistas avaliam que, mesmo sem uma fusão, uma eventual parceria tecnológica poderia beneficiar a indústria americana.

Um tabuleiro geopolítico em movimento

As exigências de Trump mostram uma tentativa clara de reposicionar a indústria de semicondutores para reduzir dependências externas. Para Taiwan, a equação é complexa: TSMC é peça-chave na economia local e qualquer mudança brusca pode ter repercussões políticas e comerciais profundas.

Seja pela pressão tarifária ou pela promessa de megainvestimentos, o movimento reacende o debate sobre soberania tecnológica, cadeias de suprimentos e o futuro da fabricação de chips no Ocidente.

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