Quando a NVIDIA ousou desafiar Steve Jobs, e conquistou a Apple!

Quando a NVIDIA ousou desafiar Steve Jobs, e conquistou a Apple!

No início dos anos 2000, a NVIDIA queria mais do que liderar o mercado de PCs com chips gráficos potentes. O próximo passo era conquistar a Apple — um território tradicionalmente difícil de adentrar e que já era abastecido pela rival ATI (adquirida pela AMD em 2006).

A missão ficou nas mãos de Chris Diskin, diretor sênior de vendas e marketing. A oportunidade perfeita veio na Macworld 2001, quando a empresa preparou uma demonstração ousada para Steve Jobs.

Em vez de exibir benchmarks frios, a NVIDIA decidiu apelar para a emoção: recriar, em tempo real, o curta “Luxo Jr.”, clássico da Pixar que, em 1986, exigiu um supercomputador Cray e três horas de renderização por quadro.

Jobs assistiu à versão estática e comentou: “Parece bom”. Mas quando Dan Vivoli, líder de marketing, começou a mover a câmera ao vivo, revelando que tudo estava sendo renderizado dinamicamente com luz e sombra realistas, o CEO da Apple ficou “chocado”.

O comentário afiado (e a resposta ainda mais ousada)

Steve Jobs

Impressionado, Jobs decidiu incluir o GeForce 3 como opção premium no Power Mac G4. Mas, antes de encerrar a reunião, lançou uma provocação, fato relembrado no livro NVIDIA Way, de Tae Kim.

“Vocês precisam trabalhar em tecnologia móvel. A ATI está chutando a bunda de vocês em notebooks.”

A maioria teria concordado e saído em silêncio. Diskin fez o oposto:

“Na verdade, Steve, acho que você está enganado.”

O silêncio na sala foi imediato. Jobs exigiu uma explicação. Diskin respondeu que, embora os chips da NVIDIA consumissem mais energia para entregar desempenho máximo em desktops, era possível reduzir a frequência para uso em notebooks, mantendo vantagem sobre a ATI. “Temos mais capacidade”, concluiu.

Jobs olhou fixamente e disse apenas: “Bom.” Meia hora depois, a Apple ligou pedindo que a equipe de notebooks da NVIDIA comparecesse à sede no dia seguinte.

De presença tímida a domínio quase total

O resultado foi rápido e duradouro: nos anos seguintes, a participação da NVIDIA nos notebooks da Apple saltou de quase zero para cerca de 85%. Mais do que fechar um contrato, aquele momento mostrou como a cultura da empresa — competitiva, agressiva e avessa à complacência — se traduzia em negociações.

A cultura que encorajava o confronto

Sob a liderança de Jensen Huang, a NVIDIA cultivava um ambiente onde “segundo lugar é o primeiro perdedor” e onde era aceitável — e até esperado — confrontar clientes poderosos, como a Apple, quando se acreditava ter razão.

Huang contratava engenheiros de elite, até mesmo de concorrentes, e incentivava um desenvolvimento na “velocidade da luz”. A empresa não buscava criar produtos comuns, mas sim inovações únicas, mesmo que para mercados inicialmente minúsculos.

O episódio com Jobs tornou-se um símbolo dessa mentalidade: não se tratava apenas de vender um chip, mas de provar que a NVIDIA entendia o que era possível antes mesmo que seus clientes percebessem, um tipo de mentalidade que o próprio Jobs era um adepto convicto, resumida em uma das suas frases mais famosas: “As pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas”.

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