Modder reaproveita bateria de vape e usa displays de LED âmbar para construir um smartwatch retrô-futurista

Modder reaproveita bateria de vape e usa displays de LED âmbar para construir um smartwatch retrô-futurista

O criador conhecido como Sahko apresentou no evento OpenSauce um projeto que chama atenção pelo contraste entre estética retrô e engenharia moderna. Trata-se de um smartwatch construído em torno de uma placa de circuito impresso flexível (flex PCB), equipada com 15 módulos HCMS2901 — minúsculos displays de LED âmbar em matriz de pontos, lembrando calculadoras e equipamentos industriais da década de 1970.

LEDs que transformam o pulso em vitrine retro-tech

sahko futuristic smartwatch flexible pcb 3 1

Cada módulo tem uma grade de 5×7 pixels e, juntos, formam uma faixa contínua de luz ao redor do pulso. O efeito visual é impactante, mas não sai barato: cada unidade custa cerca de US$ 30, elevando o preço total apenas das telas para mais de US$ 420.
Além do custo, há o consumo de energia — em brilho máximo, o conjunto chega a drenar 1 ampere, o que obriga o relógio a permanecer desligado por padrão, como os antigos modelos de LED que piscavam apenas sob comando.

Bateria de vape e efeitos no estilo Matrix

Para alimentar o dispositivo, Sahko reaproveitou a bateria de lítio de um cigarro eletrônico descartável, mantendo o corpo do relógio leve e fino. Um carregador STC4054 e um regulador de 3,3 V completam o circuito de energia.
A autonomia não impressiona: no brilho máximo, são apenas 30 minutos de uso contínuo. Para contornar, o criador instalou botões na pulseira que permitem ligar/desligar as telas, ajustar o brilho e ativar animações como o “efeito cascata”, que lembra a chuva digital de The Matrix.

Uma pulseira que é também o circuito

sahko futuristic smartwatch flexible pcb

O grande diferencial do projeto está na construção: em vez de uma caixa tradicional, a pulseira é a própria placa de circuito flexível. Ela abriga todos os componentes, incluindo o microcontrolador STM32U08, responsável por manter a hora com precisão graças ao RTC integrado.

No lugar de fecho, o relógio usa um conector de 4 pinos, que serve tanto para fechar a pulseira quanto para carregar e programar o dispositivo. A opção pelo conector improvisado veio após testes com USB-C, que se mostrou rígido demais e poderia danificar a placa.

sahko futuristic smartwatch flexible pcb 2

Desafios e improvisos na montagem

O projeto foi concluído em ritmo acelerado para o evento OpenSauce. O PCB flexível chegou às mãos de Sahko horas antes de sua viagem, forçando-o a montar o relógio na casa de um amigo em Denver.
As soldas também foram um desafio: os displays não suportam temperaturas altas, exigindo solda de baixa fusão e uso de placa de aquecimento. Mesmo assim, a fragilidade do material fez com que o relógio precisasse de pelo menos dez reparos durante o fim de semana da feira.

Disponível para quem quiser tentar (mas com um obstáculo)

Sahko disponibilizou no GitHub todo o código e esquemas necessários para replicar o projeto. A parte mais difícil, segundo ele, é encontrar os displays HCMS em estoque — e a um preço razoável. Para quem topar o desafio, há recomendações para optar pelo HCMS3901, mais compatível com 3,3 V e mais fácil de encontrar no mercado.

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