Jogo de terror banido no Steam é liberado de graça: conheça VILE: Exhumed

Jogo de terror banido no Steam é liberado de graça: conheça VILE: Exhumed

A censura digital volta a agitar o mundo dos games com um caso que levanta importantes debates sobre liberdade criativa. O jogo de terror independente VILE: Exhumed, que estava programado para estrear na Steam em 22 de julho, acabou sendo banido da plataforma devido às recentes mudanças nas políticas de conteúdo. Em resposta direta a esta proibição, a desenvolvedora Cara Cadaver tomou uma decisão radical: disponibilizar o game gratuitamente para todos os jogadores interessados.

Este movimento é uma clara manifestação contra as crescentes restrições que têm afetado diversos títulos na maior plataforma de distribuição digital de games para PC. A desenvolvedora afirmou que seu jogo, apesar de abordar temas sensíveis como perseguição e violência contra mulheres, não contém elementos gráficos explícitos que justifiquem o banimento completo da loja.

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A DreadXP, publicadora do jogo, manifestou seu apoio à criadora em comunicado oficial: “As coisas tomaram um rumo inesperado quando não conseguimos lançar VILE: Exhumed após seu banimento do Steam. Todos os envolvidos acreditam firmemente na importância da mensagem do jogo, e Cara está determinada a retomar sua autonomia e fazer com que sua voz seja ouvida.”

O jogo agora está disponível para download gratuito através do site da DreadXP, que encoraja os jogadores que apreciarem a experiência a fazerem doações diretas à desenvolvedora. Vale destacar que metade de todos os valores arrecadados será direcionada à Red Door Family Shelter, uma instituição canadense dedicada ao apoio de vítimas de violência doméstica.

Interface do jogo VILE: Exhumed mostrando uma locadora de vídeo virtual com estética retrô e descrição de um jogo de terror chamado Secret Garden

Uma experiência de terror pessoal e uma declaração contra a censura

“Essa censura a meu trabalho é um ataque direto à expressão criativa e à liberdade artística, e isso não vai parar com as falsas acusações de conteúdo sexual”, declarou Cara Cadaver em resposta ao banimento. “Eles vão ir atrás de qualquer um que fale mais alto do que eles”, completou a desenvolvedora, referindo-se às crescentes restrições impostas às plataformas de distribuição digital.

VILE: Exhumed não é um caso isolado. Ele representa apenas a ponta do iceberg de uma tendência mais ampla de censura digital que tem afetado diversos desenvolvedores independentes. Recentemente, houve uma pressão significativa sobre operadoras de cartão de crédito para bloquearem pagamentos destinados a produtos classificados como “controversos”, o que resultou em mudanças drásticas nas políticas do Steam e também levou à desindexação de jogos adultos na plataforma independente itch.io.

Em termos de gameplay, VILE: Exhumed segue uma premissa que lembra outros títulos aclamados como Her Story. Os jogadores são convidados a investigar arquivos armazenados em um computador antigo, que progressivamente revelam segredos perturbadores e uma narrativa marcada por violência. A experiência foi descrita pela própria criadora como “muito pessoal” e serve como um veículo para discutir temas sérios através dos jogos eletrônicos.

Captura de tela mostrando uma interface de e-mail antiga com uma mensagem sinistra sobre descobrir quando você vai morrer

Apesar das acusações que levaram ao seu banimento, o jogo não contém nudez explícita, cenas sexuais ou qualquer tipo de conteúdo pornográfico – justificativas frequentemente utilizadas para remover títulos das lojas digitais. O título apresenta, no entanto, algumas sequências de violência gráfica que foram criadas combinando gravações reais com efeitos práticos, o que contribui para sua atmosfera perturbadora.

Cara Cadaver explicou sua motivação por trás da distribuição gratuita: “Ao dar o game para todos, de graça, para qualquer um que deseje jogá-lo, estou fazendo a mesma coisa que decidir fazer quando comecei a trabalhar em VILE: Exhumed. É um game sobre abuso sexual, arrogância masculina e misoginia. Sobre retomar meu arbítrio. Ninguém tem o direito de ditar que tipo de terror é aceitável ou quais histórias podem ser contadas.”

Fonte: PC Gamer

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