
Homem compra RTX 5090 e recebe a placa sem GPU e chips de memória
Homem compra RTX 5090 e recebe a placa sem GPU e chips de memória
Um consumidor francês, que comprou uma MSI RTX 5090 diretamente da Amazon, recebeu o produto completamente mutilado: sem o chip gráfico e sem os módulos de memória. O episódio foi relatado no subreddit PCMasterRace pelo usuário Nice-Screen-4193.
Quando até compras “seguras” deixam de ser garantia
A compra foi feita e entregue pela própria Amazon França, sem intermediários. Isso elimina a hipótese de um vendedor terceirizado mal-intencionado e aponta para um problema mais grave: a manipulação do produto em algum ponto anterior à chegada ao cliente.
Apesar de a embalagem estar intacta externamente, o interior mostrava sinais claros de intervenção. A suspeita é que o lote tenha sido comprometido antes de entrar no estoque da Amazon — cenário que dificulta a detecção pelas equipes de logística.
O avanço das fraudes no mercado de GPUs
O aumento explosivo da demanda por placas de vídeo de ponta — impulsionado pelo boom da inteligência artificial — transformou esses produtos em alvos lucrativos para criminosos.
Nas últimas três gerações de GPUs topo de linha da NVIDIA, foram registrados golpes que vão desde a substituição por modelos antigos até caixas recheadas com objetos aleatórios, como sacos de arroz.
Agora, surge uma modalidade ainda mais sofisticada: a remoção cirúrgica do núcleo gráfico e das memórias GDDR, deixando apenas a carcaça da placa.
O mercado paralelo de chips e memórias
A extração seletiva de componentes não é aleatória. Chips e módulos de memória de alto desempenho têm alto valor de revenda e podem ser reaproveitados na montagem de placas falsificadas.
Na China, há até oficinas especializadas em transplantar dies de RTX 5090 e memórias GDDR7 para placas menores, voltadas a servidores de IA.
Esse processo criou um novo nicho — as chamadas “RTX 5090 Frankenstein” — que misturam peças originais com circuitos customizados. Mesmo que nem todas sejam fruto de roubo, a sobreposição entre o mercado legal e o ilegal dificulta rastrear a origem dos componentes.
O que consumidores e lojistas podem fazer
O caso francês evidencia uma fragilidade sistêmica na cadeia de distribuição de hardware de alto valor.
Nem mesmo gigantes como a Amazon conseguem garantir 100% de segurança contra intervenções antes do produto chegar às suas mãos.
Para o consumidor, isso significa adotar precauções extras:
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Registrar em vídeo o momento do unboxing;
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Conferir números de série e lacres originais;
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Acionar imediatamente o suporte em caso de irregularidades.
Enquanto a corrida por GPUs de ponta continuar intensa, a tendência é que as fraudes também evoluam — e a atenção do comprador será tão valiosa quanto a própria placa.
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